terça-feira, 31 de julho de 2007

Sobre uma história de amor sem ilustrações...

Sem avisar, sem dar pistas, quase por acaso. Exatamente da forma como tinha aparecido, sumiu. Foi embora carregando coisas das quais nem podia se dar conta. Bagagem pesada demais, se houvesse um corpo físico capaz de traduzí-la, de fato, em quilos. Ou toneladas. Malas e mais malas de um amor puro, verdadeiro. Embrulhos incontáveis, cada qual cheio de sonhos que não chegariam a realizar juntos. Pacotes de esperança, que havia despertado, mesmo sem querer, ao surgir, algum tempo antes, como uma boa oportunidade de fazer nascer uma história plena.
Para quem havia ficado, tinha dias em que a tal bagagem não fazia falta. Em outros, porém, a ausência era sentida do primeiro ao último minuto daquelas vinte e quatro horas contadas e medidas por uma saudade que só fazia crescer. Nesses saudosos dias, até o vento batendo em seus cabelos trazia lembranças do jeito como aqueles outros cabelos eram bagunçados ao sabor da brisa. Dias estranhos, nos quais mesmo os bons momentos lhe entristeciam, por saber não poder compartilhá-los com aquele seu amor. Os maus, estes reforçavam ainda mais a impossibilidade de ter aquele alguém por perto, dando força, dando conselhos e dando, quando conselhos e força não bastassem mais, um longo abraço.
Nesses dias, seus sorrisos eram quase fraudes. Ensaios de uma felicidade que, um dia, achou ter encontrado. E que, sem mais, nem menos, se foi. Ressentia-se da falta de uma despedida e, num exercício de quase mutilação, esforçava-se para lembrar de como havia sido o último encontro. Lembrava e, então, lamentava por tudo o que gostaria de ter dito e não disse. Lamentava pelos momentos únicos que havia deixado passar sem fazer algo que pudesse ter impedido que o fim de tudo fosse assim. Algo que não sabia o que era.
E lamentava, sobretudo, a não existência de uma foto qualquer em que aparecessem juntos e sorrindo. Um jeito de amansar a saudade e de lembrar, para todo o sempre, que haviam, sim, sido felizes naquele tempo...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

E cresce a lista de blogs amigos...

Vira e mexe, a vida nos traz boas, belas, grandes e pequenas surpresas. Recentemente, ela me trouxe uma grande e boa surpresa, encarnada numa bela e pequena moça. Flávia Lima, minha amiga "repórti" do Salto. Um amor de pessoa, de quem gostei logo de cara - uma dessas coisas que a gente não explica, sente e ponto. Flavinha tem um blog bem bacana - o Fatos & Focas - que, a partir de hoje, é mais uma das minhas indicações na lista de links amigos aqui do B@belturbo.
Bj, Pequena! E tamos aí, viu?

Ricas, loiras, famosas e chegadinhas a um escândalo...

Britney, Paris e Lindsay: as três loiras que dominam os "noticiários" sobre celebridades atualmente

Desde que fiz um programa sobre celebridades para o canal universitário do Rio, tenho um olhar cada vez mais crítico para a cobertura da mídia ao dia-a-dia de astros e estrelas. Confesso que, em muitos casos, acabo me divertindo muito com os chavões que acabam socorrendo os colegas jornalistas, incumbidos de falar cada vez mais - e mais rápido - do nada. Basta uma rápida busca pelos sites especializados para constatarmos que, sim, (quase) tudo é vazio. Quer comprovar? Peguei três exemplos, dos três principais sites especializados em famosos...
Percebeu? Um almoço aqui, uma partida de baseball com o filho acolá e um jantar. Não importa o fato, importa quem está envolvido na "ação". Mesmo que a ação seja a mais corriqueira do mundo, como almoçar e jantar. E o pior é saber que o povo lê - e muito - esse tipo de notícia...
Agora, cá entre nós, nada pode ser mais assustador do que o extremo esforço de Britney Spears para aparecer! Nunca fui fã da moça, nunca achei que ela era, de fato, tudo o que diziam que ela era (na época, diziam coisas boas e, apenas com relação à carreira dela). Pois agora ela parece decidida a mostrar que é tudo! E mais um pouco! E lá está ela, estampada em tudo que é canto: careca, internada, fugitiva, só de lingerie, demitindo assessora...a moça, sem dúvida, faz a alegria dos jornalistas que precisam preencher as páginas de fofocas de sites, revistas e jornais.
Britney e seu jeitinho-meigo-e-escandaloso-de-ser já têm adeptas. Lindsay Lohan (pelo que pude acompanhar, e foi bem pouco) é a mais cotada para substituir a "cantora-enxaqueca". A atriz (que, confesso, só conheci recentemente, tamanha a exposição da figura na web) é chegada a beber, dirigir e se drogar. Sem falar que ainda usa um aparelho para monitorar o consumo de álcool (e divulgou isso, claro!). Por essas e outras, a loira desponta como uma das "celebridades" mais controversas da atualidade.
Ah! Já ia esquecendo de Paris Hilton, que foi do filminho-pornô-caseiro-que-vazou-na-rede à cadeia! Mas aí já é futilidade demais pra um post só...
E você? Lê esse tipo de coisa???

domingo, 29 de julho de 2007

O Pan acabou. Que a Paz continue...

Franck Caldeira recebe medalha em encerramento do Pan. Maratonista foi o último brasileiro a ver o ouro brilhar em seu peito no Rio 2007

O Pan chega ao fim e já deixa um gostinho de saudade na boca de todos os cariocas. Cidadãos que vibraram com as conquistas de nossos atletas, que receberam milhares e milhares de turistas com a cordialidade e a hospitalidade de sempre, e que entraram de cabeça no clima de cooperação e harmonia que os eventos esportivos sempre trazem para a atmosfera de todos os envolvidos.
Nós, cariocas, que amamos essa Cidade Maravilhosa; e que a amamos mais ainda assim: bonita, alegre, em paz! Num clima de tranqüilidade que, há muito, não se via por aqui. Durante esses dias de Pan, abri os jornais e constatei - surpreso e feliz - que não havia ocupação de favelas em destaque. Não havia tiroteio, não havia bala perdida! Não havia falsa-blitz, espancamento de domésticas. Abri os jornais e vi, durante todo esse Pan, a tristeza que a violência carrega consigo ceder lugar à beleza e à leveza do esporte, da felicidade. Da vitória! Vitória que é de todos nós, cariocas, fluminenses, brasileiros!
Vitória que devemos lutar para ver repetida nos dias que virão. Porque o Pan acabou e não podemos fazer nada com relação a isso. Mas pela paz podemos fazer muito! A começar, cobrando para que toda a segurança que dominou o Rio durante a competição se torne rotineira. Para que o medo - que por tanto tempo foi nosso companheiro mais constante - dê lugar ao orgulho de viver no lugar mais bonito do mundo! E para que a violência, a maior vilã da história desse nosso lugar, seja vencida pela alegria de sermos cariocas. De vivermos no Rio. E de amarmos tanto e tanto essa cidade linda...

sábado, 28 de julho de 2007

Mundo-cão...

