sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sobre o Salto de hoje...

Apresentar um programa de televisão não é nada fácil. No caso de um programa de entrevistas (ou de debates, como o Salto), o pesadelo do apresentador é a falta de sintonia entre os entrevistados. Ou, pior: quando eles, por mais qualificados e preparados que sejam, simplesmente não "rendem" no ar (quando isso acontece, não raro a culpa é da própria televisão, que com suas luzes e câmeras oprime um pouco os convidados que não estão habituados ao universo da telinha.
Quando isso acontece, pra mim, fica uma pontinha de tristeza no ar. E até de frustração, por saber que o programa poderia ter rendido mais do que rendeu...
Hoje, apresentei um programa em que nada disso aconteceu. Tive o prazer de entrevistar três profissionais das letras: Lygia Bojunga, Luiz Raul Machado e Rui de Oliveira. Fizemos um programa recheado de simpatia, integração, clima leve, altíssimo astral e grandes lições de amor ao ofício de escrever e, no caso do Rui, de traduzir em imagens toda a beleza de uma boa história. Aprendi muito com os três. E saí do estúdio muito, mas muito mais feliz do que estava quando entrei.
Abraço carinhoso a Lygia Bojunga, Luiz Raul Machado e Rui de Oliveira, que, juntos, me deram de presente um dos melhores dias da minha trajetória profissional! Só lamento não ter registrado em foto algum momento dessa nossa conversa tão animada...! Mas que esse seja apenas o primeiro de muitos encontros nossos...
Aproveito para agradecer aqui a todos os professores, cursistas e telespectadores que participaram do programa, enviando perguntas de todos os cantinhos do Brasil...

quinta-feira, 28 de junho de 2007

A polêmica da vez...

Esporte e fofoca são dois filões que ajudam a vender muito jornal país afora. Filões que rendem audiência na televisão e milhões e milhões de page views na internet. Desde o início da semana esses dois filões se encontraram numa mesma notícia: o suposto desejo de um jogador de futebol supostamente gay que estaria disposto a assumir em rede nacional a sua orientação sexual. Pronto: colunas de fofoca e página de cobertura esportiva passaram a dedicar cada vez mais espaço ao tema.
Até que, num programa de televisão, um dirigente do Palmeiras "deixou escapar" a suposta identidade do atleta: seria Richarlyson, do São Paulo. A "gafe" do cartola acendeu de vez a polêmica em torno do assunto. E o caldo entornou de vez...! Primeiro, porque ainda que a revelação do dirigente palmeirense seja verdadeira, ela é descabida! Não cabe a ninguém revelar algo tão íntimo sobre a vida de outra pessoa dessa forma: na televisão, para todo o país. E, segundo, porque nas águas do cartola linguarudo e pressionadas pela mídia, pessoas próximas do atleta colocado na berlinda têm dado declarações que podem ser consideradas o supra-sumo da homofobia. O empresário de Richarlyson disse: "Quem não deve não teme. Não existe a mínima possibilidade de esse jogador ser o Richarlyson. Conheço a família dele, sua índole e seu caráter há 11 anos, desde que ele começou a jogar". Li a frase e fiquei me perguntando o que índole e caráter têm a ver com a orientação sexual de alguém...
Há ainda uma segunda declaração esquisita. Mas compreensível: numa situação dessas, a família do esportista acaba indo parar no olho de um furacão. E, procurada pela imprensa para falar a respeito, a mãe do meia acabou por arrumar um problema com os que tentam combater os preconceitos: "Meu filho não tem esse problema. Eu sei que ele não tem", disse dona Maria de Lourdes.
Acho a história toda lamentável. E olha que parei nos fatos, deixando de lado a boataria que também já ganha vulto na internet. Não duvido que o atleta passe, em breve, a ser hostilizado durante as partidas de futebol. Só espero que a mídia aproveite, antes disso, a oportunidade de fazer uma cobertura séria e construtiva de um assunto que também é sério: o preconceito que ronda e ameaça os atletas homossexuais.
E no mais, torço para que o Richarlyson meta uns bons processos em todo o mundo que andou falando da vida dele, caso essas especulações sejam ou não verdadeiras. O brasileiro precisa aprender que Deus nos deu apenas uma vida para que cada um cuide da sua...

