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sexta-feira, 15 de março de 2013

RESENHA: "O quarteto"

Um filme sobre um grupo de músicos e cantores, idosos, moradores de uma casa de repouso, que têm a convivência alterada a partir da chegada de uma nova habitante, outrora grande estrela do canto lírico. Em linhas gerais, é assim que "O quarteto" vem sendo vendido pelas sinopses de cadernos de cultura e sites especializados em cinema. Um resumo exageradamente reducionista...
O filme marca a estreia de Dustin Hoffman na direção e oferece ao público um delicado olhar sobre o envelhecimento. É possível lidar bem com o fato de sermos podados pelo tempo? Como suportar o fato de não conseguir mais fazer o que antes parecia tão natural? Dá pra conviver com a ideia de que a cada dia passaremos a brilhar um pouco menos?
Todas essas perguntas fazem parte de reflexões universais. No longa, são potencializadas pelas trajetórias dos velhinhos artistas, donos de passados gloriosos, futuros abreviados e de um presente marcado por subtrações...
Parece amargo, deprimente? Não é! Longe disso: o filme tem momentos de boa comédia inglesa, alternados com sequências que são muito felizes ao retratar a velhice como uma fase em que, sim, é possível ser produtivo, criativo, divertido...vivo! E, sim, que enquanto estamos vivos, temos tempo de rever posturas, mágoas e sentimentos...
Deixei o cinema feliz da vida! Me vi na tela daqui a uns quarenta anos. Vi alguns amigos também. E torço pra que a gente seja, em 2053, uma turma tão animada quanto a que o filme mostra...
Recomendo!

quarta-feira, 13 de março de 2013

RESENHA: "O impossível"

Em 26 de dezembro de 2004, às 7h59, a terra tremeu no fundo do mar, nas proximidades de Aceh, no norte da Indonésia. O terremoto de 9 graus na escala Richter causou o maior tsunami que o mundo havia visto em 40 anos - o primeiro de que muita gente, inclusive eu, ouviu falar. A onda avassaladora matou mais de 220 mil pessoas em 13 países. Aproximadamente 1,5 milhão de pessoas ficaram desabrigadas.
Lendo essas informações - e vendo vídeos da época - dá pra imaginar o gigantesco poder de devastação do tsunami. Mas, confesso, só vendo "O impossível", de Juan Antonio Bayona, consegui me aproximar da tragédia vivida por aqueles que estavam na área tomada pelas águas. Estrelado por Naomi Watts e Ewan McGregor - que jamais desperdiçam as boas cenas reunidas no roteiro - o filme conta a história real de uma família que, como tantas outras, estava passando férias na região e se depara com o imprevisto. Ou com o impossível...
Não darei detalhes do roteiro pra não estragar surpresas. Mas fiquei muito impressionado com a preciosa reconstituição do cenário arrasado pelas águas do tsunami. Todas as cenas relacionadas ao drama dos que foram atingidos pela onda gigante são muito bem feitas; desde a própria sequência da invasão das águas até as cenas que mostram hospitais abarrotados. Tudo muito bem cuidado, feito na medida certa para traduzir a angústia de quem viveu a dor de estar na Indonésia naquela manhã de dezembro.
"O impossível" me fez mergulhar na dor de toda aquela gente. Em vários momentos, eu me emocionei com tanta dor. Em outros, gestos de solidariedade igualmente me fizeram emocionar. Em suma: um filme tocante, que nos transporta para aquela manhã fatídica, nos faz imaginar a dor dos tantos que passaram por toda aquela tragédia e, mais que isso, nos faz pensar que, às vezes, o impossível acontece.
Eu recomendo!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

RESENHA: De pernas pro ar 2 é diversão garantida!