Robinho e Kiki: dois anjos, se comparados ao que devem aprontar Osama & Bin Laden...

Entro no táxi e a conversa gira em torno de animais. Cães, para ser mais preciso. Minha mãe e eu falamos das agruras de se ter um casal de poodles em casa - êta cachorrinhos temperamentais! O taxista, até então calado, resolve se manifestar:
- Tenho quatro cães da raça Pincher. A mais velha tem 10 anos. Chama-se Inara, por causa de um pagode antigo.
O pagode, pra quem quiser saber, é do extinto grupo Katinguelê. A letra (um primor do gênero)está aqui. Bem, voltamos ao táxi...
- Outros dois - seguiu o taxista - são mais jovens. Nasceram em 2001. No dia 11 de setembro.
Confesso que já comecei a rir, imaginando o que estava por vir...
- A fêmea se chama Osama. O macho, Bin Laden...
A risadaria tomou conta do carro. E o taxista, achando-se um mestre do trocadilho por ter dado ao nome do homem mais procurado do mundo um quê de nome de dupla sertaneja (canina), revelou:
- A mais novinha, filha de Osama Bin Laden - sim, ele diz assim, sem separar o nome dos cães, como se a pobre pincher fosse filha do terrorista - chama-se Coragem. Afinal - prosseguiu, explicando a piada - Osama Bin Laden teve coragem, né?
Diante dos nomes dos cães do taxista, comecei a achar normais as artes dos cachorrinhos aqui de casa. Afinal, melhor ter Kiki e Robinho aprontando todas - e mais algumas - do que ser forçado a conviver com Osama Bin Laden sob o mesmo teto. Ao contrário deles - os cães do dono do táxi - não sei se teria Coragem...
Sem contar que latido de pincher é irritante pra caramba!!!

sexta-feira, 27 de julho de 2007

(Nossa) ligação...

Então, dizes que me amas.
Incrédulo, e, talvez, tentando crer no que ouço, rio.
Rio daquelas tuas três palavras, ditas com a malemolência que o álcool traz.
Rio do som que elas têm quando ditas por ti.
Som que nunca ouvira em tanto tempo...

Rio de um destino que nos separou sem nunca ter desfeito nossa ligação
Nosso laço, nó quase cego; míope, tão apertado quanto os abraços de antes
Nó que nos amarra e nos afasta; ele - o nosso nó - a pedra no meio do caminho
Do nosso caminho para a felicidade...

Rio das voltas que o mundo dá
Mundo que nos deixa tontos
Que roda, roda, roda e nos deixa sem saber pra onde ir
Mas, vamos? Seja pra onde for...

E rio de uma certeza teimosa
que insiste em vir comigo onde quer que eu vá
A certeza de te ter sempre junto de mim
A certeza duvidosa de achar que é pra você que eu vim...

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Refém de você

Chove fininho e caminho pela rua sem você ao meu lado
O vento úmido e frio só faz maior a falta do seu calor junto de mim
A noite escura se ressente de tua ausência
Porque só contigo as noites são felizes...

Sem você, fico pelo meio
Nem cheio, nem vazio
Nem alegre, nem triste
Não mudei, mas não pareço mais o mesmo
Sem você, a vida passa e não me dá carona...

Sou refém de você
Da sua verdade, da sua presença
De minha ansiedade, de minha descrença
Refém de um sentimento que só faz crescer...

Persisto na caminhada solitária e minha única companhia
é a tua lembrança
Cheiros, gostos, risos, beijos
Momentos que foram o ápice do que poderiam ser
E que eu tanto quis que durassem mais...e mais

Mas vem a vida me dizer que nem todas as histórias de amor são felizes.
E que nem todas as histórias de amor ...são de amor...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Ruas de Outono



Acho essa música linda, e prefiro a gravação original, na voz da Ana Carolina, a gravação da Gal, que faz parte da trilha da novela das oito.
As imagens são do novo show da Ana, "Dois Quartos", em cartaz no Canecão...

A alma do negócio 2*...

Penélope postiça: atriz estrela polêmica campanha de rímel. Empresa anunciante só não esclareceu que a moça aparece o tempo todo com cílios postiços nos anúncios...

Ontem li na Folha uma matéria falando de uma certa confusão que está rolando na Europa por causa de um comercial de rímel com a atriz Penélope Cruz. O problema todo é que a a autoridade de regulação da publicidade britânica descobriu que a moça está envergando belos cílios postiços no material da campanha. Ou seja: rola um 171 básico!!!
Fico pensando aqui no Brasil. Quem nunca reparou nos comerciais de shampoo e condicionador? Aquela cabeleira brilhando, impecável. Será que é tudo real mesmo? Lembro de já até ter visto um comercial em que o cabelo da modelo aparecia meio amarrado, pra "vender" força e resistência, as promessas do produto anunciado. É tudo verdade?
Sem falar naqueles anúncios de televendas: os campeões absolutos no quesito "marketing do caô". Tem bermuda que acaba com a celulite instantaneamente, tem "comedores de gordura" que se anunciam milagrosos (e que, miraculosamente, só fazem efeito se o cliente seguir um programa de dieta, cuidadosamente encartado na embalagem), e por aí vai...sem falar nas inesquecíveis meias Vivarina, que só podiam ser destruídas pelas fantásticas facas Ginsu...
E tem gente que acredita em tudo isso. E, pior, compra!!!

*Estranhou porque o número 2 aparece no título desse post? Explico: esse tema já foi discutido aqui, no ano passado. Clique aqui para ler. Ou reler...

terça-feira, 24 de julho de 2007

A divina comédia de Magda...


No post de ontem, citei o 'Sai de Baixo'. E bateu aquela saudade de toda aquela bobagem que tanto me fez rir em várias noites de domingo. Dei uma fuçada no You Tube e encontrei grandes relíquias. Uma delas é esse clipe, só com as pérolas da Magda, interpretada pela Marisa Orth. Sou fã do humor da Marisa. E acho que ela criou um dos tipos inesquecíveis do humor nacional. Pena que, no fim da carreira do programa, os redatores passaram a exagerar e tornaram a personagem repetitiva e previsível. Mas vale recordar os bons momentos, né?

Para os saudosos, como eu, bom divertimento!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Marinete fora do ar...

