segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Feliz 2008!!!


E que no Ano Novo o céu esteja sempre repleto de coisas boas, despejando sobre todos nós o que de melhor essa vida tem para oferecer...
Obrigado pela companhia ao longo de todo esse ano, pelos comentários, pela leitura, pelo apoio e por tudo mais!
A gente se vê no ano que vem!
Até lá!

Rita Lee, 60



Essa música se chama "Coisas da Vida". O vídeo é do Acústivo MTV, que a Rainha do Rock Brazuca lançou em 1998 - e eu comprei de cara! Adoro a Rita, adoro sua música, adoro seu humor! E, é claro, desejo a ela tudo de melhor!

RETRÔ 2007: o mico do ano

Não faltam candidatos ao troféu "Mico do Ano" do B@belturbo...

Se você parar para pensar com quantos micos se faz um ano, eu logo responde: MUITOS! Tantos que, certamente, dezenas - ou centenas deles - ficaram de foram dessa lista do B@belturbo. Mas registramos derrapadas importantes - nacionais e internacionais - ao longo dos últimos 12 meses...
Do infortúnio da bispa fichada na polícia americana ao entrar no país com uma pequena fortuna não declarada, ao naufrágio da versão brasileira de Desperate Housewives, produzida pela Rede TV! Sem contar na volta de Britney Spears ao showbizz: era pra ser triunfal, mas...
Até o genial Ariano Suassuna viu a versão televisiva de seu "A pedra do reino" fazer água na TV, num micaço que seguiu o padrão Globo de qualidade. E repercussão. Aliás, o que também repercutiu em 2007 foi a fase "descendo a ladeira" que o SBT amarga. Ainda falando de repercussão, que tal pensar na falta dela? Foi o que a Record experimentou ao lançar por aqui a série "Heroes" como uma arma mortal que, aos poucos, se revelou quase um tiro no pé...
Sem falar na repercussão de uma vaia de 80.000 pessoas, ressoando no meio da festa de abertura do Pan. Mico do presidente ou da platéia?
E o estilista que alfineta celebridades na TV e foi detido por furtar um vaso num cemitério? Será que alfinetaram o vudu do Ronaldo Ésper, minha gente? Ainda falando dos estilistas, não podemos deixar 2007 acabar sem que se fale do - agora deputado - Clodovil Hernandez. Sua Excelência participou de um barraco na Câmara por chamar de feia uma colega de casa. Coisa feia é não respeitar o lugar, o cargo e os eleitores que o colocaram lá! Mico dos grandes!
No começo do ano, brasileiros de todos os cantos do país viram surgir na tela uma moça loira, de flor na cabeça, sotaque interiorano e um, vá lá, certo carisma que conquistou muitos fãs. Irislene Stefanelli, gongada da casa do BBB, engatou um namoro com o "Lemão", tomou um pé do rapaz, arrumou outros namorados, posou nua e..."virou" apresentadora de TV! Chamem os biotecnólogos! Surgia, então, uma nova espécie de mico: o Mico-Siri...
Mas, sejamos justos! O mais controverso personagem do cenário mundial é, também, o dono do troféu Mico do Ano do B@belturbo. Si, tinha que ser o Chávez mesmo! Ou você acha pouco ser presidente de um país imerso numa onda de protestos, pretenso "sério líder da esquerda mundial", tentar disfarçar uma enorme queda pelo regime ditatorial, falar uma bobagem atrás da outra, ser desagradável para todo o sempre e, no fim das contas, ouvir do Rei da Espanha um "por que não te calas" e ver o mundo todo rir de sua cara depois? Só não fiquei com pena do cara porque, realmente, ele é muuuuito mala mesmo!
E que venha 2008, com muitos micos mais!

RETRÔ 2007: ano de recordes no B@belturbo

Mapa de acessos ao blog: onde há verde, há leitores do B@belturbo...

Para esse humilde blog, chega ao fim um ano que revelou dados importantes sobre quem chega até aqui. Um ano de grandes números. De janeiro até agora - e ainda temos pouco mais de onze horas para gastar em 2007 - o B@belturbo foi acessado mais de 7.800 vezes, por cerca de 5.930 visitantes que leram posts, acessaram os arquivos e vasculharam, aproximadamente, 11.500 páginas povoadas pelas mal traçadas linhas que o blogueiro aqui escreve. E como escreve! Com esse post, chegamos ao de número 354 nos últimos 365 dias! Dá menos de um post por dia, mas, convenhamos: é coisa pra dedéu!
Quase 50% dos visitantes do blog (49,54%) chegaram aqui e se divertiram com o conteúdo da página principal, passando quase quatro minutos por lá. Mas sempre há os que fuçam em mecanismos de pesquisa e acabam parando no B@belturbo atrás de um tema específico. Por isso, o post sobre a entrevista de Jô Soares com a atriz Graziela Moretto foi o mais lido do ano, com 302 visitas diretas. Em segundo, o texto sobre as loiras encreiqueiras de Hollywood, com 277 acessos diretos. Depois, a lista segue mostrando que os visitantes vasculharam os arquivos do blog. E, na nona posição, surge a crítica sobre o disco de sambas de Maria Rita, publicada no dia do lançamento do álbum - até mesmo antes dos grandes jornais - e que foi responsável por trazer ao B@belturbo 103 visitantes diretos.
Embora não tenham produzido recordes, há aguns posts que fizeram muito barulho ao longo do ano. Nesse quesito o campeão foi, novamente, um comentário sobre uma entrevista levada ao ar pelo Programa do Jô. Dessa vez, com o senador Marcelo Crivella. Deu pano pra manga! E rendeu um longo e quente debate sobre fé e homofobia. Algo bem saudável...
As palavras que mais trouxeram visitantes ao blog foram, na ordem: babelturbo, loiras famosas e Murilo Ribeiro. E o Google mandou pra cá mais de 58% dos internautas que conferiram nessas páginas o resultado dos meus devaneios e das minhas noites de insônia.
As visitas vieram de 69 países. Como era de se imaginar, a maior parte delas veio do Brasil, com mais de 6.900 acessos. Em segundo lugar, os Estados Unidos (com 310 acessos) e na terceira posição, Portugal, responsável por 154 visitantes. Curioso é notar que a trigésima quinta colocação, ocupada pelo Egito, é a responsável por um dos maiores tempos médio de permanência nas páginas do B@belturbo, com quase quatro minutos por aqui. Um tempo realmente faraônico! Só perdeu pra um leitor do Quênia, que, certa feita, passou mais de cinco minutos conectado ao meu humilde blog.
Enfim, 2007 foi um ano bem bacana por aqui! Só me resta agradecer aos visitantes e renovar o convite para que, em 2008, sintam-se à vontade para voltar! Espero vocês!

RETRÔ 2007: "o importante é que emoções eu vivi..."

Emoções, de Roberto Carlos, pode facilmente ser apontada como a trilha mais perfeita para o ano que se encerra em poucas horas. Pelo menos pra mim, claro. E embora esse não seja um blog-diário, vá lá, dividi diversos momentos de minha vida ao longo dos últimos 365 dias com os amigos que por aqui passaram. E não foi pouca coisa...
Da estréia num trabalho novo - ou seria uma experiência de confinamento? - à emoção de participar do lançamento de uma nova rede de televisão. Do orgulho de ser jornalista e conhecer realidades tão diversas ao prazer de, apresentando o Salto, ter o privilégio de fazer bons programas. E com pessoas especiais.
Mas 2007 foi um ano de mergulho em minhas próprias raízes, nas raízes de minha família. Mergulho numa história que começou a se desenhar há oito décadas, e que, o destino quis que eu recontasse num documentário. Não se diz não a um chamado como esse, e lá fui eu entrevistar um monte de pessoas amadas, pra contar uma história que, com o perdão do chavão, pode ser definida como uma história de amor. De minha vó por seus filhos. E por todos nós! Ela, dona Zezé, eu entrevistei numa linda tarde de domingo, no Jardim Botânico. Paisagem perfeita para um dos mais bonitos - e inesquecíveis - dias da minha vida.
E foi um prazer muito grande experimentar - depois de 8 anos contando histórias dos outros em minhas matérias - o sabor de contar a história da minha vó, da minha família; um pouco a minha história também. Dias de emoção, de muito trabalho, de muitas alegrias e de muita satisafação a cada etapa concluída.
Tudo para ver brilhando aqueles olhos que tantas vezes fizeram os meus brilharem. E eles brilharam, de um jeito que eu nunca tinha visto. E aquele será um dia que terei para sempre dentro do meu coração como a mais perfeita tradução do que é um dia perfeito e feliz. O dia que a minha vó definiu como o mais feliz em todos os seus 80 anos de vida...
Pena que ela tenha partido, já no finalzinho do ano, e que essa partida tenha feito desse 2007, também, um ano de tanta dor. Mas sei que, desde então, o céu ficou mais bonito, mais amoroso e há lá uma estrela mais brilhante, enchendo de luz o meu caminho e o de toda a minha família...

domingo, 30 de dezembro de 2007

RETRÔ 2007: o melhor do blog...

