sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A tragédia dos erros...

É inadmissível que, depois de 100 horas, a população do país assista a um desfecho tão trágico para esse episódio de Santo André. Esse sequestro - na verdade, um cárcere privado - já entrou para a história como o mais longo do tipo em São Paulo; e uma das mais equivocadas atuações da polícia; que agora se mostra tão despreparada como no caso do Ônibus 174, no Rio.
Não consigo entender como a polícia permitiu que o sequestrador ficasse mais de 24 horas sem qualquer contato com os negociadores. Não consigo entender como a polícia permitiu que a amiga da namorada do bandido voltasse ao apartamento e, assim, voltasse à condição de refém. Não consigo entender como a polícia permitiu que apresentadores de televisão entrevistassem o sujeito e, pior, não consigo entender em nome de quê esses profissionais se permitiram participar de mais esse caso em que um criminoso teve, na TV, espaço de popstar.
Em nome da justiça, vale dizer que a postura de José Luiz Datena, hoje, foi corretíssima! Enquanto as imagens do resgate das duas jovens eram exibidas, o apresentador se esforçava para não tornar ainda maior a sensação de que uma grande tragédia tinha acontecido. E, quem diria, deu uma aula de ética e de responsabilidade a colegas de outras emissoras, que entraram no oba-oba do caso.
Por fim, não consigo entender como a assessoria de comunicação do Governo de São Paulo, num caso tão emblemático, divulga erroneamente a morte da vítima, sabendo que a imprensa e os cidadãos do país inteiro estavam de olho no caminhar dos fatos.
Os especialistas em segurança pública defendem a atuação da força policial - o único senão é a trágica volta da adolescente ao cativeiro - e atribuem toda a complexidade da operação ao estado mental do sequestrador.
Pode ser. Mas quem vai explicar isso aos pais dessas jovens?
Torçamos para que as duas se recuperem...no momento, é o que resta...

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