Novo programa criado e estrelado por Miguel Falabella faz diarista apagadona rodar da grade de programação da Rede Globo

Leio nas colunas de televisão que 'A Diarista' está com os dias contados. A direção da TV Globo estaria estudando a possibilidade de lançar novos episódios da série em 2008 mas, por agora, é só mais um e olhe lá.
A decisão não me surpreende. Já faz algum tempo que acho as piadas repetitivas e as situações, mais ainda. Aliás, também já faz algum tempo que a graça da série é sustentada única e exclusivamente pelos coadjuvantes - e a Solineuza criada por Dira Paes encabeça a lista. Cláudia Rodrigues é uma grande humorista, sem dúvida, mas não me empolgou nesse papel. Abusava dos gritos e de uma ranzizice que tinha muito pouco de humor...
Mas a equipe é talentosa e o projeto, vencedor. E quem venha o 'Toma lá, dá cá', de Falabella. Deve ser engraçado mas, de cara, já me parece um revival do 'Sai de Baixo'. O que, aliás, não é necessariamente ruim...

Pan 2007: vinheta da Globo passa longe do pódio...

Tá tudo muito bom, o Ibope deve estar bombando (merecidamente, aliás), mas...cá pra nós: há alguma coisa mais feia do que a vinheta que a TV Globo preparou para iniciar e encerrar as transmissões do Pan? Se existe, o humilde blogueiro aqui desconhece! O que são aqueles jogadores gigantes, maiores que o Maracanã? E o que é aquele rapaz dando um salto e caindo lá no Cristo Redentor?
Ah...e como tudo o que é ruim sempre pode piorar, ainda tem a logo oficial do Pan, pairando sobre a Baía de Guanabara. Já seria mega-artificial mas, como se não bastasse, a equipe "de arte" ainda cuidou de meter um reflexo do tal símbolo nas águas da Baía...pode quem quiser achar lindo. Mas eu achei muuuuuito ruim!!!

domingo, 22 de julho de 2007

Sobre o novo Harry Potter...

Para blogueiro, bruxinho em fase aborrescente dá o tom no filme mais morno da série

Vi ontem o mais novo lançamento cinematográfico da griffe Harry Potter. Nunca li nenhum dos livros da série - tentei, mas achei a leitura enjoadinha demais, não fui "capturado" pelo universo fantástico proposto por J.K. Rowling no mais recente - e duradouro - fenômeno pop da literatura mundial. Sempre me contentei, então, com os filmes da série. Gosto dos ingredientes levados para as telas e dos conflitos enfrentados pelo bruxo (sim, agora ele é um ex-bruxinho) vivido por Daniel Radcliffe. Inclusive os conflitos psicológicos.
Fui ao cinema cheio de expectativa e, confesso, acabei bem decepcionado. "Harry Potter e a Ordem da Fênix" é, na minha opinião, o mais fraco filme da série. Primeiro, pelo clima que toma conta do protagonista ao longo de boa parte da história: solitário, cheio de questionamentos e um tanto emburrado demais pro meu gosto - nem o primeiro beijo devolve o humor ao cara! Além do ovo virado do herói, pesa contra a produção uma certa barriga bem no meio da narrativa. Um período de 10, talvez 15 minutos em que os acontecimentos se dão de forma muito lenta, o que pode levar o espectador a lutar contra o sono na poltrona do cinema. Ou, como aconteceu comigo, a ser vencido por ele...
No fim, a narrativa recupera o fôlego. O final é cheio de efeitos muito bem realizados - uma das principais marcas da série - e traz de volta ao nosso herói da magia o espírito de um Harry Potter que dá valor à amizade e está de bem com o sorriso.
Há novos personagens e eu destaco Dolores Umbridge, interpretada por Imelda Staunton. A detestável professora cruza o caminho dos alunos de Hogwarts e arranca ódio - e algumas risadas - de quem acompanha a história. Além da mala, com um visual que me pareceu inspirado no da rainha da Inglaterra, há também Luna, uma nova amiga da turma do Harry. Trata-se da loirinha que aparece no canto esquerdo da montagem que ilustra esse post, interpretada pela estreante Evanna Lynch. A moça tem um ar meio misterioso e, por vários momentos, dá a impressão de não estar "pura" das idéias...
Pra quem é fã, vale a pena não deixar de ver. E torcer para que os filmes finais recuperem o fôlego que a franquia tenta manter desde o primeiro lançamento da série. Agora, pelo que vi na livraria, também ontem, vem mais desafio para a turma de roteiristas: o recém-lançado último livro com as aventuras do bruxo mais famoso do planeta tem mais de 750 páginas! Só com muita mágica pra adaptá-las e criar um filme fiel à autora e à paixão dos pottermaníacos...

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Espera*

Te amo porque te amo e é de verdade o amor que tenho por ti. Te amo porque o gosto de tua boca nunca encontrei em outra boca que pela minha possa ter passado. Te amo porque só somando meu corpo ao teu chego ao resultado perfeito de um só corpo.
Te amo porque é o teu sorriso que me inspira para continuar a buscar os meus próprios momentos de felicidade, meus próprios sorrisos. Te amo porque é a tua voz que faço questão de ouvir quando o silêncio começa a me fazer sentir só. Te amo porque, mesmo sem você comigo, sei que é com você que estou. E é com você que quero estar. E ficar...
Te amo de um jeito sereno, tranqüilo. Como quem aguarda a chegada de uma visita muito esperada e que também anseia pelo momento exato de olhar e dizer: "eu sabia que você viria..."
* A imagem que ilustra esse post é "Espera"©. Uma aquarela sobre papel 30x22 cm, de dezembro de 2001. A autora é a espanhola Mireya Juárez. Para ver mais imagens de Mireya (fotos e pinturas), clique aqui.

Prata para um time de ouro...

Nem sempre dá, né?
Acho que as meninas do vôlei mandaram muito bem! Poderia ter sido ainda melhor, mas...dessa vez, quis o destino que fosse melhor para...as cubanas!
Foi um jogão! A redação parou pra ver a transmissão da Globo. E destaco uma pérola do narrador-poeta Galvão Bueno. A câmera mostrava uma das cubanas mexendo na faixa. Eis que o locutor sapeca: "Aí está fulana, ajeitando a faixa que lhe prende os cabelos...". Falou assim: natural como se fosse apenas um "gol". Esse é o Galvão...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Mais sobre a cobertura da tragédia com o vôo da TAM

