quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Rodriguiano

Cristóvão estava dentro do ônibus, afrouxando um pouco a gravata para relaxar um bocado durante a viagem até o centro da cidade. Com o ar condicionado amenizando o calor que o terno o fazia sentir, recostou a cabeça no encosto do banco e fechou os olhos. Estava quase cochilando quando sentiu um toque suave em seu ombro. Assustado, abriu os olhos e viu a mais fiel tradução da perfeição em corpo de mulher. Vestida de normalista, a moça queria sentar justo ao lado do, ora boquiaberto, advogado.
Depois do esforço para disfarçar o choque que tamanha volúpia havia causado, Cristóvão deixou que a moça passasse para o acento próximo a janela. Foi uma atitude inconsciente e lucrativa: no caminho, a bela acabou roçando de levinho o ombro do doutor com seus glúteos firmes, apenas cobertos por uma sensual sainha de pregas...
Em poucos minutos, a mocinha normalista já estava acomodada. Cabeça apoiada na poltrona, fechou os olhos a caminho do sono. Cristóvão, então, dedicou-se a apreciar toda aquela beleza. Banhados pelo sol daquele início de tarde, mais claros ainda ficavam os loiros cabelos cacheados de Dalila - nome que o advogado acabara de atribuir à estudante. Claro também era o colo da jovem, parcialmente coberto pela clara blusinha do uniforme de normalista, com um botão entreaberto que revelava o começo dos seios altivos; benção da juventude.
As pernas, cobertas por rala penugem igualmente loirinha, estavam afastadas. E a imagem daqueles joelhos - um longe do outro - faziam o calor aumentar dentro do terno preto de Cristóvão, que já podia se imaginar perdido, brincando entre eles...
Foi quando sua mente emitiu um alerta: "Essa menina tem idade pra ser sua filha! Pode ser menor de idade! Isso é crime, seu velho pervertido!". Auto-advertido, fechou os olhos e tentou partir ao encontro da compostura esperada de um homem da lei. Cinco segundos depois, reabriu os olhos. "Ela tem 18 anos" era a frase que sua mente repetia à exaustão. "Sim, tem 18! Pelo volume dos seios, pelos quadris...só pode ter 18!", convenceu-se.
Os olhos de Cristóvão, então, puseram-se a passear ininterruptamente por toda a volúpia daquele jovem corpo de - recém-atribuídos - 18 anos. Com a pasta cheia de processos sobre as pernas, buscava esconder o processo que se passava por dentro de sua calça. Aliás, os últimos tempos faziam crer que aquele era um processo cada vez menos freqüente. Um processo pra lá de pertinente diante de uma normalista como Dalila...
Antes que pudesse concluir o processo com o discreto auxílio da pasta - o que teria acontecido mais facilmente, caso tivesse 25 anos a menos; Cristóvão foi surpreendido pelo despertar da jovem que, educadamente, ajeitou-se na poltrona, pediu-lhe licença, deu sinal e desceu do coletivo.
O doutor seguiu viagem e, à revelia, viu o processo ser arquivado sumariamente. Antes que o ônibus arrancasse, ainda pôde ver Dalila por uma última vez. E lembrou-se que devia fazer uns 30 anos que não se sentia daquela forma, vítima de uma simples professorinha...

O campeão do BBB 8 é...

Explico: Marcelo pode não ganhar o milhão do BBB, mas já é o campeão da incoerência...

Não estou vendo o BBB 8, talvez por uma certa ressaca depois de ter trabalho na edição passada. Mas, vez em quando, geralmente às quintas, dou uma olhada só pra ficar por dentro do que se passa dentro desse que é um dos programas mais assistidos da TV brasileira.
Numa dessas quintas, vi o participante Marcelo se assumir homossexual. Foi logo no início do programa e, confesso, achei um tanto quanto descabida a revelação do cara; porque, pelo menos ao que me pareceu, aquela não era uma questão fundamental, aliás, nem mesmo discutida pelos demais participantes do jogo. Mas, apesar do estranhamento, pensei que o cara talvez buscasse uma transparência nas relações que estava - segundo o meu raciocínio - buscando construir dentro do jogo.
Em outra quinta, vi o mesmo Marcelo espinafrando uma de suas confidentes na cena descrita no parágrafo anterior: Thalita. Nunca tive especial carinho pela moça, mas achei esquisito quando o suposto psiquiatra jogou no ventilador e disse que ela nunca significou nada pra ele na casa. Êpa: então como ele contou algo tão íntimo justamente para alguém que não significava nada? Mas, apesar do estranhamento, pensei que o jogo deixa aqueles doidinhos mais malucos ainda, e acaba gerando esse tipo de incoerência comportamental.
Hoje, outra quinta, acabo de ver o mesmo Marcelo bater boca com Thatiana. Na discussão - até então um papo no qual o "doutor" simplesmente resolveu se intrometer - ele chamou a loirinha de falsa e a acusou de "brincar com os outros". Depois, Thati explicou a outros amigos que, na verdade, Marcelo agiu dessa forma por saber de um segredo que, supostamente, está ligado à orientação sexual da moça. Aí pensei: como um cara de 31 anos, que se assume gay em rede nacional, resolve acusar uma moça bem mais nova, numa tentativa vã de fazê-la agir da mesma forma? Será que o relacionamento dele com a Thati é tão profundo a ponto que ele possa dele pensar ter o direito de intervir em algo tão sério e íntimo?
Enfim, não vejo o BBB 8. Mas, já decidi: Marcelo é o mala desta edição. E reúne todas as características de um perdedor: é pretensioso, não tem carisma e, mais que tudo: se acha o dono da verdade!
Onde voto pra ele ser eliminado ontem???