Comédia estrelada por Ingrid Guimarães atingiu um público de 1,5 milhão de espectadores desde a estreia, em 28 de dezembro de 2012

Eu vi a primeira aventura de Alice, que se torna dona de um sex shop. Lembro de ter dado risada com uma ou outra cena do filme que inagurou a franquia, mas também me lembro de ter saído do cinema com a impressão de que se tratava de uma produção bem irregular. Mesmo Ingrid Guimarães, comediante de talento e carisma já conhecidos do grande público, acabou me parecendo perdida em indas e vindas no primeiro longa, lançado em 2010.
Ontem quando decidi ir ao cinema para conferir a sequência, já sabia de duas informações bem contraditórias: uma diz respeito ao fato de o filme já ter feito mais de um milhão de espectadores em sua primeira semana. A outra, vejam vocês, era um ícone: o bonequinho dorme para De pernas pro ar 2...
Entrei no cinema mais tentado a entender porque mais de um milhão de pessoas já tinham ido ver o filme. E saí convencido de que toda essa gente fez isso porque De pernas pro ar 2 é uma comédia muito divertida! Um blockbuster com cara, cores, piadas e trejeitos brasileiros, que faz rir do início ao fim! Ingrid Guimarães, que me parecera um tanto errante no primeiro filme, está perfeita no papel de uma Alice dividida entre a família e o trabalho - sempre pendendo para o trabalho, afinal, trata-se de uma workaholic! As sequências em que a personagem mistura bebida e tranquilizantes são de chorar de rir, sem falar do momento rehab encarado por essa desvairada mulher do século 21.
Não vou me alongar, porque seria inevitável entregar algumas das surpresas que a comédia reserva ao público. Mas vale ressaltar que Rodrigo Sant'anna surge impagável como garçom brasileiro, num ponto alto da comédia. O cinema veio abaixo quando ele surgiu na tela dizendo que era de...Governador Valadares.
As sequências em Nova Iorque enfeitam o filme, dão glamour à produção e enchem a tela de ritmo. No entanto, há momentos em que os efeitos visuais utilizados na finalização se revelam insuficientes, e é possível perceber que nem tudo foi filmado na Big Apple. Na época da alta definição, acaba parecendo quase amador. Um ponto fraco num filme feito para arrastar legiões aos cinemas...
Saí do cinema leve, relaxado. Cansado de rir. E certo de que a soneca tirada pelo bonequinho de O Globo só pode ter uma justificativa: um baita preconceito com o que tem forte apelo popular. Porque pode-se dizer muita coisa desse filme, menos acusá-lo de não cumprir aquilo a que ele se propõe: divertir!
E se você quer um último argumento pra ir ao cinema ver, guardei o mais forte deles pro fim do post: até a Maria Paula está engraçada!
Recomendo! Aprecie - e ria - sem moderação!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Resenha: Os Smurfs

Dos anos 80 para o cinema 3D: Os Smurfs conquistam o público do século XXI com um filme leve, delicado e divertido
Desde quando li as primeiras notícias que davam conta da realização de um filme sobre esses pequenos seres azuis, fiquei maluco! Os Smurfs são parte saborosa da minha infância, esse tempo que a cada dia fica mais longe, e do qual as memórias, curiosamente, cada vez parecem mais doces. Via as aventuras de Papai Smurf & cia no Xou da Xuxa, sentado no tapete da sala e rindo das trapalhadas do Desastrado - que sempre foi o meu smurf preferido.
Segunda, no cinema, entrei na máquina do tempo e fui reviver aqueles anos. Com muita felicidade, descobri que o azulzinho mais atrapalhado da turma é o protagonista do longa. Desastrado detona a ação e tem um final tipicamente hollywoodiano. E, mais que isso: fiquei surpreso com a magia do filme, que apresenta os Smurfs para as novas gerações sem soar didático ou piegas demais.
Mesmo muito cansado - e cochilando em uma parte ou outra, não por demérito do filme - gostei muito do que vi. Os Smurfs chegam ao século XXI aptos para vencer o desafio do 3D e oferecendo um tanto de doçura e afetividade que a gente não encontra nas animações surgidas nos últimos tempos. O humor é leve, sem apelações, o que não resulta num filme bobo. É produção da melhor qualidade, para crianças das mais variadas idades.
Gargamel, o vilão mais maluco de que se tem notícia, ganha vida num trabalho genial de Hank Azaria. Tão doido e caricato, o feiticeiro que quer acabar com a raça dos smurfs parece tão virtual quantos os seres azuis que tentam escapar de suas garras. E, falando em garras, Cruel, o gato de Gargamel, é outro ponto alto do filme.
Enfim, a viagem no tempo me fez muito bem. E foi dupla: além de lembrar dos meus tempos de moleque, ver Os Smurfs me fez lembrar de Nova Iorque, onde os pequenos azuis vivem as mais loucas aventuras. Ou seja: foi uma forma de matar as saudades em dose dupla. A diferença é que a Nova Iorque eu posso voltar. Já aos tempos de infãncia...só quando vier um filme novo dessa turma tão divertida.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

RESENHA: Muita calma nessa hora...