Revisitar um ano é lembrar de cheiros, de pessoas especiais...! É voltar ao paraíso habitado por um certo diabinho e, mais uma vez, encontrar-se com um anjo. É viver novamente as insatisfações com a solitária sina das estrelas e, por outro lado, maravilhar-se com uma paixão antiga como da primeira vez. Também faz parte do exercício de olhar pra trás notar que mesmo as grandes paixões parecem ter data de validade.
Em voltas no tempo como a que faço agora, é possível sentir novamente o prazer de uma nova descoberta e o pavor diante de um horizonte que se afasta na mesma medida em que tentamos nos aproximar dele. Medo do desconhecido; medo do que pode acontecer quando seta e alvo se encontram e dão origem a um texto cheio de mágoas...
Agora, diante da tela do computador, enquanto escolho palavras e reviro os arquivos - do blog e da minha cabeça - penso na trilha sonora que 2007 deixou registrada em meus ouvidos. Penso nos momentos em que os textos aqui postados pareciam pergaminhos jogados ao mar, dentro de garrafas, pela tripulação de uma nau sem rumo. E em momentos outros, quando se decide que o melhor que se pode fazer é mesmo tirar o cavalinho da chuva. Momentos de luz e sombra, daqueles que todos experimentam cedo ou tarde. Como a sensação de liberdade ao se descobrir na pista, leve como aquela alegria que se vê nos olhos do menino que brinca com uma pipa - no Sul, pandorga.
Todo ano também nos reserva dissabores. Como a tristeza de quem faz de uma longa espera uma bela declaração de amor. Não de um amor qualquer, mas de um amor que faz refém quem o sente. Um amor de forte e poética ligação entre duas pessoas. Que pode ser centenária...
Amor, o mais nobre dos sentimentos, tão presente no blog nesse ano que se aproxima do fim. Amor que, quando parceiro do desejo, não mede tempo nem hora. Nem duração. Afinal, quem se importa se é rapidinha a forma encontrada para aplacar o fogo de dois apaixonados? O que importa é a sensação de se saber bem nos braços de quem se ama; de experimentar, a cada reencontro, a certeza de voltar pra casa num beijo.
Amor de futuro incerto e de palavras belas que fazem nascer na tela o texto mais bonito do ano no blog, em forma de predição...
Amor que, vez em quando - e quase sempre - faz doer no peito um coração partido...
Se as coisas do coração foram recorrentes no B@belturbo em 2007, também não foram poucos os textos que nasceram de inspirações inusitadas. Olhar no espelho e encontrar a barba feita virou texto. Assim como a volta a um universo paralelo, a foto de um caixão sepultado e a bela paisagem de um início de tarde colorido por ipês rosas.
Rio e mar, e seu encontro eterno no fim de tudo, fazem pensar que a vida não pode ser encarada como um rascunho, muito menos um rascunho no qual se veja em destaque a palavra solidão. Vida é graça, vida é poesia. E dentro do blog tem poesia...
Vida é descoberta, é um aprender do início ao fim. É conhecer - e reconhecer, por exemplo - que nem sempre um belo piano está apto aos melhores sons; e é capaz de presentear os ouvidos com o melhor da música...
Vida é o que se diz, o que se sente, o que se pensa.
Vida é o que se escreve.
E nesse ano que chega ao fim amanhã, vida foi o que não faltou ao B@belturbo...

sábado, 29 de dezembro de 2007

RETRÔ 2007: um ano que valeu a pena!

Para o blogueiro que vos escreve - e que assume ares saudosistas nessas últimas postagens do corrente - 2007 reservou belas surpresas. Comecemos pelo que tive o prazer de encontrar nas escuras salas de cinema...
Nesse ano, as telas nos mostraram A Rainha da Inglaterra de um jeito nunca antes visto. Com interpretação magistral de Helen Mirren, devidamente oscarizada, a história de Elizabeth II foi sucesso de público e crítica.
Crítica que também gamou nas histórias de Babel e À procura da felicidade. Conferi as duas produções no meu primeiro carnaval cinematográfico. Estrelado por Brad Pitt, Babel tem roteiro bem costurado, cheio de histórias paralelas e que, no fim das contas, acabam se mostrando interligadas. O segundo filme, a comovente história real estrelada por Will Smith, emociona e faz pensar. Uma produção arrebatadora, como a volta de Rocky Balboa aos ringues: velho, fora de forma, mas sempre capaz de nos fazer torcer por ele!
Mas três filmes completamente diferentes encabeçam os destaques de 2007 na minha opinião. Pedrinha de Aruanda seria sobre Maria Bethânia, mas acabou sendo estrelado por sua mãe, Dona Canô. Embora seja fã da irmã de Caê, acho que a maior qualidade da produção é exatamente revelar ao mundo toda a genialidade simples e doce da centenária matriarca do clã dos Veloso. Outro destaque que marcou o cinema nesse ano também teve o mérito de revelar ao país uma triste realidade carioca: pirata ou no cinema, a febre da Tropa de Elite conquistou milhares de adeptos. E ajudou a consolidar Wagner Moura como um dos maiores atores brasileiros da atualidade, além de mandar o Capitão Nascimento para o rol dos personagens inesquecíveis do cinema brazuca. De lá ele só sai se pedir, 01...
O mais bonito filme do ano, coincidentemente, contou a vida de outro personagem inesquecível: Edith Piaf, La Môme. Produção bem realizada, fotografia linda e uma das mais marcantes seqüências dramáticas que já tive o prazer de assistir numa sala de projeção. Sem contar a interpretação perfeita de Marion Cotillard, pra mim, fortíssima candidata ao Oscar 2008. Mas isso é assunto pra uma perspectiva...e esse não é o caso por hoje!
Na música, 2007 deu muito samba, ritmo escolhido por duas das maiores cantoras da atualidade: Maria Rita e Roberta Sá. Cada uma em sua praia, as moças produziram dois memoráveis álbuns dedicados ao gênero. Outra musa - essa, da seara pop - lançou um delicioso CD solo e também fez bonito. Devo dizer que passamos algumas horas só nós: eu e Paula Toller.
Entre os rapazes, Damien Rice e Rodrigo Maranhão monopolizaram o meu mp3 player: estilos completamente diferentes a serviço de música da melhor qualidade.
Quando o assunto é show, elejo dois destaques: o último de Los Hemanos antes do tal "recesso por tempo indeterminado", na Fundição Progresso (faltou qualidade ao som, mas sobrou emoção); e o Balé Mulato, de Daniela Mercury, que vi nas areias de Copa no Dia do Trabalho. Golaço da baiana!
Para encerrar o capítulo sobre música em 2007, vale lembrar do web-hit do ano...se fez rir, valeu a pena, né?
Pro orgulho brasileiro, tão presente nas competições esportivas, o ano que termina também vai deixar saudades. O ano do Pan do Brasil, cheio de sorrisos dourados, lágrimas de heróis e heroínas e de muita festa nas quadras, piscinas e arquibancadas do Rio.
Rio...de tantas notícias ruins e de tantas notícias maravilhosas. Rio que riu ao ter seu Cristo eleito como uma das novas sete maravilhas do mundo.
Diga lá: 2007 valeu ou não valeu a pena?

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

RETRÔ 2007: um ano para se esquecer...

Restam apenas dois dias para o ano chegar ao fim. E, como no ano passado, o B@belturbo lança mão de sua própria retrospectiva. Dividida em 4 categorias: Um ano para se esquecer, Um ano que valeu a pena, Um mergulho no arquivo do ano e Os números do blog em 2007. Você, leitor atento, já sacou que esse é o primeiro texto da série. Então, lá vai...