Continuo sob o impacto do acidente com o vôo da TAM, na noite da última terça-feira - apesar do texto anterior, mais leve. Acho que a mídia, passada a tensão inicial do pós-tragédia, está realizando um bom trabalho. Isso de forma geral, claro. O UOL, por exemplo, deu uma bela derrapada ao publicar como verdadeira uma montagem grosseira enviada por um leitor que se identificou como "testemunha da tragédia". A "barriga" - termo do meio jornalístico empregado quando o veículo e/ou o profissional dá uma informação incorreta - mereceu destaque, inclusive, no blog da Ombudsman do portal, Tereza Rangel. Aliás, abro parêntese para dar um crédito à amiga Naila Oliveira, que me passou esse "furo" do UOL nos comments do post anterior sobre a cobertura da imprensa para o maior desastre aéreo da história do Brasil.
Ouvi, durante a tarde de ontem, a Bandnews FM - com um belo trabalho jornalístico, pontuado por ótimas entrevistas com especialistas em risco áereo. Depois, à noite, ouvi a CBN - com um trabalho bastante correto também - e vi o Jornal da Globo. Nos três casos, vi matérias que buscavam discutir a pertinência de se manter um aeroporto com o volume de operações de Congonhas no coração de uma cidade como São Paulo. Acho que é essa a pergunta que a sociedade deve se fazer nesse momento. E que os governos, das diferentes esferas, vão ter de responder...
Aliás, vale dizer que, há mais de um ano, esse modesto blogueiro já criticava esse aeroporto encravado no centro de Sampa...

Seria cômico se não fosse...

Era uma vez um rapaz sensível e distraído. E de boa memória...
Era uma vez uma moça, prima do rapaz, que andava tristonha porque havia perdido uma filha...
Era uma vez outra moça, também prima dele, irmã da outra. Era afobada, afetuosa e econômica nas palavras...
Era uma vez uma festa a qual os três primos compareceram.
A prima tristonha, claro, preferiu o isolamento. Chegou, sentou-se à uma das mesas e ficou por lá, ora conversando com um, ora com outro. Tentando se distrair e, assim, espantar um pouco da tristeza. Não viu o primo.
Já a prima afobada, mais comunicativa, comportou-se de modo bem diferente da irmã: circulou por toda a festa, distribuindo sorrisos, abraços e beijos. Também buscava, com isso, espantar um pouco da sua tristeza. Até que encontrou o primo:
- Nossa, primo! Quanto tempo! Como você está? - disse ela, abraçando o rapaz sensível, distraído e de boa memória.
- Estou bem, prima! E você?
- Ah, estou levando... - respondeu a moça, já com as feições um pouco acabrunhadas.
O rapaz teve um insight: lembrou que moça tinha passado por uma barra pesada, com a perda da sobrinha. Adotou um tom afetuoso:
- É, mais a vida é assim, prima! Vai passar...
Com um ar enfático, então, a prima respondeu:
- Mas ela tá aí!
O rapaz não entendeu. Ela? Quem? A sobrinha? Mas ela tinha morrido há meses...! Apostando numa desconhecida faceta "sobrenatural" da prima, o rapaz respondeu de forma evasiva:
- Com certeza!
A resposta pareceu dar mais força à prima:
- Está lá, sentada perto da parede!
Um calafrio tomou conta da espinha do rapaz. "Jesus", pensou, "Ela está vendo coisas". "O que vou fazer?", indagava-se, naquela fração de segundos em que ficamos sem saber o que fazer com a cara numa dessas situções. Deixou-se levar pelo senso comum e achou melhor não contrariar a prima-com-um-quê-de-médium...
- É verdade! - devolveu.
Já buscava uma forma de sair dali quando a prima, decidida e, num tom de quase intimação, disparou, já pegando em seu braço:
- Vamos até lá falar com ela!
O sangue sumiu da face do rapaz. "Ela está louca, meu Deus". "O que vou fazer? Ela quer que eu fale com um fantasma que eu nem vejo!". Acuado, resolveu representar: fingiu sentir a vibração do telefone celular, fingiu que o atendia e, à francesa, afastou-se da prima para não mais voltar a se aproximar durante toda a festa.
Ele só não sabia que ela se referia, claro, à irmã - a outra prima dele - que estava quietinha em sua mesa, pertinho da parede e vendo a festa passar...

A TV na cobertura do acidente com o vôo da TAM

Estou chocado, como todos estão nesse dia cinzento e frio depois da tragédia com o vôo da TAM, ontem à noite, em São Paulo.
Acompanhei a cobertura televisiva até a madrugada, dividindo-me entre Bandnews e Globonews. E posso dizer que o trabalho das equipes da emissora de São Paulo foi muito mais ágil. A Band foi a primeira a colocar no ar a entrevista do governador José Serra, que traduziu a dimensão exata do acidente - agora, já sabido por todos, o maior do mundo nos últimos cinco anos.
Na TV Globo - que também assisti - notei um William Waack tentando conter a emoção no Jornal da Globo. Mais cedo, outro William, o Bonner, ancorou o JN sozinho e, a meu veu, se saiu bem num momento em que o calor dos acontecimentos ainda dava o tom da cobertura; já que as informações chegavam desencontradas e as equipes de reportagem não conseguiam se aproximar.
Já na Band, Ricardo Boechat e Joelmir Beting comandaram a transmissão também naquele início de trabalho das equipes de resgate. A dupla do Jornal da Band levou ao telespectador as imagens mais próximas do local do acidente e os primeiros relatos de testemunhas da tragédia. Confesso que, na minha opinião, a transmissão da Band perdeu quando esteve sob o comando de José Luiz Datena.
Muitos questionam o fato de a TV Globo não suspender a sua programação para cobrir apenas o acidente. Algumas emissoras fazem isso. Mas, nesse caso, eu defendo a postura da rede carioca. Transmitir direto do local da tragédia, por vezes, dá a impressão de que a cobertura acaba virando chamariz de Ibope.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Ouro na modalidade "grosseria ao vivo"

Brasil cheio de conquistas no Pan. A TV Globo exibe flashes ao longo de sua programação enquanto a Rede Bandeirantes transmite direto as competições da Ginástica Artística.
Eu era um dos telespectadores da Band nesse momento. De repente, a transmissão do Pan é encerrada e entra a vinheta do "Brasil Urgente", o programa do Datena. Antes que eu conseguisse mudar de canal - digamos que os estilos (do programa e do Datena) não sejam exatamente os de minha preferência - Datena surge "na tela". Ele cumprimenta os telespectadores, aponta para o relógio e, irônico, diz: "Olha que bonito é o meu relógio! Eu ganhei! Vou distribuir pra alguns amigos!". Para o telespectador comum, ainda empolgado com os resultados brasileiros no Pan, talvez não tenha dado para notar que o apresentador bradava contra um pequeno atraso no horário de início do seu programa, ocasionado justamente pela transmissão da Ginástica Artística. Pra finalizar a "fina" ironia, Datena insistiu com a idéia de distribuir relógios e ainda disparou algo do gênero: "Quem sabe assim eles não perdem mais a hora?".
Mudei de canal. Graças a Deus! Grosseria, definitivamente, não tem nada a ver com espírito esportivo...