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Desjejum

Provaram um da boca do outro quando a luz do sol ainda estava tímida demais para clarear todo o quarto. Beijo longo, saboreado em cada milésimo de segundo. Beijo quente, adoçado com várias pitadas da paixão que os unia.
Banquete servido, resolveram degustá-lo...
O sabor não era apenas um, carregava vários outros gostos em sim. Ora azedo, ora docinho como mel...ora ácido, cítrico, cortante como era o desejo que nutriam um pelo outro. E que os nutria. Comiam com os olhos, olhando para o espelho. Comiam com as mãos, que passeavam por seus corpos ardentes, molhados...melados. Comiam até no jeito de respirar e de sussurrar os elogios que davam um toque apimentado à refeição.
Com a alegria de quem está diante de seu prato predileto, experimentaram-se, deliciaram-se...mas não se fartaram. Nunca se fartariam um do outro; e era essa a certeza que mantinha viva a chama que fazia daquele o melhor, mais especial; o principal prato que já haviam provado. E que viriam a provar ao longo de suas vidas...

terça-feira, 26 de junho de 2007

Na pista...

Fim de estrada que não chegava nunca, reta sem placas, sem indicações, sem um rumo que pudesse chamar de fim. Ou de destino. Ignorava onde iria chegar, mas seguia em frente. Até que, cansado de esperar que aquele ponto-de-chegada se revelasse, resolveu relaxar. Olhar pro lado, sentir o vento soprando em seu rosto, apreciar a beleza de uma paisagem que, mesmo parecendo igual, sempre se revelava diferente de um jeito ou de outro.
Cansou do papel de condutor. E decidiu deixar-se conduzir por aquele passeio para não-se-sabe-onde. Viver o momento, a beleza de qualquer sentimento, e aproveitar o ineditismo de cada minuto; a graça de uma vida tranqüila e as benesses que o destino até então já havia lhe reservado...
É...resolveu curtir...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Nojo

Não vou dar minha opinião sobre o caso da quadrilha de pity-boys que espancou a empregada doméstica Sirley Dias Carvalho Pinto, no sábado. Não vou opinar porque creio que não penso diferente do que qualquer cidadão de bem. Não penso diferente de qualquer ser que, de fato, seja humano. E nada que eu escreva aqui vai ser capaz de traduzir a ira que atitudes desse tipo acabam por gerar...
Pois bem, vou me ater a comentar declarações de pais: "Esses meninos cometeram um erro e têm que pagar por isso, mas são estudantes, têm endereço fixo. Não podem ser jogados a uma cela com criminosos! Seria injustiça!", disse o pai de um dos acusados de fazer parte do bando de agressores. O mesmo pai disse que, se pudesse, daria uma surra no filho...
Por outro lado, me chamou igualmente a atenção a entrevista do pai da vítima. Não tenho como reproduzí-la entre aspas, mas o teor era claro: pais de filhos de classe média estão sendo negligentes com a vida de seus filhos; não procuram saber o que se passa do lado de fora de suas casas.
Dois pais desesperados; ambos sofrendo, é claro. Mas tendo a concordar com o pai de Sirley. Faz tempo que a classe média não se preocupa como deve com a educação de seus filhos - e atribui essa e outras muitas tarefas à escola. Dizer que é injusto punir os agressores de Sirley, pra mim, é a própria expressão da mais suprema injustiça! E o que seria justo, então? Espancar uma moça indefesa e, ainda por cima, buscar se justificar alegando "ter pensado que fosse uma prostituta"? Isso é justo? O que difere um autor de uma barbaridade como essa dos "criminosos" que estão presos? Ou melhor: o que faz desses rapazes menos criminosos do que os que já se encontram presos?
Nessas horas, confesso, dá um nojo danado de toda essa elite que quer "psicologizar" os crimes que seus filhos cometem. A mesma elite que quer ver policiais tirando ambulantes e meninos de rua dos sinais de trânsito, não por preocupação com a situação social que produz o sub-emprego e joga para as ruas tantas crianças e adolescentes; mas apenas para "limpar a paisagem" e dar mais "sensação de segurança". Quando é pobre que comete crime, ele é criminoso. Quando é alguém de berço, com grana, tudo fica mais suave. Desde o discurso até a punição...
Uma pena que a nossa sociedade esqueça de tudo tão rápido. E que, depois de amanhã, tudo o que aconteceu com a Sirley já vai ser superado por uma partida qualquer de futebol, pelos preparativos para o Pan ou por qualquer fofoquinha de quinta envolvendo um famoso qualquer. Se fala tanto que o país não é sério. Mas quem faz um país é sua gente. E, aqui no Brasil, muitas vezes a gente deixa pra ser sério depois. E o depois nem sempre chega...
Uma pena...

domingo, 24 de junho de 2007

Domingo cheio de trabalho e alegria...