Uma comédia jovem, cheia de momentos inspirados, e com participações especiais que, por si só, já valeriam o ingresso. Ingredientes que, somados à farta divulgação na TV e ao forte apelo de alguns dos nomes do elenco, justificam o sucesso de "Muita calma nessa hora", consagrado como a terceira maior bilheteria do final de semana prolongado.
A comédia é bem popular, sem grandes sofisticações de linguagem ou de roteiro. E esse não é um ponto negativo. A partir da viagem de três amigas que, por razões distintas, resolvem reinventar suas vidas em Búzios, "Muita calma..." oferece ao espectador um emaranhado de situações divertidas, estreladas por alguns dos maiores nomes da comédia nacional - como sabiamente anuncia o cartaz promocional do filme.
Nomes como Marcelo Adnet - genial como o paulista aficcionado por equipameeeeeeeintos eletrônicos, Maria Clara Gueiros, Leandro Hassun, Lúcio Mauro Filho, Luís Miranda e Heloísa Perissé, que emprestam graça à trama que, numa análise um pouco mais detalhada, é, sim, muito superficial. O mérito da equipe responsável pela produção foi ter sabido fazer com que esse elenco talentosíssimo "segurasse a onda" do filme, e não o deixasse resumido a uma sucessão de esquetes de comédia televisiva.
Entre as protagonistas, fica óbvio que Gianne Albertoni está lá pelo biotipo. E, obviamente, não desaponta nesse quesito. As demais - Andréia Horta, Fernanda Souza e Débora Lamm - têm mais tarimba e, certamente por isso tiveram mais sucesso na construção de suas personagens. Mas que fique claro: Gianne também não tem porque se envergonhar. Só fica evidente que está no início da caminhada...
Débora Lamm é um talento enorme - não é por acaso que sempre aparece nos trabalhos com a griffe de Bruno Mazzeo. Carismática, criou uma hippie que poderia se limitar aos estereótipos, mas tira proveito de todos eles para fazer rir. Uma bela atriz! É, ao lado de Marcelo Adnet e Luís Miranda, destaque no elenco.
"Muita calma nessa hora" é filme leve, despretensioso, e que traz frescor ao cinema brasileiro. Um cinema que "se acostumou" a tratar das mazelas do país, mas que precisa lembrar que o humor é uma das principais características do DNA brasileiro....

domingo, 26 de setembro de 2010

RESENHA: "O último exorcismo" não está à altura dos bons filmes de terror que abrodam o assunto

Filmes de terror que apelam para as histórias de possessão estão longe de parecer novidade. O título mais bem sucedido do gênero, "O Exorcista", foi produzido há 37 anos e foi o responsável por forjar no imaginário do público um tipo muito específico de terror.
Fui ver "O último exorcismo", admito, um tanto saudoso. Saudoso dos bons filmes de horror, que nos dão sustos, que aceleram as batidas do coração, intrigam nossa cabeça e - qualquer vestígio de machismo deixado de lado - enchem a gente de medo.
À exceção da parte relacionada a intrigar nossa mente, não encontrei nada disso na produção que estreou na última sexta-feira...
"O último exorcismo" usa uma metalinguagem: é um filme que narra o processo de produção de um documentário. A sacada é muito boa e, logo nos primeiros minutos, o espectador já é fisgado pelo protagonista, um pastor de caráter duvidoso que revela usar métodos pouco ortodoxos para faturar. E que resolve produzir um documentário para denunciar a prática do exorcismo - segundo ele, uma grade farsa. São momentos que rendem risadas e fazem pensar em como a ficção pode se prestar a denunciar realidades que parecem cristalizadas, encaradas com uma normalidade cômoda. E covarde. Um acerto.
Mas quando começa o que deveria ser terror, "O último exorcismo" se revela, quando muito, um filme de mistério. A ponto de não dar ao espectador, por boa parte da projeção, uma certeza sequer sobre a existência, ou não, de um caso de possessão demoníaca na história. Depois, quando essa certeza parece vir, novas dúvidas são lançadas: afinal, quem o demônio assombra?
Não me senti jogando dinheiro fora. Pelo menos, não antes de ver o fim do filme. Paro por aqui, pra não cometer a picaretagem de postar um spoiler. Mas, de fato: não recomendo. Quando muito, digo para deixarem a TV exibir. O fim (?) da história me fez crer que não vale o dinheiro do ingresso...