Nem só de boas lembranças se faz um ano. E com esse já agonizante 2007 a história não foi diferente. Infelizmente, esse será o ano que ficará marcado como aquele no qual uma criança inocente foi arrastada por um carro em movimento até a morte, num dos crimes mais chocantes da história recente do Rio de Janeiro. E do Brasil, tão inseguro para tantos e tantos João Hélios! Pequenos cidadãos condenados à dor, à violência, perseguidos por balas que dizemos perdidas mas que, na verdade, parecem ter os inocentes por endereço certo.
O calendário da violência também reservou nesse ano uma triste folhinha para a empregada doméstica Sirley Dias Carvalho Pinto, violentamente espancada por jovens inconseqüentes, representantes máximos de tudo aquilo que queremos longe de nossa sociedade. Jovens filhinhos-de-papai, que ainda tentaram se explicar dizendo que achavam que a moça era uma prostituta. Será que eles acham que isso melhorou as coisas?
E o que dizer do vôo da Tam que explodiu ao bater num prédio da companhia, em Congonhas? O que dizer da dor de cada familiar de passageiro que soube da tragédia pela mídia, também surpreendida por todo aquele horror num fim de tarde de julho? Nos rostos desses brasileiros dilacerados pela maior tragédia da história da aviação no país, vi todo o sentimento que faltou à mãe que, qual uma bolsa de lixo, jogou a filha recém-nascida num rio de Contagem, em Minas Gerais. Nem com lixo se faz o que aquela senhora tentou fazer com a bebê, que chegou a ser resgatada, mas acabou morrendo no hospital.
A morte também foi o destino dos traficantes perseguidos pela polícia carioca na encosta de um morro da cidade. Cena de filme, seria das mais eletrizantes. Na vida real, o helicóptero dando razantes e disparando ferozmente contra os bandidos nos fez lembrar que parecemos estar no meio de um beco. Encurralados. Quase sem ar. Quase sem esperanças de uma saída...
Já no fim do ano, intolerância e homofobia ganharam as páginas dos jornais no caso de um jovem espancado, em Niterói, por ser homossexual. Os agressores só pararam de bater na vítima quando acreditaram que Ferruccio já estava morto. Por sorte, não estava. Denunciou o caso à imprensa e, assim, deu provas de ter uma coragem e uma hombridade que os autores dos socos e pontapés que o atingiram estão longe de saber o que significam.
Agora, temos um ano todo pela frente. Bissexto, 2008 nos dará um dia a mais para que possamos tentar fazer as coisa diferentes, melhores. Para o planeta, para o Brasil. E para cada um de nós...
Se pudéssemos ao menos não repetir os mesmos erros, já seria um ano extraordinário!

Bastidores Fantásticos!!!

Troca-troca de apresentadores do dominical da Rede Globo movimenta colunas sobre televisão numa época de notícias requentadas...

No meio televisivo, a bomba da semana foi o anúncio da saída de Glória Maria do Fantástico. Depois de 10 anos, a repórter - que, sim, se tornou uma das mais populares da TV brasileira - pretende se dedicar a projetos profissionais. Pelo menos, segundo a versão oficial da história...
Como tudo o que cerca a televisão é envolto numa nuvem de egos, buchichos, futricas e afins, o que seria apenas uma substituição corriqueira já está rendendo papo pra manga. De acordo com alguns colunistas, as críticas e a queda no Ibope sejam a causa da saída da apresentadora - vale lembrar que a audiência do Show da Vida está caindo a patamares inéditos. E ruins demais para os padrões da TV Globo. Por outro lado, há quem diga que ela tinha dificuldades de relacionamento com os demais apresentadores da atração, entre eles, Pedro Bial e Renata Ceribelli.
Outra notícia dá conta de quem a agora ex-apresentadora do Fantástico já estaria negociando seu passe com a Rede Record. Será?
Por fim, há quem já preveja que a saída de Glória vai alterar muito pouco na fórmula do Fantástico. Aí é esperar pra ver...
Cá do meu canto, aposto que o tempo pode jogar por terra os boatos e esclarecer as razões dessa substituição abrupta. Fato é que Glória Maria é muito popular, e que deve ter muita gente lamentando sua saída do programa. Agora, também é fato que, para os espectadores mais exigentes, o tom quase puerial das reportagens de Glória deixa um pouco a desejar...
Sou da turma que torce para que a mudança seja positiva pra todos. Principalmente para o Fantástico, que ainda um tanto desinteressante ultimamente...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Carioca's Moonlight


A foto não é primorosa, mas vale o registro da bela noite de ontem, quinta-feira. Pintura no céu para presentear os cariocas nessa época em que a cidade fica ainda mais maravilhosa...

Enfim, wireless...

Então, ok, estamos na era do plug and play, das conexões universais, do universo tecnológico conspirando a nosso favor. Ah, como eu adoraria acreditar nisso! Seria o melhor dos mundos seguir as instruções do manual do novo - e caro - equipamento de informática que você acaba de comprar e...puf: vê-lo funcionar perfeitamente! Será que isso é pedir demais?
Se você estiver se perguntando a razão de tanta amargura, explico: tinha planejado que esse seria o primeiro post wireless do B@belturbo. E achava que, como todos os manuais sempre indicam, a instalação dos equipamentos seria simples e o texto seria postado ontem. O primeiro elaborado num notebook, enfim...um marco completamente dispensável na trajetória do blog, mas especial para um aficcionado por tecnologia como eu. Pois bem: li o complicado manual do equipamento - em inglês, porque tudo que é ruim sempre pode piorar - segui os mandamentos indicados no guia de instalação e não aconteceu rigorosamente nada! Nada de internet sem fio! Humpf!
Depois de tentar entrar em contato com o suporte técnico do fabricante do roteador sem fio por telefone - sem sucesso - resolvi checar o site da empresa e descobri um atendimento online ao cliente. Eis que me deparo com um 54° lugar na fila. Nada muito animador, né?
Do lado de lá do monitor, sou capaz de ver um americano que torce o nariz quando digo que sou brasileiro. E sem muita paciência para me dar as informações e, assim, realizar o seu próprio trabalho. Depois de uma hora de espera, e quase duas de diálogo via chat, entrego os pontos e resolvo dormir, afinal, diz o ditado diz que não há nada como um dia após o outro e com uma noite no meio...
Agora pela manhã, entrei em contato com o fabricante do tal roteador aqui no Brasil e, falando em português, finalmente resolvi meu problema. Cá está o post, elaborado no notebook e postado totalmente sem fio...Ah, coisa boa é a mudernidade, né não? Sem contar que o rapaz nem era adepto do tal gerundismo! É por essas e outras que eu creio, sim, num mundo melhor!!!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Noel na berlinda...

"Seja rico, seja pobre, o Velhinho sempre vem"...mas, afinal, quem é o tal Velhinho?

Tenho lido aqui e ali coisas sobre a figura do Papai Noel. Ontem, por exemplo, o Fantástico exibiu uma matéria cheia de cálculos sobre, por exemplo, a velocidade do vôo do trenó do Bom Velhinho, puxado por renas com altíssimo poder de arranque! A rapidez é tamanha que, segundo o estudo que originou a reportagem, explicaria a razão de nós não conseguirmos enxergar o gorducho barbudinho, apesar de sua indumentária nada discreta.
Hoje, a Folha publica uma matéria sobre Gerry Bowler, autor de "Papai Noel: uma biogragria". E o escritor explica que o distribuidor de presentes viveu no século 4, na costa da atual Turquia. Tratava-se de um velhinho de 1,68m, nariz quebrado, queixo e testa protuberantes e que, por causa de seus milagres, conquistou adeptos em toda a Europa. Com as reformas religiosas do século XVI, Nicolau acabou entrando no ostracismo. E só no século XIX sua figura ressurgiu, já com as bases que consagrariam o personagem como um dos principais símbolos dessa época do ano.
Tá bom, isso não muda nada em nossas vidas. Mas é interessante perceber esse poder de construção de um mito! Seguindo a teoria de Bowler, lá se vão 17 séculos desde que o velhinho pisou o solo desse planeta e ele segue, firme e forte, estrela maior da gurizada louca por um presentinho qualquer de Natal.
De minha parte, confesso, tinha medo do Bom Velhinho. Acho que aquela figura cheia de cabelo branco, barba branca, com um rosto quase indecifrável e uma voz muito grave me dava um certo pânico. Uma vez, cheguei a abrir o berreiro quando minha mãe tentou tirar uma foto minha com o "Noel tradicional" num supermercado. E ele, claro, limitou-se a bradar o seu "Ho, Ho, Ho"...
Só sei que bem antes dos meus 10 anos eu já sabia que o meu Papai Noel não tinha nada a ver com a imagem mostrada nos programas de TV. Meu Papai Noel era moreno, tinha 1,90m, olhos verdes e adorava ganhar de mim quandos jogávamos Atari. Figuraça esse velhinho, né não?
Fato é que a imagem de Papai Noel importa muito pouco. O que vale é a fantasia, a esperança que enche os corações e os olhos da meninada. E que, de uma forma ou de outra, a gente cresce e acaba deixando um pouco pra trás.
Portanto, desejo a todos um Natal cheio de esperança! E que Papai Noel - seja branquinho, barbudinho, baixinho e gordinho; moreno, oriental, negro, índio ou o que quer que seja - traga apenas coisas boas nessa noite especial!

domingo, 23 de dezembro de 2007

About an unforgetable Christmas...