Dia de glória no Pan


Terça-feira trouxe um mar de de medalhas para o Brasil. Os destaques foram Thiago Pereira, Jade Barbosa e Diego Hipólito: os mais novos ídolos do esporte brasileiro

Esporte que traz tantas alegrias e enche de orgulho os corações de mais de 180 milhões de brasileiros. Um povo que grita "Vai, Thiago", junto com a mãe de nosso ídolo das piscinas. Que chorou junto com a menina Jade ontem, e hoje, fez vibrar a Arena Multiuso ao som de "É campeã!". Que se curvou ao talento majestoso de Diego Hipólito, hoje consagrado o rei absoluto da Ginástica Artística. Brasileiros como eu e como você que torcem, se emocionam e acompanham, minuto a minuto, cada conquista de nossos heróis vestidos de verde e amarelo. Para eles, todas as homenagens. E a torcida para que as empresas se sensibilizem e patrocinem também esses e tantos outros desportistas cheios de talentos e habilidades. E para que esse Pan seja mesmo um marco, um divisor de águas na história do esporte olímpico brasileiro!

Ainda sobre as vaias...

Jornais de hoje ainda repercutem o episódio das vaias ao presidente. Para blogueiro, manifestação veio em momento inoportuno...

O episódio das vaias ao presidente da república no Maracanã, capa da Folha de S. Paulo e do Globo de hoje, também foi a pauta mais quente dessa segunda-feira, dia 16. Pelo menos nas informais conversas de amigos. Ouvi a história a caminho do trabalho, no trabalho e, ainda, na volta, a caminho de casa. Ouvi quem fosse a favor e os que eram contra ao coro hostil ouvido pelo presidente na última sexta-feira. Os partidários das vaias alegavam: "Esse é um país democrático! O povo tem o direito de se manifestar!". Os que reprovaram a atitude também se justificavam com base nos princípios da democracia: "Ele foi eleito pela maioria! O povo tem que respeitar essa escolha, e se manifestar nas urnas".
A minha opinião já estava formada desde o instante em que vi as imagens: julguei a manifestação desnecessária e, pior, completamente inoportuna! Tenho até dificuldade para ver uma relação com qualquer instinto democrático. O que vi ali foi uma clara demonstração de uma falta de educação que não aceito que seja apontada como uma tônica entre os brasileiros. Fiquei surpreso e envergonhado com a atitude daquelas 90.000 pessoas que, talvez até sem perceber, tiraram um pouco do brilho da bela festa de abertura do Pan. Jogaram no ventilador um problema que é só nosso, sem reconhecer os méritos (também nossos) de ser sede de um evento tão importante. E, além disso, sem reconhecer que o Governo Federal entrou de cabeça para fazer desse Pan um marco na história do esporte brasileiro.
Não me cabe julgar se o presidente merecia ou não ser vaiado. Essa é uma opinião muito particular. O que acho é que, definitivamente, aquele não foi o melhor momento para esse tipo de manifestação. Ou alguém se lembra de ter visto o Bush ser vaiado nos EUA? Chávez, na Venezuela? Eu, honestamente, não lembro! A legitimidade da tal insatisfação que fez Lula ouvir aquela vaia na sexta-feira eu também discuto...pra mim, o coro tem, na verdade, muito de galhofa. Muito da alma de torcedor de futebol que xinga a mãe do juiz, xinga os jogadores da equipe oponente e, como dizia Nelson Rodrigues, "vaia até minuto de silêncio".
Sempre detestei vaias porque sempre me coloquei no lugar de quem a ouve sem chance de defesa. E se já achei lastimável o episódio envolvendo o presidente, acho ainda pior quando o alvo das vaias é um atleta. E essa tem sido uma constante nesse início de Pan: torcida vaiando todo e qualquer atleta que se oponha ao Brasil. Total falta de espírito esportivo...

segunda-feira, 16 de julho de 2007

O choro de Jade...

Ver o esforço de meses e meses escapar por entre os dedos não é moleza mesmo. E é essa a expressão da atleta brasileira que ganhou status de ídolo já nesses primeiros dias do Pan. Por isso, doeu ver a menina Jade Barbosa chorando hoje, depois de falhar num dos exercícios da prova individual geral da ginástica artística...
Sei lá, mas, por vezes parece que o esporte é algo ingrato demais...

domingo, 15 de julho de 2007

Relato de um blogueiro feliz da vida...

Os últimos três meses foram de muito trabalho. Além do trampo na tv, assumi como um projeto de honra a realização do documentário sobre minha avó. Acabei me deparando com muitos desafios durante a produção, muitas madrugadas insones editando as mais de 30 entrevistas que me serviram de base para montar o filme. Sem nenhum pingo de estresse: passei 90 dias mergulhado num ralação danada que, no entanto, só me trouxe alegria e prazer.
Mais do que a idéia de contar a vida de minha vó, queria mostrar a família toda reunida, registrar as quatro gerações dessa família enorme, cheia de aventuras. E, claro, fazer uma grande homenagem à minha vó, que completou 80 anos no último dia 10.
Durante a edição, vi e revi o filme inúmeras vezes. Buscava - e reparava - eventuais falhas técnicas e de montagem. E, no fim das contas, a história já não me causava o mesmo impacto.
Só que no último sábado, dia 14, havia mais ou menos 200 pessoas que não sabiam como aquela história seria contada no filme. Cerca de 200 pessoas que saíram de suas casas para uma festa de aniversário e, num dado momento, acabaram se deparando com o anúncio de uma surpresa. Um grande telão se acendeu quando todas as demais luzes se apagaram. E, mesmo na escuridão, vi aquelas 200 pessoas - todas, de uma ou de outra forma, envolvidas com a história - se emocionando com o filme. Risos, lágrimas, aplausos apareceram várias vezes durante toda a projeção. E, com eles, o reconhecimento de uma trajetória vitoriosa como foi a da minha avó.
Não fazia aniversário mas também ouvi muitos "parabéns". Agradeci a todos, mas não era o que eu mais buscava. O que eu mais quis o tempo todo foi ver o sorriso e a alegria estampados no rosto da minha vó; era esse o presente que queria dar a ela. Uma felicidade que a fez sorridente em todas as fotos tiradas ao longo da festa - algo bem raro, creiam. Um presente mais do que merecido para alguém que tanto lutou para que a história da minha família tivesse mais momentos alegres do que tristes. Alguém que, emocionada, me confessou ter sido aquele "o dia mais feliz de sua vida".
Quis dar um presente a ela, mas tenho certeza de que todos nós, que a amamos, também saímos presenteados depois daquela festa que durou um dia inteiro e que ficará para sempre guardada em nossa lembrança.
Pra terminar esse post, agradeço a todos os amigos que me deram força, que se mostraram interessados pela história, que me estimularam a seguir em frente. Valeu mesmo! E um conselho: corram atrás de momentos como esses com as pessoas que vocês amam de verdade! Vale MUITO a pena!!!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Yes, nós temos Pan!