Pílula

E então, reinvento minha rotina, repenso meus gestos, desfaço hábitos e procuro um novo norte. Distante, seguirei sentindo o peso da tua falta, o silêncio de tua ausência...! Serei prisioneiro numa cela aberta, tomada pelo vazio que ficará por aqui quando não mais puder te ver nem te ouvir...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O vilão dos vilões

Eu nem era nascido em 1976, quando Rubens de Falco arrepiou o Brasil inteiro ao dar vida ao temível Leôncio, em "A Escrava Isaura" (TV Globo). Mas é curioso notar que é dele a imagem que me vem à mente na hora de citar o mais clássico dos vilões da teledramaturgia nacional. Pelas cenas que pude ver (e rever) mais tarde, pelo olhar grave e cheio de maus sentimentos - como manda o (bom) folhetim, e por toda a maldade que esse grande ator tão bem soube fazer acontecer diante de milhões de brasileiros, cubanos, russos, e tantos outros povos, de tantos outros países, que até hoje já se comoveram com a história da escrava branca vivida por Lucélia Santos.
Soube da morte de Rubens de Falco durante minha viagem, no final de semana. E o texto ficou rondando minha cabeça. Fica aqui a homenagem. E fica, também, a lembrança de mais um grande talento que se vai...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

1º bj

Sem mais o que perguntar, o que responder, e o que esconder; tomaram-se nos braços um do outro para aquele que seria o primeiro beijo de uma história que tinha tudo pra ser deliciosa. Com um quê de proibida; um quê de pervertida; um quê de romance; um quê de aventura. Nem melhor nem pior que as histórias vividas anteriormente; apenas a história que tinham escolhido compartilhar.
Quando eram poucos os centímetros que os afastavam daquele primeiro beijo, não sabiam o que fazer com os olhos. Fechados ou abertos? Talvez fechados, numa expressão mais romântica. Talvez abertos, para que testemunhassem cada segundo daquele momento tão especial.
Aproximaram-se ainda mais e o toque de suas mãos era a tradução fiel de um nervosismo gostoso de sentir. Umas, suadas. Outras, levemente trêmulas. Todas procurando e encontrando pontos a explorar; riquezas ainda por conhecer; terrenos férteis em busca de toques e apertos.
Quando chegou o momento certo - que não chegaram a saber qual era - beijaram-se. E foi bom e intenso, como costumam ser os primeiros beijos. Apaixonado, curioso e inesquecível, como manda a receita dos primeiros beijos protagonizados por casais em fase de encantamento mútuo.
E, melhor, sabiam que havia sido apenas o primeiro...

O boom da Melancia (com cacófato!!!)

Jura que o "sucesso" da Mulher Melancia está pondo em risco a carreira do grupo do Créu?Caramba!!! Que coisa boa! Tomara que essa moça vá longe! Ou melhor: pra bem longe! Com o Créu e quem mais quiser ir junto...
Essa...hum...como dizer... pseudo-música nos mostra que o poço sempre pode ser mais fundo do que parece. Para os que, como eu, anunciaram aos quatro ventos a vitória do grotesco quando da explosão da "Egüinha Pocotó", o sucesso do Mc Créu e suas dançarinas, com o funk das cinco velocidades demonstra que, definitivamente, já vivemos verões com trilhas sonoras muito, mas muito mais inspiradas.
Na nota que li no Ego, chama atenção a queixa dos demais integrantes do grupo que, supostamente, acham que a tal da Melancia aparece mais que eles. Fala sério! Eles queriam o quê? A moça tem uma bunda de 121cm, uai!!!

Quando é por pouco...

Você está numa van, cruzando a cidade a caminho do trabalho. O motorista corre um bocado, e os demais, nos outros carros, idem. Você tem um compromisso que pode ser honrado em dois pontos e passa parte da viagem a pensar em qual dos dois locais vai descer do carro para resolver o tal problema.
Eis que, do nada, resolve descer no primeiro ponto. Paga a passagem, desce e toma o rumo de seu compromisso. Resolve as coisas, sente o vento fresco da tarde, sente cheiros de comidas variadas e, ao voltar para a calçada, nota uma ambulância dos bombeiros impedindo parte do tráfego. Olha e vê: lá está ela, a van onde você estava há menos de cinco minutos, mergulhada na traseira de um ônibus. Tudo isso menos de vinte metros depois do local onde você desceu da condução.
O coração dispara quando seus olhos te mostram as pessoas que estavam ao seu lado, atrás de você; companheiros de viagem, todos machucados, recebendo o atendimento dos bombeiros. Você treme, sua voz tem que vencer barreiras incontáveis até encontrar o mundo. E, pequeno diante da imensa ordem natural das coisas, você fecha os olhos e agradece a Deus por ter ficado de fora dessa.
Tudo isso aconteceu. Ontem. Comigo!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Um caso de amor!!!


Tirei três dias de férias - sim, Luciana, pode dizer que eu "ainda digo que trabalho" - e zarpei pra Ilha Grande. Ô lugar maravilhoso, minha gente! E senti uma vergonha absurda por não ter descoberto aquele paraíso antes!
Enfim, conheci (parte da) Ilha Grande - que, aliás, é enorme, como diria aquele personagem do Paulo Silvino. Conheci e me apaixonei, e esse promete ser um longo caso de amor!!!
E, é claro, indico a todos os amigos, leitores e visitantes...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Álbum de figuraças!!!

Feição, cinegrafista da TV Brasil, é o astro da estréia da nova coluna do B@belturbo...