O B@belturbo não é um diário, meus leitores mais assíduos já sabem disso. Mas acho bacana compartilhar a minha felicidade com os amigos: passei a tarde desse domingo no Jardim Botânico, aqui no Rio. Podem me chamar de carioca fajuto, mas eu não conhecia o lugar e fiquei apaixonado por lá...
Agora, a razão de tanta felicidade é minha vó. Passei a tarde gravando uma longa e deliciosa entrevista com ela para o documentário que estou preparando (sobre a própria). Muito bom tocar um projeto que só nos dá prazer, né?
Nos cliques, quatro momentos do meu papo com dona Zezé...
Boa semana a todos! E fica aqui a dica: visitem o Jardim Botânico do Rio! Aquilo lá é o máximo!!!

sábado, 23 de junho de 2007

Dia do "Santo Festeiro"

Olha pro céu, meu amor
Vê como ele está lindo
Olha praquele balão multicor
Como no céu vai sumindo

Foi numa noite, igual a esta
Que tu me deste o teu coração
O céu estava, assim em festa
Pois era noite de São João

Havia balões no ar
Xote, baião no salão

E no terreiro
O teu olhar, que incendiou
Meu coração
(Olha pro céu - Luiz Gonzaga - José Fernandes)
Viva São João! Sem balão, sem foguete! Com alegria no coração e felicidades pra todos nós. E mais umas guloseimas deliciosas dessa época do ano...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Tudo por um recorde?

Coçar o pé deve ser um tormento pra essa senhora aí...! E tirar aquela melequinha, como quem não quer nada, quando o sinal de trânsito está fechado? Impossível! Sem falar em coceirinhas que atacam as partes íntimas de todos os mortais; na hora do banho (já pensou???); e nos afazeres domésticos mais banais, como descascar batatas. Digitar, por exemplo, deve ser impossível!!! Aliás...muita coisa me parece impossível com unhas dessa magnitude!
Lee Redmond tem unhas que chegam a atingir quase 80cm, cultivadas desde 1979. E exibe essas aberrações com orgulho. Mundo louco esse, né?
Por aqui, Alcione e Zé do Caixão devem estar sentindo uma pontinha de inveja, né?
A notícia completa você lê no Planeta Bizarro, do G1.

Gracias! Thank you! Obrigado!

Agradezco a todos que accesaran el B@belturbo desde España. Ayer, casi el 30% de las visitas vino de Barcelona. ¡Gracias, hermanos! Ojalá que siguem veniendo acá, leyendo y comentando los textos del Babelturbo. Hasta luego!

Thanks to all that have accessed B@belturbo from Spain. Yesterday, almost 30% of the visits came from Barcelona.
Thank you, hermanos! I hope that you keep coming here, reading and commenting posts of the B@belturbo. See you later!
Agradeço a todos que acessaram o B@belturbo da Espanha. Ontem, quase 30% das visitas vieram de Barcelona. E foi a primeira vez que uma cidade estrangeira registrou mais acessos do que a média das cidades do Brasil. Brigadão, hermanos! Tomara que vocês continuem vindo aqui, lendo e comentando os textos do B@belturbo. Até mais!
Ah! E obrigado também aos amigos Diogo e Gustavo, que, aqui mesmo do Brasil, me deram uma graande força nesse post trilíngüe...rs!

Outros 500...

Blog chega ao post de número 500. Nada muda, mas há um sabor todo especial em comemorar a marca...
Entrei na janela de postagem e me deparei com um número que logo chamou minha atenção. A tela me avisava que o B@belturbo já tinha 499 postagens. Como a mente humana é meio doida, e quase todos nós temos essa compulsão esquisita por números redondos, logo saquei que este post é o de número 500. O que não significa nada demais; não faz desse um texto mais importante que nenhum outro antes publicado aqui.
Mas me dá alegria ver que a idéia de criar um blog - que me apareceu há 15 meses - foi um acerto. Não por um número redondo na minha tela, mas por ter me dado a possibilidade de escrever tanto e sobre tantas coisas. Por abrir um espaço para dar vazão a idéias que se perderiam num canto qualquer da minha mente. E por me fazer conhecer alguns leitores que têm a paciência de ler o que escrevo por aqui.
Fico feliz por isso!
E quem venham os outros 500!!!