Brasil capricha e faz festa de abertura do Pan pra gringo nenhum botar defeito!

Vi apenas alguns trechos da festa de abertura do Pan. Achei tudo bem bacana. Acho que a equipe capitaneada pela Rosa Magalhães - com o auxílio da Disney - mostrou ao mundo que o brasileiro também sabe organizar grandes, belas e surpreendentes cerimônias desse tipo.
Tirando a beleza e a plasticidade do espetáculo, tudo me pareceu dentro dos padrões. Inclusive o exagero no tamanho do discurso do presidente do COB...mas sempre é assim, em qualquer canto do mundo. Aqui não seria diferente. E nem há porque ser...
Agora, o que não é assim em qualquer canto do mundo é a vaia ao presidente. Convicções políticas deixadas de lado, tenho a certeza de que aquela não era a hora e nem aquele era o lugar adequado para uma manifestação como essa. O povo - que encheu o Maracanã e fez tão bonito durante a festa - pareceu grosseiro. Minha mãe já me dizia: roupa suja se lava em casa. E não ali, num estádio de futebol, com imagens sendo transmitidas para o mundo todo.
E você? Gostou da festa? Comentaê!!!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

'Boa Sorte/ Good Luck'

"I have nothing left to say
It's only words
And what l feel
Won't change"

(Vanessa da Mata e Ben Harper)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A pilha anda!

Com o documentário finalizado, consegui (finalmente) terminar a leitura de "Quando Nietzsche Chorou". Já tinha elogiado a obra aqui e reafirmo: livro é mesmo muito bom!
Como não sei viver sem literatura, já estou me divertindo com outra história: "Entrevista com o Vampiro", de Anne Rice. Muita gente conhece a história graças à adaptação cinematográfica, que colocou Tom Cruise, Brad Pitt e Antonio Banderas em papéis vampirescos. Vi o filme e não gostei muito, mas o livro é bem bacana. Já me fisgou na primeira página...
Sem contar que a tradução é de Clarice Lispector, né? Muito bacana!
Tá mais do que recomendado!

O guri, o homem e a pandorga...

A desistência sempre lhe havia parecido típica dos covardes, dos que não têm força suficiente para persistir, tentar mais e mais até, enfim, conseguir alcançar o que se pretendia. Um conceito todo seu e todo formado quando ainda era jovem demais, com aquela pseudo-sabedoria-bem-intencionada que todo jovem tem.
E veio a vida, a cada esquina se fazendo diferente do que imaginara...
E veio o coração, quase sempre jogando num time que não parecia ser o seu...
E veio o tempo, derrubando barreiras e mudando idéias. E ideais...
Um belo dia, sem o sofrimento que a simples idéia de desistir lhe causava antes, resolveu que era o que de melhor poderia fazer. Sem mágoas, sem dores. A isso chamou maturidade: a segurança de fazer a escolha que lhe parecia mais coerente. Antes que a vida, o coração e o tempo lhe trouxessem surpresas amargas; como, vez por outra, trazem a todos nós.A decisão, embora bastante pensada, fora difícil. E solitária. Mas lhe trouxe um alívio tamanho que aumentou ainda mais a certeza do rumo certo.
Foi quando avistou, da janela do carro, um moleque soltando pipa. Sorrindo, agitando os braços com força e precisão, lançando comandos que aquele pedacinho de papel, madeira e cola obedecia lá no céu azul. Por que o moleque solta pipa? Por que corta o dedo no cerol e, ainda assim, sorri? Por que cansa tanto os braços e parece gostar de tudo aquilo? Porque tudo aquilo lhe traz contentamento, pensou. Tudo aquilo lhe dá alguma dose de prazer.
O sinal verde veio e com ele, a buzina dos motoristas apressadinhos. Olhou pelo retrovisor e se viu no lugar do menino. Também sorria, como o garoto real. Mas sorria porque, no seu caso, o melhor fora abrir as mãos, deixar a linha escapulir por entre seus dedos e, assim, permitir que o vento, sozinho, desenhasse o caminho que aquela pipa deveria percorrer...

terça-feira, 10 de julho de 2007

Te cuida, Eduardo Coutinho...*

O B@belturbo não é diário, já disse isso aqui várias vezes. Mas, vá lá: tô feliz pra caramba porque acabei o filme! Não me considero uma ameaça ao João Moreira Salles, (sim, ainda não perdi a noção de juízo, caro leitor) mas acho que ficou bem honesto do ponto de vista da edição, da narrativa. E com um valor sentimental enorme pra mim e pra todos os que são da minha família...
Brigadão a todos que ajudaram ao longo da superação desse desafio (em 3 meses apenas!!!). E, claro, a todos os leitores que, vira e mexe, deixavam aqui mensagens cheias de estímulo e incentivo!
Valeu!
Ah...curioso é ver que finalizei o trabalho hoje, dia 10. Dia do aniversário da minha "protagonista". Coincidência, né?
* O título, claro, é uma piada com o nome de um dos nossos grandes documentaristas. Quer saber mais sobre a carreira dele? Clique aqui!

domingo, 8 de julho de 2007

A frase derradeira

De repente, não mais que de repente, a luz findou. Os olhos verdes se cerraram vagarosamente, expulsando aquela lágrima. A última de tantas que já havia chorado.
Diante dela, que parecia apenas descansar, sentiu o peso da impotência abater-se sobre seus ombros. Fardo pesado, arrasador, imponderável. Queria ao menos uma chance de dizer novamente o quanto a amava; falar do quanto se arrependia de cada uma dez vezes em que despendera seu tempo brigando e dizendo coisas tolas àquele alguém que sempre amou. Clamava por essa chance de tê-la novamente em seus braços, alegre e sorridente, com toda a vida que seus olhos verdes sempre irradiaram. Tudo o que mais queria era apagar aquele som de agora de sua mente: o som do silêncio, o som do vazio que a falta dela lhe fazia sentir. Vazio de felicidade, vazio de esperança. Vazio de amor...
Sem ela, era apenas metade de si mesmo. Uma metade de muito pouco valor. Sem perspectiva. Sem ânimo para seguir a diante. Contemplou-a a face mais uma vez. Lágrimas invadiram seus olhos, pendiam de seu rosto e se juntavam à lágrima solitária que ela havia chorado enquanto tentava lhe dizer aquela frase. A frase que sempre dissera tão sinceramente, por tantas e tantas vezes. Aquela pequena frase, que, a cada vez que ouvia, ganhava um tamanho que nem podia calcular dentro de seu peito. Aquela linda frase que, por toda sua vida, apenas dela planejou ouvir. A mais bela de todas as frases e que, agora, não lhe fazia mais o menor sentido.
Choroso, curvou-se sobre a face de sua amada, beijou-lhe a testa e disse, baixinho, como que respondendo a cada uma das vezes em que apenas havia se dado ao luxo de escutar: "Eu também te amo!"