Natal de 2006

Então é Natal, como diria aquela canção que a Simone fez o favor de eternizar, para alegria das FM's mais cafonas e para tristeza dos ouvintes mais exigentes. Sim, já é Natal, tal qual anuncia, desde o fim de novembro, o slogan da Leader Magazine. Mas, ao contrário do jingle do Guanabara, eu não acredito que esse meu Natal vai ser o melhor Natal. Vai ser, sim, um Natal de lembranças. E de saudade...
Desde sempre, passo Natal e Ano Novo na casa da minha vó. Família toda reunida, muita comida, muita bebida, e a velhinha toda contente, orgulhosa de ver todo mundo se entupindo com as delícias que ela sabia fazer como ninguém. Zelosa, ela escondia os bolinhos de bacalhau para evitar que eu e meus primos devorássemos o quitute antes da meia-noite. É, na minha família a ceia só é saboreada à meia-noite em ponto, depois dos abraços e beijos de felicitações.
Ela escondia. Mas a gente sempre descobria onde...
No dia seguinte, o dia de Natal, nova reunião. Hora de cair dentro do que sobrou da ceia, claro! Comer rabanada, bolinho de bacalhau, bolinho de carne...tudo gelado! Algo impensável em ocasiões normais, mas incrivelmente saboroso no Natal. Em todos os Natais! Sem falar na salada-de-frutas, nos ovinhos-de-codorna mergulhados no molho tártaro e no tal arroz japonês, a mais recente invenção da minha vó pras nossas fartas ceias em família.
Foi assim sempre. Mas não vai ser mais...
Amanhã estaremos todos reunidos, mas minha vó vai estar faltando. E que falta vai fazer a dona Zezé! Teremos todos que reaprender a festejar o Natal. Teremos todos que lembrar que essa separação é apenas física, que é apenas a cadeirinha dela que vai estar vazia. Porque, certamente, onde quer que esteja, minha vó vai continuar a passar todos os Natais conosco. E vai fazer de tudo para que todos eles sejam tão felizes quanto todos os anteriores, nos quais pudemos experimentar a doçura do seu abraço, o carinho dos seus beijos e todo o amor que havia lá dentro dos seus olhinhos...
Mas, caro leitor, esse não é um post triste. Longe disso! Semana passada, na aula de inglês, meu professor quis que eu falasse sobre um Natal inesquecível. Fiquei com os olhos marejados e tive, naquele instante, a certeza de ter vivido 27 Natais inesquecíveis. E isso não é pra qualquer um!
Deixo aqui, portanto, o desejo de um Natal inesquecível a todos os leitores e visitantes do B@belturbo!

sábado, 22 de dezembro de 2007

Mar de memórias*

O sol forte daquela tarde brilhava no céu azul, quase limpo de nuvens. O mar estava agitado, batendo forte na areia branca. De sunga e óculos escuros, Henrique observava o vai-e-vem sem fim das ondas. Decidira ir para Grumari assim que acabasse a reunião de pauta para a edição do dia seguinte do programa que apresentava na TV. A escolha tinha razão: sempre tivera a impressão de que a simples observação do mar o acalmava. Mais que isso: olhar para as águas verdes, tão persistentes diante da força das pedras e da areia era algo reconfortante. O gosto por essa apreciação tinha herdado do pai, seu Acácio. Assim como a predileção por Grumari, dentre todas as outras lindas praias do extenso litoral do Rio de Janeiro.
Acabada a reunião, foi ao encontro de sua praia predileta...
Acácio era um homem simples. Um militar completamente fora dos estereótipos criados – e tantas vezes seguidos – pelos seguidores da caserna. Capaz de ver poesia em tudo, tinha seguido a carreira militar logo depois que a morte do pai o obrigou a responsabilizar-se pelo sustento da mãe, dona Maria de Fátima. Aos vinte e cinco anos, já era terceiro sargento. À época, o casamento com Olga já durava dois anos. E o fruto da união, Henrique, passava dos seis meses de vida.
Olga contava ao filho que na primeira vez em que foram à praia juntos, ele tinha quase um aninho. Foi quando Acácio conseguiu comprar um Corcel 1972, usado, e que seria pago em suaves e intermináveis prestações. Depois da aquisição, a praia era o destino da família em todos os finais de semana ensolarados. E era uma diversão! Acácio acordava cedo para verificar se o carro estava em boas condições para a estrada. Olga e dona Maria de Fátima também saltavam da cama ao raiar do dia. Iam direto para a cozinha, preparar o farnel que supriria a família ao longo de todo o passeio. Alojavam em potes separados porções generosas de macarrão, carne-assada e salada de cenoura. Era o prato típico dos almoços de domingo naqueles tempos bicudos, de orçamento espremido entre a prestação do Corcel e o aluguel do apartamento em que moravam, em Piedade.
Farnel pronto, era hora de Acácio alojar toda a parafernália do passeio no porta-malas do carro. Com cuidado, cadeiras de praia, guarda-sol, esteiras, garrafas de suco de groselha e água e os potes com o almoço eram alojados. Também tinha um espaço para os brinquedos do pequeno Henrique.
Agora, tantos anos mais tarde e diante do mesmo mar de sempre, as lembranças vinham claras à mente do jornalista. Sentia-se como se estivesse assistindo a um filme, tamanho o realismo daquelas recordações e a força dos sentimentos por elas despertados. Só saia de sua viagem quando notava um ou outro banhista acenando em sua direção. Era o preço a se pagar por trabalhar na televisão...! Mas logo se concentrava novamente, e estava de volta ao seu mar de memórias. Memórias que a mãe e a avó lhe haviam transmitido. E também memórias suas, dos tempos em que, já maior, o passeio da família permanecia o mesmo. Época em que, lá pelos sete, oito anos, já não queria brincar de fazer castelos ou de catar os tatuís escondidos nas areias. Queria, sim, ficar ao lado do pai. Gostava de ver Acácio ler os jornais. Lia também. Nos primeiros tempos, os quadrinhos. Depois, passou a ler as páginas sobre esportes. Aos doze anos, ele e o pai já disputavam o primeiro caderno do jornal assim que chegavam à praia.
Depois de uma tarde solitária de lembranças, o sol se despediu e Henrique resolveu que também era hora de se despedir de sua praia preferida. Limpou a areia da calça e entrou no carro - um importado, bem diferente do Corcel do pai. Não abriu a mala, mas teve a certeza de que ela estaria, para sempre, carregada de boas lembranças de seus inesquecíveis verões em família.
*Esse post é um trecho de um pretenso romance que comecei a rascunhar três anos atrás. Deixei de lado, como todos os anteriores que já tentei escrever. Mas hoje, quando começa o verão, lembrei de tantos outros verões e desse texto. Reli, e achei que tem muito a ver com o meu atual jeito de ver as coisas...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Programão que não tem nada de amador...

Especial exibido pela Globo já parece ter lugar garantido na grade de 2008 da emissora. Uma ótima notícia para os admiradores do humor de qualidade...