Uma câmera de TV Betacam - padrão que vem sendo deixado de lado em nome da revolução digital - pode pesar cerca de 13kg. Aí, o que pensar quando o cinegrafista, responsável por carregar aquele chumbo todo nos ombros, tem mais de 70 anos?
Pois hoje eu conheci um senhor de 72 anos, cheio de orgulho do bigode e de poder carregar essa companheira pesadinha há mais de 55 anos! O nome dele? Feição. Sim, Feição mesmo! El bigodón de Feição lhe rende apelidos esquisitões, como Asterix e Leôncio (aquele, do Pica-Pau). Mas o que achei mais curioso é uma tática esperta do Feição: para não ter de decorar o nome de todos os membros da equipe - hoje, por exemplo, éramos sete - entrevistados e afins; ele chama todo mundo de...Feição! Sim, Feição mesmo! O próprio nome dele...
O astral do Feição contagiou a equipe numa externa hoje. E ficamos, seis novos Feições, rindo o tempo todo da malandragem inocente desse camarada, que se orgulha de suas mais de cinco décadas de serviços prestados ao cinema e à TV do Brasil. E diz, todo pimpão, que ainda tá botando muito garotão no chinelo...
É ou não é uma figuraça?
Dá-lhe, Feição! E um abração do Feição de cá...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Valeu, Valdean!!!

Escrevi um post aqui ontem, contando como foi bacana a experiência de gravar com a turma do Observatório de Favelas. E o Valdean, que trabalha em um dos projetos da Ong, o "Imagens do Povo", passou nos comentários e encheu minha bola!
Obrigado pelas palavras, cara! De verdade!
E, mais uma vez, parabéns pelo trabalho!

Antes tarde...

Êpa, no título estou me referindo ao post, uma vez que, mesmo com um dia de atraso, não dá pra passar incólume pela notícia da renúncia de Fidel Castro. Embora a ambigüidade caia como uma luva nesse caso...

Será que alguém vai sentir saudades dele?
Será que ainda há quem aposte nas ditaduras como melhor saída para qualquer nação que seja?
Será que um governo autoritário pode ser apontado como alternativa, mesmo diante de todos os problemas que as democracias ainda enfrentam?
Eu respondo NÃO para essas três perguntas. E, com um sorriso no rosto, assisto ao momento em que um das mais longevas ditaduras da história recente dá sinais de que começa a ruir...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O desconhecido cotidiano da Nova Holanda...

(Foto do projeto "Imagens do Povo". Clique para ver maior)
Projeto de fotografia realizado em comunidades do Rio de Janeiro encara a comunicação como um direito humano e mostra que, nas favelas, nem tudo é como a TV e os jornais mostram...
Faz tempo que, nos noticiários, favela virou sinônimo de violência. Uma lógica cruel, que acaba por colocar os moradores dessas comunidades num grande balaio de gatos onde se misturam o tráfico de drogas, a polícia corrupta, o descaso das autoridades e um tanto de outros dados que a sociedade briga pra continuar a não ver.
Mudar essa lógica e mostrar o belo que há nessas comunidades é um dos principais objetivos do "Imagens do Povo", um centro de documentação, pesquisa e formação criado pelo Observatório de Favelas, localizado no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro.
Desde que o Tim Lopes foi assassinado, todos sabem, jornalistas passaram a ser vistos como ameaças em algumas comunidades dominadas pelo crime organizado. Por isso, gravar nessas localidades acaba virando motivo de apreensão. O que mais ouço, por exemplo, quando digo que vou gravar numa favela é: "Caramba! Cuidado!". E não foi diferente quando as pessoas próximas souberam que eu iria, hoje, ao Complexo da Maré pra gravar com o pessoal do Observatório.
Pois lá fui eu e, logo na primeira entrevista, notei que estava conhecendo uma iniciativa cheia de significado pra toda gente que vive nas 16 favelas que formam o Complexo. Um lugar cheio de mazelas, sim, mas também cheio de gente feliz! Como a Jô, de 55 anos, moradora da Cidade de Deus, que resolveu fazer o curso de fotografia depois que o marido se formou na turma do ano passado. Sorridente, a paulista me conta que agora vive como retratista - tal qual o marido - e dedica-se a registrar imagens das mulheres trabalhadoras da CDD, pra provar que favela "não é só lugar de mulher que gosta de baile funk!".
Lá tem gente batalhadora; gente disposta a olhar o trabalho da mídia com uma visão crítica. Paulo Henrique é um exemplo: "A mídia vem aqui, tira fotos e mostra que aqui só tem criminoso, gente desonesta! E não é verdade!". Só discordei do Paulo quando ele se referiu a mim e à minha equipe como "vocês que são da cidade". Sem querer, ele repetia um discurso que acaba por legitimar a lógica da exclusão, considerando os moradores de favelas como habitantes de um espaço outro que não o da cidade. Deslize inocente na boca do Paulo, mas grave quando rege decisões, investimentos governamentais; e forma opiniões da chamada "sociedade".
E foi lá que vi fotos lindas, cedidas pela turma do projeto para a edição doa reportagem. Fotos que mostram o cotidiano das comunidades da Maré, nas quais aparecem crianças sorrindo, distraídas com suas brincadeiras inocentes e deliciosas. Imagens de um dia-a-dia cheio de cor e movimento, cheio de contrastes e luz. Uma rotina que encanta o Valdean, responsável pelo banco de imagens do projeto, com um acervo de mais de 3.000 fotos catalogadas.
Valdean, pouco mais novo que eu, é aquele tipo de cara que nos faz crer que um mundo novo é viável. Tem brilho no olhar, paixão pelo que faz e acredita verdadeiramente que as coisas podem ser diferentes. E a diferença dessa iniciativa do Observatório foi premiada pelo jornal O Globo; uma boa notícia que Valdean me deu cheio de orgulho. O mesmo orgulho exibido ao mostrar as fotos dos colegas de projeto e ao narrar as conquistas - umas simples, outras grandiosas - que já marcam a existência do "Imagens do Povo".
Enfim, foi uma manhã feliz. Colorida e alegre como o cotidiano - desconhecido por muitos de nós - da comunidade de Nova Holanda. E só me resta agradecer ao povo do Observatório pela acolhida, pela paciência, e por mostrar que nem tudo é exatamente do jeito que parece! Felizmente!
Se você quiser conhecer mais sobre o projeto, aqui está o blog da turma. Tem fotos belíssimas, vale a pena!
Valdean também tem um blog! Aqui está o link!
Se gostou do tema e quiser conferir o resultado das gravações, é só ficar ligado no Salto! Vai ao ar em março...