domingo, 8 de agosto de 2010

Minha primeira vez em 3D: "Meu malvado favorito"...

Filme foi o mais assistido nos cinemas brasileiros em seu fim de semana de estreia...
Dizem que a primeira a gente nunca esquece. Então, tenho fortes motivos para jamais esquecer dessa comédia de primeiríssima...
A disputa pelo trono de maior vilão do mundo é o mote de Meu malvado favorito, animação em 3D lançada nos cinemas brasileiras nesse final de semana. Contando com a ajuda de pequenas - e enlouquecidas - criaturas amarelas, Gru traça um plano para roubar a lua e, com isso, tornar-se o mais temido dos vilões do planeta. Mas o plano não é de fácil execução, e Gru deverá lutar contra Vetor, o então maior malvado do mundo, autor de um mirabolante plano que roubou uma das pirâmides do Egito e, no lugar, deixou uma réplica. Inflável.
No meio do caminho, Gru se depara com três órfãs e esse encontro mudará os destinos de todos os personagens envolvidos nessa história leve, divertida e com gráficos impressionantes. A cena em que o vilão anda de montanha-russa com as garotinhas, em 3D, dá ao público a exata sensação de quem senta nas cadeirinhas da temível atração dos parques de diversões. Muito bem feito mesmo!
Poderia falar aqui de um certo clichê no final do filme, mas acho que seria demais imaginar que esse tipo de produção fugiria dos padrões que ajudaram a consolidar a indústria cinematográfica de Hollywood. Portanto, esqueçam as análises mais profundas e se entreguem ao entretenimento que esse filme pode oferecer. Do primeiro segundo aos...créditos de encerramento!
A comédia arranca gargalhadas de todos, de todas as idades. Então, se você tá buscando diversão, eu recomendo!
Ah, sim: o 3D faz toda a diferença!!!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Sobre Guerra ao Terror...