Mais um post sobre televisão, admito. O blog não é monotemático, mas confesso estar numa fase difícil para buscar outras inspirações para a minha escrita. Portanto, peço desculpas de antemão pelo excesso de presença da telinha por aqui...
Bueno, a pedida da noite de ontem na TV Globo foi o especial "Os Amadores". Assisti para tentar me redimir por não ter visto os dois primeiros capítulos, badalados e indicados ao internacional Emmy - o Oscar da televisão.
Gostei muito! José Alvarenga, o diretor, é craque mesmo! Também são dele sucessos como "Mulher" e "Os Normais". Ao contar a história dos quatro quarentões que se descobrem à beira da morte, mais uma vez Alvarenga se saiu muito bem ao reunir elenco, texto - de Mauro Wilson - estética e humor tão primorosos. Coisa rara de se ver em tempos de humor pra lá de rasteiro na TV.
Apareceu por lá até o Derico, saxofonista do sexteto do Programa do Jô, como o namorado do personagem de Matheus Nachtergaele! E até que o carequinha de trança mandou bem no papel...
Otávio Müller finalmente parece bem aproveitado num papel e Cássio Gabus Mendes e meu xará, Murilo Benício, também está solto no papel do convencido médico Guilherme; que fez rir ao convidar duas beldades para a cama.
As notícias dão conta de que, em 2008, "Os Amadores" farão parte da grade de séries da Globo. Uma ótima pedida! Feito com tanto apuro e rigor, certamente esse programa vai deixar com ar de amadores muitas outras produções humorísticas que encontramos no line up atualmente...

O périplo de uma loira...

Sucessivas mudanças no horário e no formato de seu "Charme" criaram um clima desagradável entre Adriane Galisteu e o "patrão"...

Antes de mais nada, uma dica: pra quem gosta de ler notícias sobre os bastidores da TV - bastidores, não fofocas - a coluna do Flávio Ricco, na Tribuna da Imprensa, é um prato pra lá de cheio, leitura obrigatória mesmo.
Admiro o trabalho do Flávio e a Canal 1 faz parte do rol de leituras freqüentes do blogueiro aqui. E hoje, passando lá, vi que o "Charme", de Adriane Galisteu, vai mudar de horário pela enésima vez. Agora, passará a ser exibido nas madrugadas, cedendo seu espaço na grade vespertina do SBT para o "Fantasia". Galisteu está de férias e a novidade começa a valer a partir da próxima segunda. Até segunda ordem, é bom frisar, já que as coisas por lá mudam bastante...
Sem querer fazer trocadilho com assuntos natalinos, não dá pra não dizer que Adriane Galisteu está vivendo uma Via Crucis lá pelo Anhangüera. O descontentamento da loira já deixou de ser segredo há tempo e, cá pra nós, ela tem razão de ser: Adriane tem potencial, tem carisma, tem talento e sabe que pode render muito mais do que tem mostrado aos telespectadores - cada vez mais escassos - do canal do Homem do Baú.
Fato é que essa pendenga deve render muitos capítulos em 2008. Resta saber a quem caberá o final feliz...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Será que seduziu?

Acabo de assistir "Dicas de um sedutor", especial global estrelado por Luiz Fernando Guimarães. Não surpreendeu, também não decepcionou. E nem fez rir. Se bem que não sei se classificaria como comédia a história do tal consultor sentimental...
Cláudia Abreu, linda e competente como sempre, surgiu na tela para nos matar as saudades. Já Luiz Fernando parece buscar uma forma de diferenciar sua interpretação a cada novo trabalho. Gosto dele, acho engraçado; mas não dá pra negar que seus personagens sempre soam parecidos. Todos clones...
Confesso não querer arriscar um palpite sobre o futuro do programa. Até porque, confesso, também, que nem sei se gostei ou não do que acabo de ver. Tenho a ligeira impressão de que tudo me pareceu muito sem propósito...
Bom, há quem tenha gostado. Uma comunidade no orkut, com mais de 400 membros, já reúne vários admiradores da atração. Clique aqui pra conferir!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Conto de Natal no telejornal...

Nessa época em que só se pensa em Natal, vi ontem uma matéria que me emocionou no RJTV. Era a história de um menino que escreveu para o Papai Noel dos Correios, como fazem milhões de crianças, pedindo um presente ao Bom Velhinho. Só que o menino pediu um dicionário!
Isso mesmo: o sonho de Natal do garoto era receber o dicionário que sua família não teve condições de lhe dar. Atendido, ficou todo pimpão com um exemplar do Aurélio nas mãos, dizendo que sua maior alegria é descobrir o significado das palavras desconhecidas que encontra nos livros que tanto gosta de ler...
Fiquei pensando em todos que poderiam ser felizes com tão menos do que essa época - de consumismo tão exacerbado - nos faz crer que é possível. E lamentei por não ter ido até uma agência dos correios para tentar realizar um desses belos sonhos de Natal...

Inusitada promoção...

A mídia tem falado bastante nos últimos dias sobre a tecnologia 3G da telefonia celular, que deve começar a bombar no ano que vem, nos oferecendo mais serviços, mais recursos, e nos levando mais algumas dezenas de reais...
Espero que tudo melhore mesmo. Porque, francamente, as coisas andam muito esquisitas nesse setor! Inclusive as famigeradas promoções que as companhias criam para nos "agradar". Ontem eu me deparei com um desses "mimos". Ligou pra mim uma moça, adepta do gerundismo, e disse que a operadora de telefonia celular gostaria de "estar me informando" sobre uma nova promoção. Respondi que, se o informe fosse rápido, poderia ouví-la.
Ela garantiu rapidez. E vou tentar reproduzir o tom da surpreendente conversa que se seguiu:
- Senhor, a partir de hoje a nossa empresa estará reduzindo os valores das ligações para telefones fixos. Atualmente, essas chamadas custam R$ 0,60 centavos por minuto. Com a redução, os valores estarão sendo fixados em R$ 0,15 centavos por minuto.
- Olha, que coisa boa! - eu disse, sensibilizado com o que parecia ser uma altruísta oferta da empresa.
- Senhor, para que essa redução esteja sendo validada pelo sistema, a nossa conversa vai estar passando a ser gravada. O senhor aceita a redução...
Aí eu estranhei. Promoção que é promoção não precisa de aceitação do cliente! E muito menos de conversa gravada! Como gato escaldado teme a água fria, fiz a pergunta-chave:
- Só um instante, colega (sim, chamei a moça de colega!!!) Eu vou precisar pagar alguma coisa pra ter direito à essa promoção?
Mas eu já sabia qual estaria sendo a resposta...
- Sim, senhor! R$ 29,90 mensais por um pacote de 200 minutos em ligações para fixos.
Inaugurava-se, pelo menos para mim, uma nova modalidade de marketing promocional: aquela na qual o cliente paga mais para ter desconto...! Desiludido, pulei fora da empreitada. Incrédula, a moça insistiu:
- Mas senhor Murilo, por que o senhor não quer a nossa promoção?
- Porque eu não quero dar mais dinheiro pra empresa! E, pra te falar a verdade, nem tenho esse tempo todo pra ficar no telefone...
Eis que a insistente atendente guardava nas mangas uma cartada final:
- Então o senhor tem 6 meses de graça para estar experimentando o nosso serviço...
A experiência, no entanto, me fez novamente desapontar a moçoila:
- Depois desses 6 meses vocês vão começar a me cobrar, não é?
Sentindo que o caldo tinha entornado, minha interlocutora disse, constrangida:
- Ao término do período, o senhor pode estar entrando em contato com a central de relacionamento para estar cancelando o serviço...
- Colega, façamos o seguinte: não quero experimentar nada não, tá? Nem de graça!
Imagina na era das video-chamadas, uma das grandes novidades da tecnologia 3G? O que me conforta é que a gente vai poder fazer sinal feio pras operadoras de telemarketing em casos desse tipo, por exemplo...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Qualquer semelhança...

Duas senhoras se conhecem na fila da loteria. A espera é longa e aquele papo furado parece inevitável. O assunto? As agruras da vida num mundo que parece cada vez mais violento. Assustadas com jovens que agridem domésticas e espancam homossexuais, com traficantes que ateiam fogo em ônibus e com balas perdidas que cruzam os ares para tirar vidas inocentes, as duas lembram de tempos outros, quando o mundo parecia mais tranqüilo. E melhor...
- Hoje a gente só está aqui pra sofrer, pra passar por tristeza! É uma vida muito dura! - queixava-se a mais cética, enquanto a outra apenas balançava a cabeça, em sinal de concordância.
Por alguns segundos, faz-se o silêncio. A fila continua parada. E a senhorinha mais combativa resolve arrematar o discurso:
- Ainda dizem por aí que Jesus vai voltar! Imagina! O que ele ia querer aqui?
É a deixa para que a outra senhora, um pouco mais reservada e complacente, ganhe ares mais enfáticos:
- Mas eu acredito na volta do Senhor Jesus! Acredito na salvação!
E a velhinha mais reclamona não se faz de rogada:
- Salvação? Se Jesus for voltar mesmo, é melhor jogar uma bomba e acabar de destruir essa porcaria toda!
Faz-se novo silêncio, quebrado apenas pela caixa da loteria, que grita:
- Próximo!