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Em Copa, "furacão" Cláudia Leitte vira brisa suave...

Show da ex-vocalista do Babado Novo é marcado por atraso, repetições de números e longas pausas para troca de figurino...

Setecentas mil pessoas lotaram as areias de Copacabana na noite de ontem, dia 17, para acompanhar a gravação do primeiro Dvd solo de Cláudia Leitte. Popular, a loirinha, agora ex-vocalista do Babado Novo, escolheu a praia mais famosa do mundo para dar o pontapé inicial em sua nova fase no showbizz. E pelo número que abre esse parágrafo, dá pra notar que o povão aceitou o convite e foi com tudo pra festa.
Fui apostando num show grandioso e me surpreendi com dois! Sim, caros, porque quase todos os números precisaram ser repetidos pela artista por problemas técnicos da gravação. A própria abertura do show - geralmente o momento mais marcante de uma mega-apresentação como a proposta por Cláudia e seu staff - foi refeita três vezes. Na última delas, um tanto constrangida, a cantora dispensou o elevador de onde surgia e simplificou a performance.
Além das repetições, outro balde de água fria na multidão que conferia o show: as longuíssimas pausas para troca de figurino da estrela, que a própria Cláudia Leitte reconheceu como um ponto chato da apresentação.
O preço das repetições e das pausas para troca de roupas foi alto: pressionada pela Polícia Militar, que precisava fazer cumprir a lei do silêncio depois das 22h, a produção do espetaculo tirou do repertório "Amor Perfeito", um dos maiores hits da história do Babado Novo.
O sistema de som deixou muito a desejar e em vários momentos a platéia sentia um apagão no microfone de Cláudia. O mesmo não acontecia com os convidados: Gabriel O Pensador, Badauí, Daniela Mercury, Wando e Carlinhos Brown puderam ser ouvidos com mais facilidade...
Pro meu gosto, Cláudia parecia pouco à vontade em cena. Talvez nervosa, o que é compreensível diante da grandeza do evento e do significado dele em sua carreira. Só se mostrou mais espontânea quando, depois de mais um problema técnico, improvisou cantando a onipresente "Dança do Créu". Arrancou aplausos e conquistou a massa, embora muita gente perto de mim reclamasse o tempo todo das repetições e dos intervalos para troca de figurino. Durante uma das pausas, no palco, Cláudia agradecia a uma tia que "viajou de avião pela primeira vez hoje, pra ver o show". Ao meu lado, uma voz respondeu prontamente: "E deve estar arrependida!"
Os momentos mais animados do show, com "Safado, cachorro e sem-vergonha", "Lirirrixa" e "Extravasa" precisaram ser refeitos e as repetições contaram com uma participação bem menos intensa da massa. Uma pena, que facilmente será corrigida na edição do Dvd. Já a gravação de "Horizontes", composta por um fã da cantora presente ao show, rendeu momento bonito e registrado de prima. Pra sorte da platéia e do segurança que segurava na corcunda o fã-compositor...
Por fim, vale dizer que ainda são muitos os que rotulam Claudinha como uma espécie de clone de Ivete Sangalo. Algo que pode ser cruel e inevitável quando a loira escolhe pra encerrar seu primeiro show solo "País Tropical", justamente a primeira canção do medley que encerra o "Multishow Ao Vivo- Ivete Sangalo no Maracanã". Se não foi intencional, desculpem, mas foi uma triste falha no planejamento da nova estrela...
Para os fãs de Cláudia Leitte, resta torcer para que o Dvd leve para as telas uma versão mais alegre e espontânea do que foi esse frio show de ontem...

Um Urso de Ouro para Capitão Nascimento & cia...

Merecidíssimo o Urso de Ouro para "Tropa de Elite", o filme brasileiro de maior repercussão nos últimos tempos. Rotulado como um filme fascista - aqui e lá fora - e por fazer uma suposta apologia ao uso da tortura por forças policiais, o longa de José Padilha cumpre um importante papel ao denunciar - e com toda a força do maior fenômeno pop do cinema nacional desde a retomada - os abusos cometidos por policiais corruptos e a caótica situação da segurança pública no Rio de Janeiro.
"Tropa" é o segundo filme brasileiro a faturar o Urso de Ouro. O primeiro, há exatos dez anos, foi o também excelente "Central do Brasil".
Com esse prêmio internacional - um dos mais importantes do cinema mundial - pra mim fica evidente o equívoco cometido pelo comitê responsável pela indicação brasileira para a seleção do Oscar. Perto de um furacão como "Tropa de Elite", "O ano em que meus pais saíram de férias" vira uma chatice danada, distante da realidade de muitos brasileiros e, sim, quase um arremedo de outras produções européias e latinas...
Mas nem tudo é Oscar! E viva a "Tropa"!!!

sábado, 16 de fevereiro de 2008

"Samba Meu": o showzão dela...

Fotos exclusivas do show "Samba Meu": sarada, animada e em lua-de-mel com o samba, Maria Rita faz show alto astral e conquista platéia com os sucessos de seu terceiro disco...