Just like Heaven...

...ou 'E se fosse verdade?'. Não importa se em Português ou em Inglês. O que importa é que acabo de ver esse filme no TC Premium. Quem curte "filmes-cabeça" deve ficar longe, mas pra quem busca uma história bacana e, como eu, curte um romance inocente, vale a pena...

Viagem aos anos 80...

Coloquei o dvd dentro do player e, quando as primeiras imagens começaram a surgir na tela, um filme passou pela minha cabeça. E era outro filme, que nada tinha a ver com os super-heróis que invadiam a minha televisão. Era um filme da minha infância, de quando não desgrudava os olhos da tal "babá eletrônica" enquanto não visse Esqueleto se dar mal, Pica-Pau aprontar mais uma das suas, Jerry sacanear o pobre do Tom até não poder mais e, claro, o Papa-Léguas detonar o Coiote!
Eu era um moleque que torcia pelo Frajola porque sempre achei o Piu-Piu um saco! Gostava de Flinstones e odiava Jetsons. Acompanhava as aventuras do Popeye, sempre achando que ele era um trouxa por ser meter em tanta confusão por causa de uma Olívia Palito tão feia e com uma voz tão insuportável...
Gostava dos Smurfs, em especial, daquele bem ranzinza. Acompanhava as aventuras da turma da Caverna do Dragão e sempre tinha raiva do Mestre dos Magos, que, a meu ver, sempre ajudou muito menos do que poderia. Sem falar da turma da Liga da Justiça...gostava muito dos Super-Gêmeos!
Dos japas, só curti mesmo os Changeman. Quem nunca ouviu falar em Gyodai e Soldados Hidler? Se houver esse alguém, certamente não viveu os mesmos anos 80 que eu...
Pois é...imerso nesse filme povoado por tantos heróis e vilões da minha infância, vi ontem o longa-metragem que faz parte do Box com a primeira temporada do He-Man. Lembra? Falei disso aqui na semana passada.
Vi o filme, gostei e senti uma saudade boooooa dos meus tempos de moleque! E fica uma certeza: quando a diversão é de qualidade, atravessa a barreira do tempo. Não me senti e nem me sinto nem um pouco ridículo por dizer: continuo amarradão nas aventuras da turma do He-Man!

sábado, 7 de julho de 2007

Da série "Eu já sabia!!!"

Alguém tinha dúvida de que Ele era mesmo uma maravilha???
É por essas e outras que, apesar dos pesares, a gente tem tanto orgulho dessa Cidade Maravilhosa...

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Pé-de-pato-mangalô-três-vezes!!!

Sentiu um frio no estômago de repente, e a sensação vinha acompanhada de um arrepio que tomou conta de todo seu corpo. Um mal estar, pensou, tentando naturalizar algo que não tinha nada de natural. Esforçava-se para pensar em outra coisa quando viu aquele olhar em sua direção. Um olhar ruim...mas o que poderia haver ali? Ódio? Despeito? Inveja? Não soube, e jamais saberia. Tinha apenas a certeza de que aquele olhar lhe faria mal. Era um olhar de alguém de quem, definitivamente, não poderia esperar coisas boas.
Estranhamente, suas energias foram embora. O desânimo aumentava e a festa já não tinha mais graça, as pessoas já não pareciam mais tão agradáveis como antes; a música alta agora era motivo de irritação. Tirou um retrato antes de ir embora, derrotado por aquele olhar-vampiro que lhe havia tomado as forças.
Ah, a foto: nela aparece como que contrariado, sem sorrir, sem a menor inclinação a uma expressão de felicidade, que seria natural uma vez que estava rodeado por pessoas queridas. Mas não eram todas: lá também estava, em outra extremidade, a pessoa de quem havia partido aquele olhar ruim que estragou sua noite. Olhar ruim ora eternizado na fotografia guardada dentro de seu guarda-roupa. Com aquele pedaço de papel na mão, teve a mente invadida por uma série de pensamentos...
Triste de quem vive a vida deixando escapar as chances de ser feliz. Triste de quem enxerga nos outros defeitos que, na verdade, são seus. Triste de quem não sabe amar de verdade: sendo e fazendo alguém feliz. Triste de quem tem o que não merece e, ainda não, não se dá por satisfeito. Triste de quem tem inveja de quem nem se dá conta de sua existência. Triste de quem faz de seus problemas barreiras intransponíveis e desperdiça as chances de crescimento. Triste de quem não reconhece os próprios erros e não os aproveita como oportunidades de crescimento...
Pensou tudo isso e guardou a foto junto de todas as outras, nas quais aparecia sorrindo e cercado apenas por pessoas amadas e de alto astral. Por que resolveu guardar aquela pose? Para se lembrar que no mundo há gente má, que torce pelo mal dos outros. E para se lembrar, também, de que um único olhar é muito pouco diante de toda a força, a energia e o astral de seus sorrisos verdadeiros em todas as outras fotos, e em todas as demais que ainda estariam por vir...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Direto do túnel do tempo...

Essa semana, voltei 20 anos no tempo. Passeando por uma dessas megastores, avistei uma caixa de Dvds com um desenho que pareceu familiar. Cheguei mais perto e confirmei minha impressão inicial: eram Dvds do He-Man! Toda a primeira temporada, com 33 episódios e dublagem original. E mais um monte de extras, e mais brindes...uma edição caprichada, como há tempos pediam os fãs desse herói.
Não comprei. Mas desde então o tal box já está na minha lista de desejos. Sabe aquelas coisas que a gente tem vontade de ter para mostrar pros filhos? Pois é...pra mim, os desenhos do He-Man são desse tipo!
Ah, e pra quem se empolgou: o box traz ainda um Dvd com os melhores episódios da She-Ra. Totalmente sessão nostalgia, né?
E para os fãs mais saudosos ainda, aí vai uma notícia: parece que Hollywood quer preparar um filme sobre a saga do Príncipe Adam. Quer saber mais? É só ler aqui.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Eu e Paula, Paula e eu...

