quinta-feira, 9 de julho de 2015

Valeu, Veveta!


Hoje faz uma semana que essa bolinha de pelos foi-se embora, pouco mais de 24 horas depois de entrar nas nossas vidas. Ivete trouxe muita preocupação e apreensão; era frágil demais. Mas também trouxe muita alegria, muito amor. Arrancava sorrisos por onde passava, de gente que logo associava aquela cachorrinha peluda e meiga ao furacão baiano de quem "roubamos" o nome. 
Ivete trouxe um respiro de afeto em meio aos últimos dias, cheios de notícias tão duras e difíceis espalhadas por toda parte. Trouxe esperança de que ficaria bem e de que as alegrias - que já eram tantas - logo se multiplicariam a cada caminhada mais longa, a cada queda desajeitada sobre o tapete da sala, a cada xixi feito no tapete higiênico, a cada noite de travessuras...
Como disse semana passada no Instagram, Ivete tirou os pés do chão e os colocou numa nuvem bem fofinha lá no céu dos bichinhos. Nos deixou com saudades. E certos de que o amor, quando dividido, só faz crescer. Com ela, Pedro e eu aprendemos muito. Aprendemos a nos dividir em vários, a multiplicar nossa capacidade de desempenhar tarefas, a servir papinha de bebê com seringas, a domar um filhote resistente às porções de vitamina e vermífugo. Aprendemos a rir do caos que acompanha a chegada de um cãozinho numa casa e a desenvolver estratégias para diminuir os estragos ocasionados por esses devastadores tsunamis de quatro patas. Mas também aprendemos a enxergar o amor que esses seres tão frágeis nos dedicam; a reconhecer o receio contido nas batidas aceleradas de um coração de filhote; a acalmá-lo e a perceber o carinho contido nos olhos de quem não tem outra forma de traduzir seus sentimentos.
Teríamos feito muito, muito mais por Ivete. Não deu tempo. Mas ela também nos ensinou que há dores nas quais a gente não precisa mergulhar. Porque a vida é curta demais, voa rápido demais. De certa forma, Ivete nos preparou e moldou para a chegada de Edith, de quem certamente ainda falarei muito aqui no blog. Mais que tudo: Ivete nos lembrou que só o amor pode trazer leveza para nossas vidas nesses tempos tão áridos, obscuros e tristes que estamos vivendo. E por essa lição lhe somos muito agradecidos.
Valeu, Veveta!