Reconectando...

Não gosto de repetir assunto com pouco intervalo entre os posts mas, lá vai: de molho em casa, vi ontem uma edição inteira do "Conexão Xuxa". E fiquei sem entender a razão da baixa audiência do programa. Como disse no post da semana passada, é fato que Xuxa não parece nada espontânea no comando da atração. Mas, como ela aparece pouco, isso não compromete a idéia da gincana.
"Conexão" é bem produzido, bem editado, tem belas locações e um "elenco" que, ao misturar atletas, atores e adolescentes, resulta diverso e interessante. É uma boa opção pro início da tarde de domingo na TV aberta, sim. Mas, cá pra nós, continuo achando que Xuxa poderia trabalhar um pouco melhor a voz...e buscar, não sei de que forma, uma reconexão com o público mais adulto.
De repente, pode dar pé e essa conexão que começou lenta como as velhas conexões discadas, pode ganhar fôlego de banda larga...

domingo, 16 de dezembro de 2007

Blogs novos no pedaço...

Um casal de amigos resolveu entrar pro time de adeptos da blogosfera: Bárbara Pereira e Fernando Molica estão badalando blogs novinhos em folha (na verdade, o do Molica passou por uma reforma; algo como um lifting, e está tinindo).
Visitá-los é garantia de encontrar bons textos e bom humor...
Anotem:
Desde já, os dois já estão na lista de blogs amigos do B@belturbo.
Aprecie sem moderação!

Valeu!!!

Esse post é, como já deixa claro o título, um agradecimento aos amigos que me deram força nesses dias difíceis. Cada um com um gesto, com uma palavra; mas todos com o mesmo carinho e a mesma boa intenção. Bárbara, Sérgio, Telma, Fabi, Érika, Renata, Florenza, Gustavo Melo, Gustavo Tito, Thiago, Carlinhos, Naila, Vitor e Rodrigo: agradeço a cada um de vocês pelas palavras de conforto, pela força e, principalmente, pela amizade. Valeu mesmo!
Volto ao blog hoje, dia 16 de dezembro, e me parece muito curioso notar que, há exatos cinco meses, o tom do post era de extrema felicidade, como você pode conferir aqui. Vida louca, de altos e baixos; e que a gente deve viver intensamente, sempre buscando se cercar das pessoas amadas e aproveitar tudo que de melhor cada encontro puder oferecer...
É o que sempre fiz com a minha vó. E é o que sempre busco fazer com todos que são importantes pra mim...
E vamos voltar à programação normal...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Minha estrelinha se foi...


Essa foto é uma doce lembrança de um dos dias mais bonitos e felizes da minha vida. O dia em que eu entrevistei minha vó no Jardim Botânico e gravei tudo pro que viria a ser um documentário sobre a vida dela.
Só por ter vivido um dia como esse, eu tenho toda a certeza de ser um cara abençoado. E se é que há escalas de bençãos, julgo-me mais abençoado ainda por ter tido, ao longo desses 27 anos, uma vó tão companheira, amiga, amorosa e carinhosa; sempre por perto. Sempre rindo de minhas histórias e torcendo por novas vitórias. Uma vó que, ao longo dos últimos anos, não perdeu um único programa meu na televisão - e que sempre fez questão de me dizer do quanto me achava lindo e "inteligente". Uma vó que só me deu amor, sem nunca querer nada em troca.
Minha vó querida, que eu achava a velhinha mais bonita do pedaço, sempre cheirosinha nas nossas festas de família. Sempre preocupada em saber se eu estava "gostando da comida" e, como eu sempre dizia que gostava, tornava a se preocupar, dizendo que estava "comendo tão pouquinho..."
Comigo, vou guardar pra sempre a lembrança desse cheirinho que senti na hora de tirar essa foto. O seu olhinho brilhando no dia do seu último aniversário e todas, todas as palavras de amor que você sempre me disse.
É triste, mas Deus levou minha vó pra enfeitar o céu ontem. Ela foi e nos deixou com muita saudade, com muita tristeza; mas com muito mais lembranças boas e motivos pra sorrir...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O que houve com Xuxa?

O xis que Xuxa não gostaria de ver em seu programa: aquele que é sinônimo de cancelamento...

Li nos jornais do início da semana que o novo programa de Xuxa, o "Conexão Xuxa", tomou uma certa surra da "Turma do Picapau", exibida pela Record. Já tinha lido antes que o "Conexão" é uma aposta alta da TV Globo, e a Folha chegou a publicar que esse é o primeiro teste ao qual a loira é submetida em mais de 20 anos na emissora da família Marinho.
Confesso que não vi um programa inteiro. Mas, pelo que notei, trata-se de uma mistura de "No Limite" e "Passa ou Repassa". Com Xuxa. E acho que aí mora o perigo...
Nunca fui preconceituoso em relação ao trabalho de Xuxa. Acho que ela tem seu valor, tem seu carisma, trabalhou duro e conquistou um espaço merecido no showbizz. Entre os 80 e 90, a mídia esteve aos seus pés e ela teve competência para trabalhar isso de forma favorável, com desenvoltura diante das câmeras e parcimônia no trato de sua vida pessoal. Pra mim, todas essas são qualidades da moça.
Depois no nascimento da filha, no entanto, a coisa mudou de figura. Xuxa - já consolidada como comunicadora para toda a família - apresentava o "Planeta Xuxa", sempre com audiência satisfatória e, do nada, resolveu cancelar o programa e voltar-se aos baixinhos. Só que os baixinhos dos anos 2000 eram outros. São outros. E, ao que parece, não querem papo com a Rainha. "Xuxa no mundo da imaginação" foi um fracasso e "TV Xuxa" não seguiu rumo muito diferente.
Mudanças atrás de mudanças, a loira insiste num caminho oposto ao seguido por antigas rivais na disputa pela atenção dos pequenos, como Angélica e Eliana, que parecem ter escolhido o momento certo para mudar de público. E, agora, com os baixos números conquistados pelo seu "Conexão", a loira global parece demonstrar ter perdido o bonde da comunicação com os "altinhos". Na tela, Xuxa soa um tanto forçada, com uma voz incrivelmente infantil e, algo até então inimaginável, longe de aparentar o carisma de antes.
Daí o título do post. O que houve?
Houve que, ano que vem, a mãe da Sasha vai ter seu programa infantil cancelado pela Globo, como publicou a Folha na noite de ontem. Uma nova atração - para toda a família - será produzida para ocupar as tardes de sábado do plim-plim. Mais uma chance para Xuxa mostrar que quem foi rainha nunca perde a majestade...
Será?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Predictions...

E então vou te ver. Hoje, provavelmente numa noite quente e abafada. Ou, quem sabe, chuvosa, cheia de raios e trovões ocasionados pelas altas temperaturas de um dia calorento como têm sido os últimos. Vou te ver hoje e ninguém sabe quando mais...
Te ver e ter uma vontade louca de mergulhar nesses olhos e provar da tua boca de novo. Te ver, abraçar e me deixar abraçar pelos braços mais gostosos que já me envolveram: os teus. Te ver e sentir o fel da saudade tomar conta do meu paladar. Te ver e disfarçar cada segundo dessa vontade louca de chorar colocando nos lábios um sorriso.
Porque sinto que todos os meus sorrisos, depois de você, encontraram, finalmente, uma razão de ser.
Vou te olhar com o mesmo nó na garganta que já me sufoca agora. Olhar você e me esforçar para guardar na memória falha com a qual fui agraciado cada pedacinho, cada pixel dessa sua expressão cheia de paz e tranqüilidade. Guardar o cheiro mais doce que já senti em alguém, o olhar mais verdadeiro que já senti direcionado a mim. Talvez porque contigo eu tenha me mostrado em minha forma mais falha, mais irregular e, portanto, também mais verdadeira.
Se as mãos não tremerem demais, vou querer segurar as tuas mãos. Sentir-lhes o peso, o toque e a suavidade que já pude sentir em ocasiões tão diversas. Recostar no teu peito e sentir o som do teu coração, como já fiz algumas vezes sem que você sequer percebesse. Sentir esse som tão puro, tão cheio de vida, de uma energia tão boa, capaz de tornar tudo ao seu redor mais pleno, mais calmo. Menos eu, que sempre senti um certo nervosismo quando nos encontramos...
E se a voz não falhar, vou querer cantar pra você uma música que já cantamos juntos e que, embora você não saiba, diz muito de todas as minhas histórias de amor - e dessa louca história que ganhou tanta importância nessa minha não menos louca vida. "Always" é a canção que fala de alguém fadado a amar para sempre. E é assim que me sinto: presenteado com a sorte de poder amar alguém tão especial pra sempre...mesmo numa história em que a saudade parece ser a personagem principal.