"Divirtam-se!", ordenou Maria Rita, apresentada ontem como a "musa da MPB", na primeira noite da curta temporada de seu show "Samba Meu", de volta ao Rio. Sarada, como mostram as fotos do post, a cantora ainda aproveitou para dizer ao público que nesse espetáculo também tem se divertido bastante. E, durante os 80 minutos da apresentação, o que se viu foi mesmo uma artista leve em cena, feliz com suas escolhas e com a resposta do público.
O início do show é arrasador! Maria Rita faz "Samba Meu" a capella, já adicionando "O Homem Falou", que é pra ninguém ter dúvidas de que se trata de um show alto astral. "A festa vai apenas começar", diz um dos versos da canção de Gonzaguinha, já na boca da platéia. Platéia, por sua vez, completamente entregue ao clima alegre proposto pela estrela.
O set de sambas continua com o hit "Tá Perdoado", acompanhado de fio a pavio pelo público, que ainda faz marcações na palma da mão enquanto, do palco, a mais nova sambista do pedaço diz no pé. Na seqüência, "Maria do Socorro" e "Novo Amor" rendem grandes momentos. E uma surpresa: "Cria", que eu sempre achei uma das mais fraquinhas do disco, cresce no show e se mostra envolvente; ponto para a cantora, que assina a co-produção do disco.
À essa altura, o clima já tinha esfriado um pouco - aliás, o Citibank Hall me parece grande demais para alguns shows, o que favorece um certo ar de desânimo em certas apresentações. Só que o roteiro de "Samba Meu" tem um trunfo: pra dar aquela descansada nos sambistas do público, Maria Rita entoa vários sucessos de seus dois primeiros discos. "Caminho das Águas" e "Muito Pouco" - com levada latina, "Menininha do Portão", "Santa Chuva" - sempre um momento de catarse coletiva, "Encontros e Despedidas" e "A Festa" também fazem o público soltar a voz junto com a artista. E, como o show é de samba, não poderiam ficar de fora "Recado", "Conta Outra" e "Cara Valente".
De volta ao repertório do mais recente disco, "Maltratar não é direito", "Num Corpo Só", "Casa de Noca" e "Corpitcho" - que a moça canta caprichando no carioquês - viram tiros certeiros, que fazem o povo deixar as mesas de lado e partir pro sambão, ali, cara a cara com a cantora. Maria Rita, ainda meio tímida, ri e parece adorar o clima de showzão popular, capaz de desfazer aquela aura de diva que pairou sobre sua cabeça nos dois shows anteriores.
No bis, uma novidade no repertório do show: "Não deixe o samba morrer", clássico do repertório de Alcione, ganha leitura acertada da caçulinha da turma do samba. E soa como uma declaração de amor ao gênero que, sem dúvida, trouxe fôlego novo para a carreira de Maria Rita.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Mudança

Saiu quando ainda era noite, na ponta dos pés. Não queria acordar quem teria um dia inteiro de trabalho pela frente, tomando providências para que a mudança corresse bem.
Na penumbra, viu aquele belo corpo envolto apenas por um lençol e pôs-se a admirar aquele quarto, as paredes, a janela...! Fez o mesmo na sala, no banheiro e na cozinha de tantos cafés-da-manhã; como se, naquela última visita, estivesse se despedindo do lugar onde fora tão feliz.
Na mesa da sala, pegou um pedaço de papel e escreveu:
E cada um dos cantos onde nos amamos ficará pra sempre guardado em minha memória. Do sofá ao quarto, passando pelo corredor que colecionou tantos gemidos e gozos. Da cama, de quentes noites frias; ao banheiro de banhos a quatro mãos.
Inesquecíveis lembranças de dias, tardes e noites deliciosas...

Deixou ali o bilhete e saiu, fechando a porta devagar para registrar cada pedacinho daquela imagem...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Pra minha Maria predileta...

Olho aquela nossa foto e me lembro de tanta coisa boa...
Do teu sorriso, da sua mão em meu braço enquanto caminhávamos, da minha emoção ao ouvir tudo o que você tinha a me dizer. Lembro, mais que isso, de todo amor que enxerguei nos teus olhos, de todo o carinho que emanava da tua voz em todas as vezes em que disse o meu nome.
Agora, saio pelas ruas e lembro de todas as vezes em que te vi passando por elas, usando o guarda-chuva pra se proteger do sol, caminhando devagar e firme. Agora, sinto vontade de chorar quando vejo nossos sorrisos eternizados em tantos retratos. Que são tão pouco perto de todos os outros que gostaria de ter tirado contigo...
Tento rir e agir como antes, mas falta você pertinho de nós. E essa ausência faz tudo parecer muito pouco, quase nada.
Hoje, dois meses depois, ainda me pego pensando que tudo pode ser um sonho ruim e que vou chegar em sua casa e te encontrar sentadinha, vendo uma novela qualquer. E você vai sorrir pra mim, me dar um beijo e perguntar se eu quero alguma coisa gostosa pra comer, como sempre fez. Só que eu aproveitaria pra ficar sentado do teu lado, com minha mão passeando por teus cabelos e dizendo, o tempo todo, como eu sou feliz por ser seu neto, como me orgulho de você e o quanto você é importante na minha vida. E vai ser sempre!
Conforta apenas saber que, com você, faria tudo igual. Porque foi tudo lindo! E como tudo o que é lindo, a gente nunca quer que acabe...
E tenho fé que não acabou, minha vó querida!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Presente das marés

Distraído navegando pelas ondas do mar que é a internet, viu quando o mensageiro instantâneo fez pular na tela uma nova mensagem; algo como a versão para o século XXI dos bilhetes enfiados em garrafas e jogados ao mar. Nem precisava de foto, nem precisava de nome: já sabia o que as ondas traziam ao seu monitor...
A versão digital da garrafa recém-chegada à sua ilha dizia:


E nesse pique-esconde vamos em frente, ora mostrando mais que queremos, ora escondendo um tantinho mais só pra despertar o interesse pelos mistérios de cada um. Correndo para esconder e achar, elevamos temperaturas, derrubamos vergonhas, aguçamos sentidos. E no compasso da respiração de quem se esconde, ofegante, torcemos para que dessa brincadeira surja um encontro dos bons...