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Eu, um quase-Otávio...

Quando nasci, eu não era Murilo ainda. Era pequeno, tinha cara de joelho - como dizem que os bebês têm - e minha mãe queria me chamar de Otávio. Sim, eu quase fui um Otávio a mais na face da Terra. O nome foi deixado de lado graças a um pedido de uma tia-avó, que sugeriu que minha mãe me desse o meu nome...
Não me imagino não sendo um Murilo. Mas, fazendo o documentário sobre a minha vó, reencontrei essa tia-avó que escolheu que a família teria seu primeiro Murilo quando eu nasci. Ela me contou a história; disse que "tomou emprestado o nome de um amigo da roça", "gente muito boa". Achei graça do jeitinho dela de me contar aquilo e, hoje, editando o filme, lembrei disso. E fiquei pensando como eu seria se fosse Otávio. Ou melhor...será que Otávio seria eu mesmo?
Do ponto de vista da numerologia, acho que não haveria grandes mudanças: assim como MURILO, OTÁVIO também tem seis letras. Mas a relação de uma pessoa com seu próprio nome é algo muito intenso, muito importante. E, sei lá...tenho sido Murilo há quase 27 anos. Nunca me passou pela cabeça ser algo que não esse que sou. E esse que eu sou é o único que sei ser, e não o vejo atendendo por outro nome que não esse, de seis letras, que começa em M e termina em O.
É...esse post foi mesmo uma grande divagação...

O oitavo pecado capital...

Já li em vários lugares que Priscila Fantin é a musa da estação. Concordo: a moça está mesmo mais bonita do que nunca na nova novela das sete. Mas se a estampa está beirando a perfeição, falta um bocado de envergadura quando o assunto é capacidade de interpretação. Vi uma cena da moça com o Ailton Graça e o desempenho dela foi algo bem próximo do constrangedor...
Taí...quem sabe se a canastrice não é o oitavo pecado capital???

terça-feira, 19 de junho de 2007

Leiam Final de Namoro

Mais um link pra já incrementada lista de blogs amigos do B@belturbo. Agora, a dica é o Final de Namoro, da fiel leitora Kika Gada. Pelo nick da autora, já dá pra sacar que não vai faltar humor por lá...
"Os momentos difíceis e bizarros" que todos nós, muitas vezes, enfrentamos no fim de um relacionamento fazem parte da lista de ingredientes que a Kika usa pra, de uma forma muito bem humorada, propôr essa discussão coletiva da relação. Ou, das relações...
Vale muito a pena visitar! Passem lá!
Deixo aqui os votos de sorte e sucesso pra Kika. E um beijão também, claro! ;)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Toda felicidade do mundo pra ela!!!


Hoje é aniversário dessa grande intérprete da MPB. E não poderia deixar de registrar aqui essa data, e o meu desejo de muitas felicidades pra essa baiana cheia de talento e sensibilidade!

domingo, 17 de junho de 2007

O reencontro...

O primeiro amor é aquele que aparece quando a gente nem sabe que ama. E quando nem faz idéia do que seja esse tal sentimento. Parece um querer bem, confunde-se com um carinho mais forte, com uma amizade mais especial. Mas...que nada! Lá está ele: querendo encurtar distâncias, diminuir os intervalos entre cada encontro, querendo um algo mais que parece enigmático demais para se compreender o que é.
Tinha vivido isso com ela. Contava os dias da semana para que chegasse o sábado e, quando ele chegava, contava as horas até que viesse o momento de vê-la. E quando a via, contava cada segundo até que, enfim, pudessem experimentar as delícias de se estar apaixonado. Tudo escondido! Tudo de um jeito inocente e atrapalhado, como eram os dois na época.
Um dia, tudo virou amizade. Não houve sofrimento. Deixaram pra sofrer só no dia do adeus, quando se viram diante de uma bifurcação que mandou cada um pra um lado...
Mas a vida não pára. O tempo não pára. Vieram novos amores, novos amigos, novas risadas. Novos tempos. Ciranda da vida rodando sem parar, anos e anos sem notícias um do outro. Até que, num dia desses, reencontraram-se. Olhou pra ela e viu que tudo estava ali: o mesmo jeitinho estabanado, o mesmo modo de sorrir, o mesmo quê de tristeza dentro daqueles olhos que parecem faiscar uma alegria imensa. Bastaram poucos instantes até perceber que era como se o tempo nunca houvesse passado. Conversaram mais um pouco e notou que a tal bifurcação não havia desfeito o laço de amizade que os unia. Sentiu-se bem por vê-la bem, bonita e feliz.
E se é verdade que a vida nos oferece uma lição todos os dias, percebeu que aquele reencontro lhe trazia uma dessas aprendizagens. A de que nem sempre o melhor desfecho para as coisas do coração é aquele que a gente imagina. Que nossos sonhos de amor e felicidade, muitas vezes, são pequenos demais perto de todo o contentamento que a vida pode nos trazer em surpresas como aquela, vivenciada no dia em que reencontrou sua primeira namorada...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Comentaê!

