sábado, 26 de outubro de 2013

Ivete Sangalo e Silvio Santos: encontro de gigantes no Teleton 2013




Noite de sábado, em casa, sozinho. Troco de canal e me deparo com o Teleton. Parei pra ver na hora, claro. Como disse no Twitter, acho que essa campanha é um dos maiores acertos do SBT. O programa é um formato importado, criado por emissoras latinas - o que torna ainda maior sua identificação com a emissora de Silvio Santos. Aqui a causa é pra lá de nobre: o dinheiro das doações vai para a AACD,  mantenedora de centros de reabilitação para o tratamento de pessoas com deficiência.
A madrinha do projeto foi Hebe Camargo, como Silvio sempre faz questão de lembrar. Contratada do SBT, ela convenceu o patrão a embarcar na iniciativa. Hebe e Silvio acreditaram na solidariedade do povo brasileiro e, hoje, o tempo mostra que estavam certos...
Nesta noite, no entanto, o show foi de uma outra dupla. Se tradicionalmente Silvio Santos e Hebe encerravam a maratona televisiva juntos, desta vez o previsto era um desfecho em família: ao lado do dono do SBT estavam a filha, Patrícia, e o neto, Tiago Abravanel. E a atração musical era Ivete Sangalo. Mas bastaram poucos minutos em cena para Ivete e Silvio tomarem conta palco. Num bate-bola afiadíssimo, fizeram o auditório e o público de casa gargalhar. O carisma dos dois é incontestável, e resultou num espetáculo que deixou Tiago e Patrícia relegados à figuração. Teve de tudo: Silvio pisando no pé de Ivete durante uma dança, a cantora segurando dálias para o eterno Homem do Baú ler seus textos, poses para fotos do Instagram e muitos momentos hilários. Ao autografar as sandálias doadas para o leilão da campanha, Ivete ouviu Silvio criticar sua assinatura. "Não me venha cobrar caligrafia bonita que eu sou cantora, não preciso!". Ele também fez graça: "Ivete, até que você ainda tá bem...", brincou, pra logo elogiar a forma da baiana.
Mas o momento mais engraçado da noite - além da hora em que Silvio confundiu a marca de cosméticos Nívea com uma suposta convidada, perguntando: "Quem é Nívea? Cadê a Nívea?" - foi quando Ivete, num número digno dos melhores espetáculos de stand up comedy, imitou vários quadros de programas eternizados por Silvio Santos. Às gargalhadas, o dono do SBT não fez questão de esconder o quanto estava gostando da farra. Em um determinado momento, chegou a dizer: "Ivete, além de cantar você pode ser apresentadora".  Ela logo devolveu: "É só você me dar um programa aqui..."
Foi um programa memorável. Ivete Sangalo, goste-se ou não de suas músicas, é uma das personalidades mais carismáticas e versáteis do showbizz brasileiro. Hoje, na minha opinião, ela fez uma de suas melhores apresentações na televisão - e lá se vão 20 anos de carreira. Deixou o maior apresentador do país sem palavras, convertido ao papel de espectador. E comandou a festa da solidariedade com irreverência e alegria, suas marcas registradas. Antológico!
Em tempo: com Ivete no palco, o Teleton permaneceu na liderança da audiência. Por volta de uma da manhã, o SBT marcava 11 pontos. Sinal de que o público entendeu que o momento era mesmo único...  

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O que é o amor?

Amor? Dizem que é paz, que é tranquilidade. Que é deitar do lado de quem se ama e ter vontade de sentir o tempo ir congelando até parar. Dizem que é encontrar refúgio em outra alma, aconchego em outros braços, confiança em outro olhar. Também dizem que amor é sintonia, encontro. Destino? Talvez...
Amor também é verdade. É respeito. É parceria. É crer, em dupla, que aquilo que se está construindo a quatro mãos pode se tornar uma das principais certezas da vida - essa sempre tão incerta. Amor é ter saudade, querer sempre mais. É contar segundos até estar novamente perto. Do lado. Dentro de quem se ama...
Amor é tanta coisa. Tem tantos sentidos, tão plurais significados. Dá até pena notar que tanta gente fala dele sem sequer roçar a superfície doce e grandiosa do sentimento traduzido pela bela união dessas quatro letras... 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Passa tão rápido...


Dia desses eu estava enfrentando naves alienígenas jogando Megamania no meu Atari. Ou lançando bombas sobre navios no River Raid. Isso foi pouco depois de ganhar meu primeiro Ferrorama, que, de tão grande, não cabia na sala da casa em que morava...
Foi nessa época em que ganhei um microfone e uma caixa amplificadora, pra brincar de apresentar o Jornal Nacional e o Globo de Ouro - aquele programa musical que os mais jovens descobriram agora, na reprise do Viva...
Meu Deus! Foi outro dia em que minha mãe me ensinou que o R minúsculo era um "caixotinho" e que o E, também minúsculo, parecia uma bailarina em movimento. Pouco depois eu fiz minhas primeiras redações, li os primeiros gibi da Mônica - dentre as centenas de outros que leria em seguida.
Terá sido ontem que aprendi a pintar? A colorir os mapas com bolinhas de papel crepom? A colocar um grão de feijão pra germinar no algodão? A achar o valor do quadradinho?
Ou foi na véspera que aprendi que uma notícia deve dizer sempre como, onde, quando, o quê e o porquê? Talvez tenha sido no mesmo dia em que aprendi a olhar pra lente da câmera como quem olha nos olhos de um querido interlocutor.
Não sei quando foi. Mas troquei de brinquedos e de brincadeiras. Tudo de um dia pro outro, de modo tão veloz que não me parece exagero algum dizer que transcorreu num piscar de olhos.
Cresci, namorei. Conheci o amor. O prazer. E a desilusão. Pedi uma moça em casamento e fiz dela minha esposa. Desenhamos juntos um futuro hipotético e foi lindo até acabar sem que tivéssemos podido ser felizes para sempre. E aprendi que levantar depois de cada tombo é fundamental pra que os passos se tornem cada vez mais firmes e certeiros. Como quando aprendi a andar....
Parece que foi algumas horas atrás que descobri a paixão pelo jornalismo, por contar histórias. Lembro da primeira reportagem. Lembro da sensação, da adrenalina. Da alegria ao ver o fruto do trabalho se materializar na tela da TV. Sensações que carrego comigo e que experimento ainda hoje, talvez até de modo mais intenso...
Nossa! Fecho os olhos e vejo os amigos que fiz por esses tantos dias (anos?!?!), as risadas que demos, as gargalhadas que nos marcaram tão fundo. Também de olhos fechados revivo as perdas que vivi até chegar aqui. E sinto a saudade tão viva como era semana passada. Ou mês passado. Ou há vinte anos.
Minto. A saudade cresceu muito de lá pra cá...
Parece que foi ontem. Semana passada. Talvez um ano atrás. Mas a verdade é que passou tão rápido que nem sei como, quando, o quê, onde e nem o porquê. Só sei que estou aqui, prestes a fazer 33 anos, e diante de uma descoberta devastadora: o tempo do calendário não é o nosso tempo! Fora das folhas de papel ele passa mais rápido! Ele me faz sentir jovem demais para a idade que tenho. E velho demais para a idade que sinto ter. Ardiloso esse tal tempo! Tempo parceiro, abranda dores e angústias. Oferece novas perspectivas conforme vai voando. E, mais que tudo, mostra que, dia após dia, temos sempre a chance de uma nova estreia...