Depois de ler e reler, olhou para a janela do messenger e sorriu, imaginando o que responder. Em sua mente, porém, perguntas pairavam por todos os cantos:
Será que pode ser? Será possível que seja? Será que será?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Lágrimas & chuva

Quando o pranto das estrelas tocou o chão, lembrou dos olhos marejados e da voz embargada que vira horas antes. Viajando no tempo, recordou de algumas das vezes em que eram seus os olhos a verter lágrimas; e sua a garganta apertada por um nó imaginário...
Agora, era apenas espectador. Daquela chuva e dos choros outros. De lamentações e dores que não eram mais suas; que não mais lhe faziam sentir o peito partido como chão seco.
E viu que as dores verdadeiras, imponderáveis, servem para ensinar que sofrer nem sempre é o único caminho possível.

Descombinações...

Ainda sobre o finde: pós-teatro combina com pizza, que combina com refrigerante, que, definitivamente, não combinam com os meus 40 minutos diários de corrida. Vá lá, não sou general e minha vida não é passada num quartel; mandei a pizza pra dentro de com força!
Mas pizza - quatro pedaços!!! - não combina com roda gigante, eu garanto! Nem com aquela, enorme, patrocinada por uma cervejaria. Sabe, minha gente, não desce redondo! Isso pra não falar de um certo medo de altura, que também está longe de combinar com uma voltinha na atração que oferecia uma linda vista da orla de Copacabana.
E pra deixar ainda mais gritante a falta de sintonia entre a pizza e as voltinhas nas alturas, nem preciso dizer que rodar o carrinho onde estão sentadas pessoas que se entupiram de pepperone, lá nas alturas, está longe de ser uma boa idéia, né?
Resultado: um enjôo faraônico...
Vou sugerir aos organizadores que, ano que vem, repitam a dose (sem trocadilho etílico) e instalem a roda novamente lá no Forte de Copacabana. Só que, por via das dúvidas, que tal colocar ao lado uma montanha-russa patrocinada por aquele remedinho contra mal-estar digestivo? A gente vai pra montanha-russa, toma um; vai para Roda (roda, roda, roda e avisa) e, na saída, passa na montanha-russa e toma outro.
Aposto que, aí sim, vai descer redondinho!!!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

'Cada um com seus Pobrema': show de talento e de humor inteligente...

Marcelo Médici lota teatro e faz o público morrer de rir em espetáculo cheio de sacadas que estão longe de reverenciar o humor rasteiro...

Ouço elogios ao talento do Marcelo Médici há um tempão! Lembro do cara no início da carreira televisiva, na "Praça é nossa", interpretando o Sanderson, um corintiano cheio de marra que rendeu ao ator o Prêmio Multishow de Humor, há dez anos. Achava o personagem meio boboca, mas eram inegáveis o carisma e a capacidade de convencimento que Marcelo emprestava à sua criação toda vez em que sentava no banco da praça, ao lado do Carlos Alberto.
O tempo passou, o ator foi parar na TV Globo e a mudança lhe fez muito bem. Embora a emissora esteja longe de aproveitar bem todo seu potencial, pelo menos tem dado mais visibilidade ao espetáculo que, desde 2004, Marcelo Médici encena com sucesso impressionante: "Cada um com seus Pobrema", sobre o qual ouço, leio e vejo elogios desde a estréia. E também desde a estréia guardei uma grande vontade de conferir, ao vivo, a performance do criador do Sanderson.
Sábado, lá fui eu ao Teatro Leblon. E como valeu a pena! De cara, entra em cena uma empregada doméstica, Cleuza, que arranca gargalhadas homéricas da platéia ao narrar todo o seu sofrimento de portadora de TOC - o tal Transtorno Obsessivo Compulsivo. Cleuza, que faz piada até com uma suposta falta de talento do astro do espetáculo, debocha dos seus irmãos de infortúnio: "Pobre vive dizendo que não tem nada, aí, quando vem a enchente, diz que perdeu tudo!". Não há quem não ria!
Sanderson também tem sua vez e, se nas TV o vendedor de "chicrete" parecia boboca, ganha força e projeção no palco, contando as peripércias da namorada que queria se suicidar por ter um cabelo "to-nho-nhóin". Risadas e mais risadas que crescem em volume e freqüência quando surge na boca de cena a versão decadente criada por Médici para a "Smurfete". Com a cara pintada de azul e a voz aguda e doce da duendezinha, o ator conta, com ar infantil, que a pobre personagem foi violentada até pelo Papai Smurf. Drogada e prostituída, tal Cristiane F., a Smurfete da peça acaba virando convidada de programa popularesco da TV e, por fim, passa a vender iogurte de porta em porta.
Quando minhas bochechas já davam claros sinais de exaustão - sim, rir cansa! - surge Tia Penha, a apresentadora infantil que detona o politicamente correto, tão em voga ultimamente. "Tinha Penha fuma e não vai parar", anuncia; despejando sobre o imaginário público infantil uma saraivada de impropérios deliciosos: "Papai Noel não existe", revela, debochando da inocência dos pequenos. Creiam: Tia Penha, por si só, já valeria o ingresso...
Jonson - assim mesmo, aportuguesado - é o surfista-modelo-e-ator-de-cabeça-vazia. Aparece com uma risada típica de quem tem a cabeça arejada (vazia???) e faz o público explodir no riso ao explicar sua técnica para encarar a passarela. Aliás, mais uma ótima sacada de Marcelo Médici, também responsável pelo texto do espetáculo.
Texto inspiradíssimo, que se torna ainda mais brilhante quando chega a vez de Jatira - uma mistura de astróloga, taróloga e podóloga - ganhar o palco. E a platéia, já que o número é permeado por vários improvisos com o público. "Trago a pessoa amada em três dias, se ela morar aqui na Zona Sul", anuncia a picareta de voz esquisita e olhar, digamos, místico e penetrante. Outro grande momento no qual o talento do ator para o improviso se torna incontestável.
No fim, o já célebre Mico-Leão-Dourado que tem a árdua missão de acasalar para evitar a extinção da espécie. Um banho de interpretação onde tudo é meticulosamente pensado: até o jeito do ator vestir a peruca que lhe faz ganhar uma vasta juba.
Saí do teatro rindo muito, brincando de repetir com a turma de amigos as frases da peça e reverenciando o talento desse grande ator. A dica, meus caros, é mesmo imperdível: "Cada um com seus Pobrema" segue em cartaz no Teatro Leblon até o próximo dia 24.
Se bobear, ainda vou de novo...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Uma (muito) boa tarde!!!