Turma, ontem, dia 14 de junho, o B@belturbo recebeu uma de suas maiores visitações nesses 15 meses de existência. Muito bacana! E, pela primeira vez, a maior parte dos acessos não veio aqui do Rio. Recife e São Paulo bombaram nas visitas! Sem falar no Paraná, em Mato Grosso, Fortaleza, Goiás e no Rio Grande do Sul. E nos acessos internacionais, né? Buenos Aires, Bilbao, Nova Iorgue, Chicago, Caracas, Lima, Oslo...só pra falar de alguns! Valeu mesmo!
Agora, o barato do blog é a interatividade! E, pra mim, também é muito bacana conhecer os meus leitores, suas opiniões e seus gostos. Portanto, comentem aê! Bora animar essa brincadeira um pouco mais!
[]s e ótima sexta-feira pra todo mundo!

Mídia amordaçada?

Leio na Folha de S.Paulo que a Igreja Universal do Reino de Deus conseguiu, na Justiça, proibir o Canal Brasil de exibir um episódio da série 'Documento Especial'. O documentário censurado, conta a coluna de Daniel Castro, data de 1989 e faz um raio-x dos primeiros passos da igreja, com imagens de exorcismo e de sacolas de dinheiro.
Não quero discutir aqui a história e muito menos a trajetória da IURD. Agora, cá pra nós, essa proibição é censura ou não é? O que a igreja alega ao pedir a proibição do programa? Quais argumentos levaram a Justiça a dar parecer favorável à proibição?
Começo a achar que a gente está mesmo vivendo um momento meio estranho. Faz muito tempo, lembre você também, que a gente não lia tantas notícias sobre proibição de livros, restrições a filmes e - agora - programas de televisão. O que que há?
O jornalista da Folha parece ter um palpite. E deixa isso claro bem no título das duas notinhas sobre o caso: MORDAÇA!

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Pedra dinamitada pela concorrência...

É...deu na Folha de S. Paulo que a audiência da estréia da minissérie "A Pedra do Reino" não foi nada boa. No horário, Record e SBT ficaram à frente do plim-plim. Ontem, um dia depois do início da história, quase todos os meus intelocutores concordaram: imagens belas e pouca história geraram a receita que (ao que parece) acabou desandando...
Acho uma pena! Principalmente porque pode dar ao povo uma impressão equivocada do romance de Ariano Suassuna. E o argumento de que a audiência é ruim porque o público rejeita as inovações de linguagem da adaptação não cola: "Hoje é dia de Maria", dirigida pelo mesmo Luiz Fernando Carvalho, se utilizou de estética bastante semelhante e virou um grande sucesso (rendeu até uma segunda jornada, lembra?).
Acontece. E mesmo grandes diretores, como o Luiz Fernando, têm o direito de errar a mão...afinal, quando acertam, eles sempre sabem compensar...

terça-feira, 12 de junho de 2007

O enigma da pedra...