Produção mostra a rotina de um esquadrão antibombas em Bagdá. E os momentos de silêncio, como nessa cena, são fundamentais para revelar o clima angustiante de uma guerra...
Finalmente vi o vencedor do Oscar 2010. Foi na noite de domingo, no Telecine Pipoca. Gostei bastante. Mas, de cara, acho que é possível reafirmar a ideia de que essa não é uma produção que deve se eternizar na memória dos amantes da sétima arte. Bom filme, com imagens e montagem impressionantes, Guerra ao Terror foge do caminho óbvio e se sustenta nas opções estéticas da diretora Kathryn Bigelow - não por acaso, a primeira mulher a levantar a estatueta da Academia.
A câmera faz o estilo "nervosinha". As imagens têm o forte apelo do digital, e ganham um tom documental. E essas são escolhas que dão ao filme um impressionante tom de "verdade", como se aquelas imagens e aqueles personagens estivessem numa reportagem da CNN, relatando as dificuldades da vida numa Bagdá que ainda resiste depois de anos de intervenção militar americana. A montagem também é interessante, habilidosa. Revela ângulos surpreendentes e imprime um ritmo interessante - embora inconstante - à produção. Características que dão a Guerra ao Terror todos os méritos técnicos cabíveis.
Vamos à história: o filme mostra a rotina de um esquadrão antibombas, a companhia Bravo, que recebe o sargento James a 38 dias do fim da missão. Louco por uma adrenalina e um tanto inconsequente, James é o personagem que melhor explica a frase que abre o filme: "a guerra é uma droga". Frase que, explicada no fim, está longe de parecer associada a qualquer campanha humanista.
O filme tem alguns clichês, como o tom salvacionista conferido aos personagens de militares americanos. Mas o mais evidente deles é o do militar em crise por estar na guerra, percebendo-se ameaçado pelo risco de morte. Mas o drama é bem tratado - e nem sei se seria possível fugir dele num filme do gênero. E esse angustiado personagem é o responsável por muitos dos momentos de tensão vividos pelo espectador ao longo de todo o filme. Afinal, algo vai ou não dar errado com ele?
Honestamente, os diálogos não me cativaram. Não são ruins, longe disso. Mas parecem menos fundamentais para que se entenda o que se passa com aqueles homens pressionados por uma guerra sem perspectivas, num lugar inóspito e convivendo com a iminência da morte. Há exceções, como o momento em que um dos integrantes da Companhia Bravo revela o desejo de ter filhos e, chorando, desabafa: "Eu odeio esse lugar!". Forte. Essa força se repete nas duas últimas cenas da produção, protagonizadas pelo sargento James. Cenas que explicam a frase utilizada para abrir o filme...
Essa espécie de periferização dos diálogos, na minha opinião, é causada pela força dos silêncios. E são muitos os momentos em que só se ouvem a respiração dos personagens, além do som ambiente. Nada de textos! E é nesses instantes que o espectador se sente vivendo a Guerra ao Terror, tenso, preocupado, angustiado. Pra mim, retratar com tanta perfeição o clima tenso de quem vive a guerra é o ponto alto do filme.
Recomendo! Mas não sei se tudo isso fazia de Guerra ao Terror o merecedor do Oscar 2010...
E você, já viu? O que achou?
Comentaê!!!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sobre Chico Xavier - O filme...

Filme que conta a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos promete se tornar um campeão de bilheteria...
Conferi o novo longa de Daniel Filho na noite de ontem, dia de estreia da produção nos cinemas de todo o país. E pelo que vi - dentro e fora da sala de exibição - vem aí mais um grande sucesso para a griffe do diretor que está envolvido com algumas das maiores bilheteriais de filmes nacionais desde a chamada retomada do cinema. As salas abarrotadas, os ingressos esgotados com três horas de antecedência e muita, muita procura por tudo o que está relacionado ao filme demonstram que Daniel Filho, definitivamente, foi feliz ao levar para a telona a vida do maior médium brasileiro de todos os tempos.
O roteiro é costurado a partir de participações de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. As respostas do entrevistado dão a largada para que sejam contadas na telona passagens da vida do médium mineiro, como a infância sofrida e o início do contato com seu guia espiritual, Emmanuel. O recurso não é original, mas não compromete o desenvolvimento da história.
Enquanto Chico Xavier conta suas histórias e fala de sua doutrina, o público se vê representado no personagem de Tony Ramos. Diretor de TV do programa que tem o médium como convidado, ele é um ateu às voltas com um drama familiar que vai testar sua capacidade de crer. O mesmo teste que, de forma bem sutil, é colocado diante de quem entra no cinema disposto a duvidar de Chico Xavier.
O elenco é estelar. Tony Ramos faz um trabalho brilhante e a cena em que seu personagem muda de postura é primorosa. Cristiane Torloni também faz uma bela participação e emociona, sobretudo, ao confrontar a personagem de Cassia Kiss - esta, em um pequeno e comovente papel.
A missão de dar vida ao protagonista foi encarada por dois grandes atores. Ângelo Antônio e Nelson Xavier. Nelson se vale de uma impressionante semelhança com o médium em sua fase madura, fato que contribui para que seu desempenho seja convincente. Mas é Ângelo Antônio que consegue a façanha de personificar Chico Xavier em sua fase mais jovem, emprestando expressões, posturas e uma docilidade ao personagem, numa fase em que ele ainda não era tão conhecido do grande público. O Chico Xavier de Ângelo Antônio "explica" o Chico mais velho, interpretado por Nelson Xavier.
Emmanuel, o guia espiritual que acompanhou o médio brasileiro por toda a vida, é interpretado por André Dias. Irônico, questionador e firme com o médium, o espírito de luz arranca risadas e faz pensar. Bem em mais esse personagem, André se destaca. E o mesmo acontece com Charles Fricks, que dá vida ao jornalista David Nasser. Quando Chico Xavier já era nacionalmente conhecido, o repórter empreendeu uma reportagem de denúncia. Surge na tela quase como um vilão. Mas não teve grande sucesso em sua empreitada...
Chico Xavier - O filme faz pensar. Faz sentir. E faz admirar a bela história de vida desse brasileiro que nasceu e morreu na simplicidade, sem jamais tirar proveito do dom divino, dividido com milhares de irmãos de fé.
Ter ido ao cinema ontem , dia 2 de abril de 2010, foi uma bela forma de celebrar esse homem de fé, no dia em que seu primeiro centenário foi lembrado. 
Recomendo!