Volta ao trabalho: arquitetura linda, jardim cheio de cor, arrepio e sorrisos em tarde musical com jovens cheios de sonhos e talento...

Desço do ônibus da TV em frente a um lindo casarão, cravado no meio do bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio. Entro e o clima do lugar não poderia ser melhor: lá dentro, em cada cômodo, a atmosfera é toda musical, respira-se dós, fás, sis, rés e etc. Estou no Museu Villa-Lobos, um lugar que tive o prazer de conhecer na tarde de hoje, tarde de reencontro com os meus amigos do Salto e com o meu trabalho.
A casa é imponente, belíssima! E, enquanto procuramos nossos contatos no lugar, vou me deparando com trompetes, flautas - doces e transversas - violinos, cellos, clarinetes, violões e vários outros instrumentos que sequer conheço; todos nas mãos de jovens cheios de vontade de aprender e de sorver tudo de bom que a música pode nos dar. São jovens participantes do processo de selação para o projeto Villa-Lobos e as Crianças...
Ali, no meio de um jardim lindo, converso com esses jovens de olhos brilhantes. Meninos e meninas de 16, 17 anos; todos já completamente apaixonados pela música, todos com sonhos por realizar, com conquistas e vitórias pra contar.
Ouço aquela moçadinha tocar e fico arrepiado com a sutileza daquela orquestra - ainda em formação e já tão bonita; com a força que todos demonstram ao empunhar seus instrumentos e, cada qual do seu jeito, dar sua contribuição para que o todo seja harmônico e belo; e com os olhares tão sérios, graves, que quase destoam de rostos tão jovens, quase inocentes. Olhares de quem lê partituras e notas magistralmente pensadas por Heitor Villa-Lobos.
No fim das seis horas de gravação, apesar de uma dor-de-cabeça daquelas, saio do Museu com um sorriso no rosto. E com a certeza de que não poderia ter encontrado um jeito melhor de voltar a fazer o que amo depois das férias...
O resultado dessa tarde você vai conferir no Salto 2008! E já posso adiantar que é imperdível!

Rapadura é doce...

Vi algumas matérias sobre o início do ano do Rato na China. E é sob as influências do roedor que lá vou eu de volta ao trabalho, depois de férias bem aproveitadas, sobretudo para descansar de um ano puxado como foi 2007.
Dar adeus ao ócio do último mês dá um aperto no peito. Mas também é gostoso voltar ao trabalho, reencontrar os amigos e as coisas que adoro fazer...
Enfim, hoje começa - definitivamente - 2008. Pra mim e pros chineses, pelo menos! Que seja um ano frutífero, cheio de boas histórias pra contar na telinha, aqui na web e onde mais pintar!
Viva o Rato!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Por falar em saudade do carnaval...

Taí uma ótima dica pra quem já não vê a hora de cair no samba de novo: o show de Maria Rita, que já passou duas vezes - em curtas temporadas - aqui pelo Rio, mas que só agora eu vou conseguir assistir. Muito elogiado, o espetáculo traz as canções de "Samba Meu", o terceiro álbum da moça, além de outros sucessos da carreira. Uma ótima pedida!
Como fã de boa música, fã da Maria Rita, e fã do último disco dela, eu não poderia perder! E lá vamos nós sambar de novo...

Só cinzas...

Quatro dias que passaram voando foram embora! Agora, é confete pisoteado pra todo lado, fantasia amarfanhada no cesto de roupas sujas, vestígios de serpentina aqui e ali, um fiapo de voz saindo da garganta e a Beija-Flor, outra vez, campeã. Nos últimos anos essa tem sido uma constante, como a mídia já lembra desde que a última nota do último jurado foi conhecida.
Não questiono o resultado do carnaval carioca - menos por espírito esportivo do que pela convicção de que ficar reclamando pontos perdidos e critérios incompreensíveis não leva ninguém a lugar algum. Mas não posso deixar de expressar aqui uma dúvida que me atormenta: o que define uma nota 9,9? O que faz com que, no quesito em questão, a escola avaliada não leve um 10 pra quadra? Será que nossos respeitáveis jurados têm esse nível de precisão a ponto de distingüir um décimo na hora de decidir os rumos do carnaval? Aliás, o que seria esse décimo? Uma pontinha de linha puxada na fantasia? O pneu careca do carro alegórico? Ou a falta de pedigree do gato que cedeu seu couro para o pandeiro da agremiação?
Não tenho as respostas. E nem sei se elas existem...
Agora é olhar pra frente, dizer adeus pro Momo e guardar as muitas lembranças boas desse carnaval que vira cinzas hoje. Lembranças de um desfile memorável do Cordão da Bola Preta; de uma tarde feliz, com banho de chuva, no Carioca da Gema; de uma noite inteira pulando no salão do Clube dos Democráticos, na Lapa; da sempre divertida (e confusa, e tumultuada) Banda de Ipanema; e da última noite de folia, em plena Avenida Rio Branco, novamente debaixo de chuva, vendo o centro nervoso da cidade ser inundado por uma alegria contagiante...
Bom demais! Dá até saudade já...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Valendo um "Preisteixion"...*


Trechos de Maísa no comando do "Sábado Animado": menina-prodígio ou estréia precoce?