'A Pedra do Reino': belas imagens, elenco afiado e bonita trilha sonora costuram uma narrativa que, na versão televisiva, parece um tantinho confusa demais...
Se você espera uma crítica séria, cheia de pretensão, desista. O papo é amador, eu sei. Mas é honesto, de quem acredita que a televisão tem que fisgar o espectador de cara. E por mais que se aprecie belas imagens e toda a sorte de perfeição técnica (desde o figurino até a interpretação dos atores), uma boa (e compreensível) narrativa é fundamental nesse veículo tão imediatista.
Dito isso, reforço: assumir carências e dificuldades não é nada simples. Mas vou fazê-lo aqui: vi os 10 primeiros minutos do episódio de estréia da minissérie "A pedra do Reino", na Globo. E só! Agoniado, desisti da empreitada. As imagens são lindas, a fotografia é primorosa, mas...simplesmente não entendi nada! A história (que nem cheguei a captar qual é) não me prendeu. Boiando diante da televisão, resolvi capitular antes de me perceber olhando pra telinha como um daqueles visitantes de galerias de arte que contemplam os quadros abstratos buscando enlouquecidamente atribuir-lhes um sentido.
Desliguei a TV, migrei pra rede e Gustavo, o mesmo amigo do post anterior, resolve compartilhar comigo suas impressões sobre a estréia da noite. "O pior não é ficar em casa. É ficar em casa, assistir à Pedra do Reino, achar lindo e não entender nada!", disse ele. Em outro scrap, Gustavo revela sua preocupação com as impressões do público. É quando entra em cena Léo, o amigo do meu amigo, que eu não conheço mas já defino como um frasista de mão-cheia! E Gustavo me relata uma conversa com Léo sobre a minissérie: "Quando acabou, ele (Léo) falou: "Meu Deus, fico pensando na dona-de-casa que ficou confusa com a Miami de 'América', que não sabia quando a história tava nos Estados Unidos e no Rio... Imagina nessa aí ". Morri de rir! E continua a transcrição das palavras de Léo: afinal, será que o enigmático capítulo deixou os telespectadores estressados? Léo não tem dúvidas: "A Christiane Pelajo em vez de dizer "boa noite" no Jornal da Globo, deveria dizer: calma senhoras, tudo vai voltar ao normal!"
O papo via scrap termina com mais uma ótima frase, de autoria de um outro amigo (frasista?) de Gustavo: "O Luiz Fernando Carvalho ficou tão preocupado com a fotografia que esqueceu a história! Acho que nem o Ariano Suassuna entendeu!"
Genial! E como é bom ter amigos que bóiam junto com a gente, né?

Sobre ontem...

Quando se está sozinho, o Dia dos Namorados não é uma data especial. Quando não passa em branco para os "avulsos", eles desenvolvem uma verdadeira aversão ao 12 de junho. Compreensível: não bastasse a certeza de não ganhar nenhum presente, ainda há o inferno de precisar enfrentar lojas insuportavelmente lotadas em nome do clima de romance que parece tomar conta do universo no dia fatídico. (Ei, juro que não sou um solteiro-recalcado...)
Pois bem, ontem foi Dia dos Namorados. E um dos meus amigos (também da trupe dos avulsos) resolveu desabafar no meu scrapbook: "vc já teve vontade de sair metralhando os casais felizes?? Hj eu quase matei uns dez no caminho de casa!!!". Achei muita graça! Claro que meu amigo está fazendo piada, mas esse clima de felicidade é um pouco irritante. Não por estar solteiro, mas por notar um tremendo clima de artificialidade pairando no ar...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Luz & sombra...

Pra onde quer que olhe, só você eu vejo. Por onde quer que ande, são teus passos que imagino ao meu lado. O que quer que eu viva, é com você que eu divido.
Digo isso porque te amo. E amar-te dessa forma, tão louca e tão bela, é o que há de melhor em mim. Sinto-me como um louco por querer-te tanto e tanto que nem sei mais se a palavra saudade consegue exprimir a falta absurda que sinto de ti. Dos teus lábios nos meus, do meu corpo no teu. De nós dois virando apenas um. Um "um" que é a minha melhor forma. A mais plena forma de ser eu e de me dizer todo seu.
Sigo a caminhada te amando, sendo teu e sem ter você. Por vezes, as pernas falham. O chão treme e aquele buraco que anda rondando o peito parece se abrir sobre meus pés. Nos dias frios, nas noite chuvosas, não é raro me deixar cair na cratera. Lá, preso, experimento a dor do vazio de não ter você comigo.
Mas logo chega um dia de sol. É quando lembro de ti, do teu sorriso iluminado, do brilho dos teus olhos, do calor do teu abraço. E agradeço a Deus por toda a luz que você trouxe pra dentro da minha vida...

Esperando Aviões


É...dia dos namorados. Sigo aqui, "esperando meu avião". Aí vai Vander Lee, com uma música que faz parte da minha playlist há tempos.
Desejo um excelente dia aos casaizinhos apaixonados...

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Los Hermanos: som ruim, emoção, aplausos, coro e muita maresia na Fundição...