Mais um belo livro de Khaled Hosseini

No post anterior eu falei de banzo de fim de livro mas, felizmente, eu tenho um ótimo livro nas mãos e estou apenas começando. Mas, ansioso que sou, não poderia deixar de dividir a dica com você, fiel leitor do B@belturbo. "A cidade do sol" (A Thousand Splendid Suns), de Khaled Hosseini, é um primor! Delicado como já tinha mostrado no best-seller de estréia, "O caçador de pipas", Khaled agora conta as histórias de duas mulheres que têm seus destinos cruzados.
Fico impressionado com o talento do autor e com o potencial imagético de suas narrativas. Digo isso porque ao ler as páginas da história de Mariam - uma das protagonistas de "A cidade..." - a gente se pega imaginando um Afeganistão tão distante e que, graças à força das palavras escolhidas por Khaled, acaba nos parecendo próximo demais - e até familiar!
Belíssimo livro! E uma ótima dica para os que não sabem o que dar ou o que pedir no tradicional amigo-oculto de final de ano...

Banzo e dica...

O elenco principal de "Six Feet Under": Freddy Rodriguez, Rachel Griffiths, Lauren Ambrose, Peter Krause, Frances Conroy, Michael C. Hall e Mathew St. Patrick. Um time de grandes atores, mas o blogueiro destaca as atuações femininas...

Acabei de ver o último episódio de "Six Feet Under" em dvd. É o fim de uma maratona que durou quase dois meses. E estou encantado com as sutilezas desse seriado, com as maravilhosas interpretações do elenco, com a falta de lugares-comuns, com a criatividade dos roteiros...enfim; trata-se de uma produção primorosa.
A interpretação de Frances Conroy (Ruth) é comovente do primeiro ao último episódio. Solitária, controladora, a matriarca da família Fisher descobre, lá no início da história, que precisa percorrer um longo caminho para se aproximar dos filhos e batalhar pela própria felicidade.
Rachel Griffiths (Brenda) além de linda também faz um belíssimo trabalho. E tem um fim que desagradou ao romântico blogueiro aqui...mas, enfim, é genial!
Lauren Ambrose (Claire) é daqueles personagens que todo ator gostaria de defender. Rebelde, e, ao mesmo tempo, doce e sonhadora, a caçula da família também desenha uma trajetória fantástica no desenrolar dos capítulos. E sua intérprete também se mostra uma grande atriz nas cinco temporadas - da primeira à última aparição na tela.
Falar da vida pelo viés da morte foi uma sacada genial da equipe de criadores e a realização beira a perfeição. Os diálogos inteligentes, nada previsíveis e a idéia de que nada faz mesmo muito sentido nessa nossa existência doida me fizeram um grande fã dessa produção.
E aí, como acabou, bate aquele vazio de quando você acaba de ler um livro sensacional, sabe? Daí o título...

domingo, 9 de dezembro de 2007

A filosofia do enlatado...

Hoje, vendo um dos episódios da última temporada de minha série predileta, "Six Feet Under", uma das personagens disparou uma frase que, por sua vez, disparou uma série de pensamentos no meu cérebro. "A vida não é uma máquina onde se deposita virtudes para ganhar felicidade em troca", disse a moça da ficção.
Gostei da frase, da imagem que ela supõe e pensei em anotá-la num pedaço de papel para tornar possível esse post. Não anotei, não quis parar de ver o dvd. E agora, diante do PC, a primeira coisa que me veio à cabeça foi a cena. A conclusão da personagem até pode parecer boboca, mas se choca com uma série de ideais que alguém tratou de incutir em muita gente por esse mundão.
É como a história do Papai Noel, que "só dá presentinho pra quem se comporta bem e tira boas notas na escola", lembram? Uma idéia simplória de troca, que fez do velhinho barbudo e vestido de vermelho o responsável por tantas frustrações de garotos e garotas que sempre preencheram os requisitos e nunca viram a cor do presente de seus sonhos; talvez grandes demais para os orçamentos de suas famílias bem intencionadas.
É como quem está infeliz com a própria história e resolve se auto-flagelar, questionando os rumos seguidos pela vida, já que "sou legal, mereço ser feliz"...
E quem nunca fez isso?
Tem horas em que não creio nesse ideal de felicidade mágica, full time. Aliás, na maior parte do tempo é assim que penso. Gosto da idéia de que todos experimentamos momentos felizes; e que a sabedoria da vida está em saber aproveitá-los sem pensar que "algo maior - e melhor - pode estar por vir".
Tem horas em que penso que felicidade é como ônibus em dia de chuva: basta esquecer que existe pra que apareça...por outro lado, como diria aquele baiano célebre, "ou não"...
É, o post serviu só pra aprofundar essa reflexão meio louca. Acho melhor voltar para a série, para o dvd. Quem sabe não me surpreendo com outra frase genial e despretensiosa?

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Mais barbárie...

Caso do jovem homossexual espancado em Niterói acende a polêmica sobre a homofobia: até onde vão a covardia, a intolerância e o preconceito? E até onde podemos deixar que tudo isso chegue?


Os três covardes que espancaram o jovem Ferrúcio Silvestre, em Niterói, são exemplo do que há de pior nessa nossa sociedade! Traduções mais perfeitas do cinismo que esconde o desrespeito à diversidade sob o manto de um ideal de sociedade cordata que, vez por outra, explode e encontra vítimas como esse jovem de 19 anos, agredido apenas por ser gay.
Li a notícia, fiquei chocado com a foto e fiquei me perguntando: por que será que os três caras resolveram espancar o Ferrúcio? Confesso que nem precisei gastar mais de um minuto pra sacar que, por tás dos socos, pontapés e de toda a selvageria a qual o rapaz foi submetido, muito provavelmente está a forma encontrada pelos animalescos agressores para promover uma auto-negação; um jeito de deixar claro o desacordo com a própria condição, com o próprio corpo; talvez, com o próprio desejo.
Porque "homem que é homem" nunca precisou agredir ninguém para sê-lo. Mais que esses três paspalhos, tão empenhados em demonstrar essa forma primitiva de parecer másculo, Ferrúcio se mostrou um grande ser humano ao estampar os jornais e esfregar na cara de todos nós, brasileiros, que a homofobia é grave, que mata, e que precisa se converter numa bandeira de luta de toda essa sociedade, se é que, de fato, ela se pretende mais justa, fraterna e pacífica.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Muito papel demais!!!

O blogueiro quer saber: o que você faz com toda a papelada que as empresas te enviam durante o ano? O envio desenfreado de correspondências indesejadas é o tema desse post e, no centro da polêmica - e da foto acima - está a calcinha da discórdia...


Daqui a 24 dias, o ano se despede de nós. Não sei em relação a vocês, mas eu sei que vou demorar um bocado pra me despedir desse 2007. Simplesmente porque todas as empresas com as quais eu tenho algum tipo de relação - telefônicas, bancos, provedores, TV a cabo e afins - passaram o ano todo me lotando de correspondências. E, só agora, ao apagar das luzes, notei que uma pilha dessas cartas inúteis acabou se acumulando em meu armário. O que fazer de todas elas? Não dá pra simplesmente apresentar-lhes o caminho do lixo, porque há dados pessoais, números de documentos e afins. Por outro lado, se optar por rasgar, estou certo de que passarei algumas horas empenhado na missão. E, de certo, terei calos nas mãos por recompensa...
Agora, cá pra nós: em tempos de pensamento ecológico, de discussão sobre o desenvolvimento sustentável, será que nenhum marqueteiro teve a idéia de acenar com o fim dessa papelada toda? Ok, meu banco me envia extratos impressos em papel reciclável. Mas é, ainda assim, papel. Ainda assim demanda energia em sua fabricação. Isso pra não falar nesses folhetos imbecis de propaganda, por exemplo, da TV por assinatura. Se há um guia de programação eletrônico, se há um site, e se a empresa sabe que eu tenho acesso a ambos, porque, MEU DEUS, me enviar um folder em formato de calcinha (alguém lá deve ter achado a idéia genial) pra me avisar que Marcos Palmeira volta a interpretar o Mandrake? Completamente dispensável!
Pelo visto, 2008 vai começar com uma fogueira no melhor estilo junino aqui na minha casa...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O novo disco da Abelha Rainha...