O que seria da nossa televisão se não fosse o SBT? Explico: só na rede de Silvio Santos a gente consegue encontrar pérolas como a pequena Maísa, apresentadora infantil-mirim (?!?). A garotinha é daquele tipo de criança-prodígio: tem cinco anos, surgiu nos concursos de calouros de Raul Gil e foi fisgada pelo Homem do Baú, que conseguiu enxergar nela talento suficiente para comandar um programa pra criançada, o "Sábado Animado".
Pode-se dizer tudo, mas desenvolta ela é! E rende momentos divertidos. "Agora é hora de assistirmos 'Os Flistos'", anuncia a pequerrucha, quase soletrando que lê na dália. Quando o telespectador liga pra participar de um dos jogos da atração, ela não pensa duas vezes antes de dizer: "Ai, não precisa gritar!". Sem falar no honestíssimo: "Gente, eu tô com soluço!". Honesto, aliás, também é o menino que, depois de brincar com Maísa pelo telefone, ganhou um prêmio diferente do que queria. "Gostou?", ela quer saber. "Não!", responde o contemplado; ao que a pequena apresentadora rebate: "Tudo bem!".
Como toda criança, a estrelinha do SBT não tem muitas papas na língua. Outro telespectador liga e, na hora de escolher o prêmio, diz que quer um "Preisteixion". Ela ri, debochada: "Preisteixon???", diz, debochando da dificuldade que o menino tem ao pronunciar o nome do aparelho. E faz festa, repetindo à exaustão a nova pronúncia do nome do video-game. Mas os pequenos espectadores sabem dar o troco e um deles diz na lata que não acha que Maísa canta bem. Como resposta, a estrela-mirim mostra que já ensaia um ego de gente grande: "Eu sou cantora, meu querido!".
Enfim, se esse texto fosse um estudo sobre a lógica cruel da televisão, diria que a ida de Maísa pra frente das câmeras foi bem precoce. Que seus pais - e os demais responsáveis por sua prematura carreira na telinha - atiram a menina numa arena lotada de leões famintos, ávidos por carne fresca e, assim, expõem todas as fragilidades da menina, normais em todas as crianças, mas que na tela parecem defeitos. Talvez dissesse muito mais, mas prefiro apenas que vocês mesmos vejam o trecho do vídeo e tirem suas próprias conclusões...
* Ao amigo Diogo, obrigadão pela dica do vídeo...

Um blog muito bem pontuado!!!

Uma das comentaristas mais assíduas aqui do B@belturbo, minha amiga Lu Ribeiro também tem um blog pra chamar de seu. E eu, relapso que sou, tinha esquecido completamente de adicioná-lo à lista de indicações aqui ao lado. Mas, como diz o chavão, nunca é tarde pra recomeçar e, portanto, sapequei o Ponto, vírgula e reticências no meio dos blogs amigos...
Vale a pena visitar e palpitar na divertida enquete que a Lu bolou, sobre as opções de retiro para esse carnaval...! Eu já votei!!!
Bjão, Lu!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Irreversível?

Como diria aquele célebre personagem, essa é da série: "Meninos, eu vi..."
Depois de muito zum-zum-zum, Ângela Bismarck está diante das câmeras da TV Globo. A rainha da bateria da Porto da Pedra surge de máscara, para encobrir o resultado de sua última plástica - ao todo, são mais de 40 cirurgias. A intervenção fez a moça ganhar olhos puxadinhos no melhor estilo gueixa. Cláudia Rodrigues pede e a loira, toda orgulhosa, exibe os olhos novos. Faz cara de quem achou lindo, mas logo frisa:
- É tudo reversível!!!
De cara, saquei que a rainha-gueixa não pareceu tãããããão fã assim do resultado da plástica. E uma pergunta pairou em minha mente: será que, ao contrário da tal cirgurgia boboca, a compulsão que essa moça tem por entrar na faca é irreversível?
Eu hein!

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Carnaval aberto com chave de ouro no coração do Rio

Todos que conhecem o Centro do Rio de Janeiro sabem que o som predominante na Avenida Rio Branco é o do motor de carros e ônibus, incrementados por muitas buzinas e anúncios de vendedores. Mas hoje, a avenida mais movimentada do Centro do Rio pulsou no ritmo dos versos: "Quem não chora não mama, segura meu bem a chupeta. Lugar quente é na cama, ou então no Bola Preta."
E bota quente nisso! Meio milhão de pessoas nas ruas, curtindo o mais tradicional dos blocos do carnaval carioca. Crianças, velhinhos, casais de todas as idades - e de todos os tipos - dispostos a curtir o primeiro dia de folia - um dia lindo por sinal - embalados pelas marchinhas contagiantes do Cordão da Bola Preta.
A experiência vivida nesse sábado, nova pro blogueiro, foi inesquecível! Primeiro, pelo clima da festa. Depois, por ver tanta gente na rua, curtindo em paz, sem briga e tumulto. Uma clara demonstração de que o nosso Rio pode, sim, ser feliz e de paz...
E viva os 90 anos do Bola Preta, patrimônio carioca!!!
Mas não parou por aí! Depois das quatro horas curtindo o Bola, dei uma volta pelo Centro do Rio, que transpira carnaval por todos os poros - e ruas. Mas foi na Lapa, berço da boemia carioca, que me esbaldei curtindo o Carioca da Gema - outro bloco delicioso, cheio de gente bonita e com altíssimo astral. Sem falar que a farra foi completa: com direito a banho de chuva! Chuva que acabou me impedindo de tirar fotos dessa segunda etapa da folia nesse sábado...
Mas foi uma delícia ...e tá só no começo!!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Da série: "pra constar..."

Vaidade é um dos sete pecados, eu sei. Mas dá pra não achar muito bacana receber mais de 1.000 visitas em um mês? Pois é, o B@belturbo atingiu essa marca em janeiro passado. E eu, é claro, tô com um sorrisão de orelha a orelha!
Portanto, obrigado a todos os visitantes e sintam-se em casa! Metam a boca no mundo, comentem, palpitem, sugiram! A casa é toda nossa!