Fim de show: Marcelo Camelo agradece os aplausos de uma platéia apaixonada pelos Hermanos

Bom, de cara eu digo que se você espera uma resenha completa do show dos Hermanos, do dia 07, vale a pena ler a matéria publicada pelo G1. Aqui, vou escrever apenas as minhas impressões.
O som da Fundição é muuuuito ruim! Tudo embolado, instrumentos em primeiro plano e as vozes de Camelo e Amarante lááááá longe. Uma pena! Quando a canção é um dos hits da banda, tudo bem: você entra no clima e vai cantando do início ao fim. Agora, quando a música não é tão familiar, fica impossível até de captar algum verso pra tentar buscar a letra no google depois. Muito ruim mesmo! Isso sem falar num "problema técnico" que a equipe da banda passou a noite inteira tentando resolver. Sem sucesso!
A platéia - como sempre - deu um show! Coro em praticamente todas as músicas, palmas batidas no compasso dos sucessos da banda e aplausos calorosos no final de cada uma das 25 pérolas do repertório do grupo. Agora, cá pra nós: muita gente muuuuuito doida! Antes da primeira música, vi duas pessoas passando carregadas. O povo pisa fundo demais na bebida. E em otras cositas más, que deixam o ar insuportável pra quem (como eu) não é chegado a um cigarrinho da capeta...
E Anna Júlia apareceu! Muitos fãs torcem o nariz pro hit mais pop dos Hermanos, mas todo mundo se acabou cantando os versinhos e pulando ao som das guitarras. Pra mim, um momento bem bonito: no show antes do recesso, vi (pela primeira vez) os caras tocando a música que me fez conhecê-los. E lá se vão 10 anos...
Foi uma noite bonita! Mas, não sei explicar bem o motivo, ainda prefiro o show de lançamento de "4", o álbum mais recente da banda. Mais bonito, mais festivo. Mais alegre. Também, é fácil entender: aquele não era um show de despedida...

quinta-feira, 7 de junho de 2007

"Xisssssss"

Alguém tem alguma dúvida de que essa foto da Dercy vai fazer a alegria do Kibeloco???
Impagável!!!
A foto ilustra a matéria da Folha sobre a festa de 100 anos da atriz, realizada em São Paulo. Dercy já tem 102, mas o pai a registrou com dois anos de atraso. Cansada, a comediante não ficou na comemoração por muito tempo. Mas ainda terá outras oportunidades de comemorar: dia 23 é o dia em que, oficialmente, a atriz celebrará seu centenário.
Parabéns pra Dercy! E pro fotógrafo que captou esse momento tão espontâneo da aniversariante...
PS.: Pesquisei e vi que a foto é de João Sal, da agência Folha Imagem. Tá dado o crédito!


quarta-feira, 6 de junho de 2007

Despedida em 3 atos...


Pois é! Eu vou!!!!
Depois conto aqui como foi o primeiro dos três últimos shows dos "Hermanos" antes do "recesso por tempo indeterminado". Aliás, ainda falando da minha banda preferida, vale elogiar a matéria de capa do Segundo Caderno do Globo de hoje. Deixa bem claro peso do som dessa rapaziada barbuda!
E quem quiser entrar no clima, o G1 também preparou uma matéria bem bacana sobre os últimos shows da banda. Fala-se em 3 horas de duração, é mole? Vale a pena espiar (a matéria, e o show, claro!!!)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Tirando o cavalo da chuva...

Não havia razão para sonhar mais com o dia em que a chuva poderia estiar. Sentiu o peso do ridículo doer-lhe sobre os ombros. O peso de quem tinha sido enganado por uma esperança traiçoeira, que, de alguma forma lhe dizia o tempo todo que a tempestade poderia acabar e que o tempo poderia virar. A seu favor.
Não havia virado...
Não viria a virar...
Enquanto pensasse daquele jeito, sabia que poderia seguir à espera de um dia de sol que nunca chegaria. Uma pena...Chorava debaixo da chuva e as lágrimas se perdiam com as lágrimas que as nuvens pareciam chorar só em sinal de solidariedade. Tinha esperado tanto por aquele dia...! E só agora se dava conta de quanto havia sido longa toda aquela espera. De como tinha se alegrado com pequenos sinais de consideração, de doçura, de carinho. Afagos que até sabia sinceros, mas que, muito provavelmente, ganhavam dimensão muito maior. A dimensão de todo o amor que queria poder dar. E que nunca pôde. E só agora percebia tudo.
Caminhou alguns passos sob a tempestade e encontrou o cavalo, sua única companhia durante toda aquela longa espera. Estava molhado demais, mas ainda firme. Tinha a força de quem já havia superado chuvas tão fortes quanto aquela algumas vezes. A força de quem sempre sabe rumar para dias melhores. Para tempos melhores. Acarinhou o animal, que lhe olhou como se sentisse toda a tristeza decorrente daquela escolha. Com certa dificuldade, subiu e sentou na sela. Respirou fundo e deixou-se levar à galope. Sem mágoas. Sem esperanças. Sem destino. E com o peso de quem tinha passado mais ou menos um ano inteiro esperando aquele sol; um ano inteiro em busca de um sonho grande demais para se tornar realidade...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Muito bem bordado...