Disco novo de Maria Bethânia é bom, mas destoa um bocado da grandiosidade do espetáculo que lhe serviu de matriz...

Um disco de Maria Bethânia é sempre um disco de Maria Bethânia. E isso quer dizer requinte na produção, repertório bem escolhido, belos arranjos e interpretações marcantes para canções e textos. "Dentro do mar tem rio - ao vivo" não foge à regra. Mas, ainda que seja fã da cantora, não posso deixar de notar que há algo estranho nesse disco. Pareceu-me um pouco frio para um disco ao vivo, registrado num show tão arrebatador quanto o que origina este álbum. Digo isso porque assisti ao espetáculo em duas ocasiões e, em ambas, notei uma platéia muito mais efervescente do que a que aparece nas faixas desse cd duplo. E mesmo quando o coro se empolga, surge num volume baixo, como se nota em "Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite".
Também não dá pra não notar que a voz de Bethânia parece não ter sido "retocada" digitalmente. O que está no disco é a alma da intérprete, inclusive com pontuais falhas e com a total supressão dos agudos tão festejados nas gravações originais de músicas como "A dona do Raio e do Vento".
Ponto positivo: a inclusão do festivo bis que agrega "A-la-la-ô", "Chiquita Bacana", "Chuva, suor e cerveja", "Água lava tudo" e "Frevo Molhado". Divertido! Sem falar na já antológica interpretação do texto "Ultimatum", sempre arrancando efusivos aplausos da platéia.
Agora é esperar o Dvd, que deve ser gravado no próximo final de semana, em São Paulo. Tomara que o vídeo retrate melhor todo o esplendor desse grande espetáculo. E que a platéia da Terra da Garoa se anime mais...

"Se você disser que eu desafino, amor..."*

Um dia, caminhei tanto que acabei por me perder em minha própria caminhada. Sem norte, sem sorte, me afastei de tudo o que sou para tentar sê-lo de outro jeito. Como quem passa um tempo carregando um piano para um concerto fadado ao fracasso, insisti nesse caminho bem pouco, felizmente.
Quando me livrei do peso do piano, tempos depois, a experiência me fez lembrar de qual é o meu rumo. Livre, leve, solto; experimentando concertos mais harmônicos, alguns bem sucedidos, outros, menos. Mas, ao contrário do som que tirei do velho piano, agora me aventuro por melodias mais alegres, festivas; que deixam apenas boas lembranças mesmo quando as cortinas se fecham.
Aí que mora a beleza da maturidade: aprender! Aprender sobre todos e todas as coisas. Aprender a pensar (muito) antes de agir. E a saber que mesmo os belos pianos são capazes de notas desafinadas, melodias desagradáveis e sons inoportunos.
Sem falar que, depois de carregá-los, é complicado se livrar deles...
* Sim, você já ouviu esse título em algum lugar. Ele é parte da canção "Desafinado", do mestre João Gilberto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A TV Brasil está no ar...

Cláudia Tisato, Liliane Reis, Renana Lessa, Luciana Baptista, Bárbara Pereira, Ivana Bentes, Geovana Cypreste e eu: só faltou Luciana Barreto pra turma do "Revista Brasil" aparecer completa na foto


Domingo, dois de dezembro, pouco antes do meio-dia. Lapa, Rio de Janeiro. No estúdio 3, que até a véspera pertencia à TVE, dezenas de profissionais ajustavam equipamentos. Clima de ansiedade e, acima de tudo, muita vontade de acertar...
Ao meio-dia, entrou no ar a TV Brasil, a TV Pública que tem a proposta de levar para a telinha a diversidade, a pluralidade que marca esse nosso país. Um vídeo mostrou o percurso da televisão no país e ali, de pé, no meio do estúdio, senti um arrepio danado. Aquele friozinho na barriga, aquela vontade de acertar. E lembrei de todas as mensagens carinhosas enviadas por tantos amigos desde a quarta-feira, quando soube que iria fazer parte do time de âncoras do Revista Brasil, o primeiro programa da nova TV. Rezei, pedi a todos os santos luz e força pra mim, pra todas as meninas, e pra todos os que estavam nos bastidores da transmissão. Uma turma querida que dividiria comigo a jornada, a labuta e aquele momento histórico.
Só quem esteve naquele estúdio sabe o que foi que todos nós vivemos nos últimos dias. Só quem esteve lá sabe da garra, da competência e do profissionalismo de uma turma que trabalhou mais de 12 horas por dia pra que o resultado no vídeo fosse o melhor possível.
Tive a sorte de estar cercado por mulheres nessa estréia. E pra quem acha que o clima em TV sempre é de competição, digo com um sorrisão no rosto que com a gente não foi assim! Estávamos ali pra ajudar uns aos outros, pra bater bola, pra não deixar a peteca cair! Cláudia, Lili, Renana, Geovana, Luciana e Ivana se mostraram grandes - e divertidíssimas -companheiras de vídeo. Sem falar na velha dobradinha com minha amiga Bárbara, sempre um prazer...
Com quase 11 horas de transmissão ao vivo, é claro que houve falhas. Mas só os que tentam erram. Nós tentamos e fizemos decolar o avião da TV Brasil...
E mais uma vez, obrigado aos amigos: Naila, Sérgio, Gustavo Melo, Marquinho, Gustavo Tito, Vitor, Rodrigo, Érica, Érika, Telma, Fabi, Tati, Fábio, Andréa Thompson, Diogo, Luciana Ribeiro...e todos os demais, claro!
E aos colegas que estavam lá, obrigadíssimo também! Alexandre (cinegrafista que me olhou e disse, poucos minutos antes do começo que eu iria arrebentar), Iracema, Arianna, Eliane e Miriam (que cuidaram da maquiagem com um entusiasmo de quem também iria aparecer no vídeo), Rubem, Ricardo, Beth, Kelly e Virgínia (a turma do figurino e camarim), Valtinho e Manel (os iluminados da luz...), Érika, Valéria, Hércules, Maicon, Tiago e Carlos Soton (da produção, sempre atenciosos pra caramba, sempre parceiros!). Além da turma nova da TV Brasil que não vou citar por ainda não ter decorado o nome de todos...
E, claro, à minha mãe; que rezou por mim e me deu muita força pelo telefone! E a meu pai, que me deu uma bela vitória de presente um dia depois de seu aniversário! Esse velho me protege muito lá de cima...
Valeu, turma! E vamo que vamo!

Aquele abraço...

A mais remota lembrança que tenho tua, creio, é a de um angu à baiana passado do ponto. Verdade convertida em lenda, gerando horas e horas de muita risadaria para toda a minha família. Recordo da festa, da gincana, da corrida de saco, de equilibrar o ovo cozido na colher em tua vila.
Também me lembro do seu jeito doce de me dar adeus sempre que passava por tua casa, a caminho da casa de meus primos. Das piadas pesadas que contava a todos, todas as noites, e do curioso som de sua gargalhada, quando éramos nós os contadores de anedotas...
E no dia mais triste da minha vida, quando meu pai se foi e levou com ele o chão em que eu pisava, corri desesperado em busca de um abraço qualquer que fosse capaz de me fazer crer que aquele era o pior pesadelo já sonhado por mim, molecote de 10 anos. Foi teu o abraço que encontrei. Ele não me desmentiu a morte de meu querido pai, mas me aconchegou; me fez sentir protegido e fez arrefecer um bocado aquela estranha dor tão inédita e tão forte.
Ontem, cheguei em casa com um sorriso nos lábios depois de vencer um grande desafio e a notícia de tua partida me fez chorar. Chorei porque, prepotente que ainda sou, discordei do fim triste que a vida te reservou. Chorei porque não haverá mais risadas, nem piadas contigo. Chorei porque lembrei que, há um ano, quando te vi pela última vez, teus sentidos já estavam embaralhados e já parecias uma menina confusa, assustada e desprotegida. E, sobretudo, chorei por nunca ter aproveitado uma única oportunidade para lhe dizer o quanto aquele abraço de 16 anos atrás havia sido importante pra mim.
Chorei porque vou sentir saudades de ti, dona Narcisa.
Rezo para que Deus a ponha num bom lugar...