"Só Nós" é o nome do disco bacana que a Paula Toller tá colocando na praça essa semana. Pop dos melhores, como há tempos eu não ouvia.
Comprei por impulso: estava numa loja e ouvi "À noite sonhei contigo". Gostei do arranjo, da pegada gostosa da canção, da voz da cantora. E, depois, me peguei enrolando dentro da loja pra ouvir a outra música, e mais uma...três canções depois, já estava no caixa digitando a senha do cartão de débito...
A voz da loira tá bonitinha, afinada, bem correta e gostosa de se ouvir. Resultado? Desde ontem estamos só nós, Paula e eu, num clima de love total. Gamei pelo disco, gamei por uma Paula Toller lindíssima na capa e nas fotos do encarte, e por um cd leve e muito saboroso de curtir...
Recomendadíssimo!!!

Vontade de dar tchau pra "oi"...

Depois de uma semana com telefone mudo e internet lerdox, resolvi ligar para a operadora para tentar resolver a questão. Primeiro, a insuportável gravação, que se apresenta como "atendente virtual". "Converso" com a moça que não existe e ela "me transfere" para um colega "de verdade". Explico o meu problema ao rapaz e ele diz que vai fazer testes. E tome musiquinha...
- Só mais um instante, senhor. Estou executando os testes... - ele me diz.
E tome musiquinha...
- Mais um instante, senhor...
A musiquinha volta com força total. Como que percebendo minha irritação, o rapaz volta a falar comigo:
- Senhor, preciso que o senhor espere mais um instante. Estamos colhetando os resultados dos testes...
- Tudo bem - resignei-me.
Volta a música. E os tais resultados demoram. Conversando com a minha mãe, solto meia dúzias de palavras nada elogiosas ao serviço da empresa. É quando o rapaz volta:
- Senhor, seu telefone está tocando?
- Não!
- O senhor tem certeza?
- Claro que tenho!
- Ok, senhor. Que tal se o senhor trocasse o aparelho. Pode ser algum problema com ele...
Aí meu humor ficou completamente fora da área de cobertura...
- Eu já fiz esse teste. E nada funciona! Resolvi ligar pra vocês exatamente por isso! Gostaria de saber se a gente vai poder agendar um visita de um técnico à minha casa, ou se essa enrolação toda tem mesmo o objetivo de me irritar e me fazer desistir de pedir o reparo...
- Não, senhor! De forma alguma! Só um instante que eu já vou agendar o conserto.
Antes de cumprir o prometido, o atendente voltou a falar comigo. Queria me "advertir" que, caso o problema fosse na parte interna da minha casa, o técnico da companhia iria apenas me "orientar a resolvê-lo" e eu seria cobrado em cerca de R$ 30,00 em minha próxima conta. Concordei. Encerramos a conversa, depois de 20 longos minutos ao telefone.
Fui pro banho e a tal linha - até então defeituosa - tocou. Era outra pessoa da companhia:
- Senhor, seu telefone está funcionando?
- Olha, se você ligou pra ele e estamos nos falando, só posso crer que sim, né? - disparei, já irritado e atrasado. Aproveitei para cancelar a solicitação de reparo feita anteriormente.
Voltei ao banho. O telefone tocou novamente. Atendi e era outro atendente da companhia:
- Senhor Murilo, o senhor cancelou o reparo do telefone?
- Sim, cancelei! E você já é o segundo a me ligar em menos de cinco minutos (é verdade, gente!)! Cancelei porque a linha já está funcionando, como você pode perceber. E não há sentido em mandar consertar algo que já está funcionando, certo? - respondi, já sem a menor intenção de esconder como aquela falta de comunicação entre setores diferentes de uma empresa de comunicação estava me irritando.
Mas, como dizem os pessimistas, as coisas sempre podem piorar...e pioraram! Com a voz empostada, meu interlocutor disparou:
- Senhor, o senhor pode repetir? Não pude escutá-lo com clareza...
Não repeti. Respirei fundo, disse que já estava tudo bem e desliguei. Com uma vontade louca de dizer um sonoro "TCHAU" pra essa empresa com nome de saudação; que muda, muda, muda e muda de nome, mas, no fundo, continua a mesma porcaria de sempre!

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Em prol da paz?

Paro o carro num sinal de trânsito e um sujeito, todo de branco, se aproxima da minha janela. Como estava a caminho da Barra da Tijuca, logo imaginei se tratar de mais um entregador de prospectos de empreendimentos imobiliários (já reparou como há entregadores de prospectos de imóveis no caminho até a Barra???). Eis que o cara se apresenta. E me surpreende:
- Oi, amigo! Nós estamos com um projeto em prol da paz. Queria saber se você não teria um real para colaborar...
Meio atônito, vi quando o meu "amigo" levantou algo como um adesivo muito do vagabundinho com um daqueles chavões de sempre pregando a beleza da vida em paz. Fala sério! A paz mundial é um dos maiores desejos universais, todos a querem, todos sentem falta dela. Agora, um marmanjo, todo fantasiado de branco, vir me pedir grana num sinal de trânsito em nome de um projeto vago...! Não dá! Não dava pra dar! E não dei!
Olhei pro cara e disse:
- Não tenho não! Boa sorte!
- Que Jesus te proteja mesmo assim! - ele disse, usando o mesmo como uma entonação que me fez sentir que, na verdade, ele queria dizer que Jesus não devia me proteger p***a nenhuma!
Segui meu caminho em paz. E lamentando a existência de tanto "pseudo-malandro" por esse mundo...

domingo, 1 de julho de 2007

Ainda o documentário...

Reunidos em família, pegamos a estrada rumo a um passado remoto, de lembranças boas e más. Distante quarenta anos de nós, nosso destino era Córrego do Ouro, distrito de Macaé, no Norte Fluminense. Minha família deixou o local há mais de quatro décadas e nunca mais ninguém voltou.
Lá, meus avós, tios e tias passaram parte de suas vidas. Sofreram, foram felizes, e aprenderam muita coisa. Lá, numa velha escola - que descobrimos toda reformada - alguns desvendaram o misterioso mundo das letras. Lá, num valão - outrora, um rio caudaloso - aproveitaram as aventuras e traquinagens da infância. Lá, colhiam de tudo. E agora há praticamente apenas pasto naquelas terras...
Viagem curta, mas cheia de prazer. Viagem em família, que divertiu a todos e serviu, pelo menos para mim, para dar ainda mais valor a uma história que é deles e também minha; uma história cheia de superações, desafios e, graças a Deus, de vitórias.
Além de todas as emoções, ainda pude gravar mais material pro documentário. Aliás, o material rendeu tanto que vai ser um "extra" do documentário principal...bacana demais!
Ah, a foto que ilustra o post é de algum lugar entre o Rio e Córrego do Ouro. Adoro viajar de carro. É quando a gente lembra do quanto nossa terra é linda e rica. Pra onde quer que se olhe, é só beleza...
Abraços e uma ótima semana pra todos!!!