Rodrigo Maranhão é um compositor que conheci através dos discos e shows de Maria Rita. São da autoria dele "Caminho das águas", o primeiro single do segundo disco da moça, e "Recado", do mesmo álbum. Eis que, agora, o rapaz resolveu dar a cara pra bater num cd próprio: "Bordado", que tem belíssimo projeto gráfico assinado por Cássia D'Elia.
São 11 faixas. Maranhão canta, toca violão, ganzá, cria efeitos e bate palmas. A sonoridade é bem bacana: regional e global. A voz do Rodrigo cai como uma luva para interpretar suas belas canções, cheias de referências a uma brasilidade que anda em falta nas prateleiras das lojas de discos.
Além das duas canções gravadas por Maria Rita - no disco, em leitura do próprio autor - destaco a bela "Noites do Irã" (me diz quem ditou essa moda / e quem vai julgar o juiz / e quem vai viver de mentira o sonho de outro país).
Em suma: comprei hoje e não parei de ouvir ainda. Tá mais do que recomendado!

À deriva...

Mar azul sob o casco, o sol ainda brilhava de fazer doer as vistas quando sentiu os ventos o abandonarem. Foi quando as velas murcharam e, mesmo sabendo pra onde deveria rumar, parou. Traído pelo velho motor, fraco demais para fazê-lo andar. Traído pelos bons ventos que até ameaçaram, mas nunca chegaram a soprar de fato. Parou. Ali, no meio do tudo. No meio do nada.
Olhou para além da proa e viu aquelas ondinhas pequenas, razão do sacolejar de sua embarcação. De onde vinha a força para aqueles movimentos incessantes? Que força era aquela, insistente, incansável, invejável? Força que lhe faltava: nas velas, no motor...e, também, dentro de si mesmo...
Mas a força - e os (bons) ventos - viriam, era questão de tempo. Só esperava que fosse antes de resolver pular no mar azul e rumar em outra direção. Não há calmaria que dure eternamente. Mas também não se imaginava esperando muito mais por um vento que não dava o menor sinal de estar disposto a soprar...

sábado, 2 de junho de 2007

Surpresa no cemitério...

Dando aquela vasculhada nas notícias da manhã, uma história me chamou atenção, logo na home do G1. "No funeral, irmã descobre que irmão está vivo", diz a chamada de capa. Não resisti e cliquei. Li a matéria toda e achei meio surreal a história do sobrinho que reconheceu como sendo do tio o corpo de um estranho.
Imagina a situação: no meio do velório, alguém tem a idéia de abrir o caixão e todos descobrem que o morto não é o morto da família. E, pior (melhor?) que isso, descobrem que o morto está vivo! Eu hein! Se fosse no cinema, a gente iria logo pensar que essas coisas só acontecem na ficção.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Os transeuntes...

Naquele início de noite, passava pela rua mais movimentada do centro de sua cidade quando notou aquele olhar. Em poucas frações de segundo, notou que não era um olhar qualquer. Aqueles eram olhos de desejo. Cruzaram-se ainda olhando um para o outro, e não pôde evitar um sorriso. Também tinha gostado do que acabara de ver. Sim, acabara de ver...
O que poderia fazer além de ver e sorrir? Correr atrás, pedir o telefone? Impensável! Estranhamente, sentiu vontade de olhar novamente. Virou-se para trás e, batata: ainda era o alvo daquele olhar. Seguiu em frente e o gesto de olhar para trás se repetiu por mais duas ou três vezes, sempre correspondido pelo olhar alheio. Da última vez que olhou, não viu. A multidão já tinha se encarregado de separá-los.
Para sempre?