sábado, 25 de julho de 2009

Sobre Marley & eu...

Vi Marley & eu no avião, durante o voo de volta para o Brasil. Resultado? Paguei um mico daqueles! Apesar de advertido por alguns amigos, me meti a besta e encarei o filme - muito sensível - com a pretensão de quem se acha acima do bem e do mal. Acabei mergulhado em lágrimas, vencido por um nó na garganta que me apertou até que meus olhos dessem vazão ao choro.
A saga do labrador Marley é mesmo comovente. E tem momentos de muita graça também. O filme não é nada ambicioso, não demonstra grandes pretensões e tampouco busca revolucionar a linguagem do cinema. Mas toca lá no fundo todos os que gostam de animais e que admiram - especialmente nos cães - a capacidade de dedicação e de dar amor que eles têm. Chorei por Marley, chorei de saudades dos meus cachorros e tive a certeza de ser um felizardo por receber tanto amor dessas criaturinhas tão dóceis, loucas e divertidas.
Owen Wilson e Jeniffer Aniston fazem bons trabalhos, assim como as crianças que interpretam os filhos do casal. Mas não tem jeito: Marley é um filme pro cachorrinho brilhar...
Recomendo o filme. Mas prepare os lencinhos, ok? E, aos mais tímidos, um aviso: melhor não assistir em locais públicos, tá?

domingo, 17 de maio de 2009

Domingo de cinema: Anjos, demônios e Simonal...

Cinema é a maior diversão! Certo disso e precisando espairecer depois de mais uma semana de muita correria, zarpei no início da tarde de ontem para um multiplex decidido a conferir duas das novidades da semana: "Anjos e Demônios", baseado na saga criada por Dan Brown; e "Simonal", documentário sobre a vida do cantor que teve a carreira arruinada depois da suspeita de ser colaborador do regime militar.
Como faria Jack, sigamos por partes...
"Anjos e Demônios" leva para as telas o suspense sobre uma conspiração no Vaticano. Abalada pela morte de um Papa, a cúpula da Igreja Católica precisa lidar com as ameaças contra os quatro cardeais favoritos para a sucessão do pontífice. Por trás do terror, uma sociedade secreta, munida com uma arma de alto poder de destruição, criada num dos mais modernos laboratórios do mundo.
Quem leu o livro sabe que é eletrizante. Eu, particularmente, acho ainda mais instigante que o propalado "Código da Vinci". E, se errou a mão na adaptação do mega-best-seller de Dan Brown, o diretor Ron Howard, que também assina a direção de "Anjos e Demônios", consegue se redimir. O filme tem ação pra dar e vender! O clima frenético do livro foi bem traduzido pelas sequências de perseguições rodadas nas ruas de Roma e o elenco colabora, e muito, para convencer o público de que a conspiração imaginada pelo escritor é verossímil. Os destaques são Tom Hanks - que, felizmente, viu seu Robert Langdon ganhar um corte de cabelo; e Ewan McGregor, convincente no papel do Camerlengo. Sem falar na bela Ayelet Zurer, que vive a sensual e esperta Vittoria Vetra.
Os cenários são de impressionar - principalmente as tomadas que reproduzem os interiores da Capela Sistina, local ao qual a equipe teve o acesso negado pelo Vaticano. A música também ajuda a criar o clima de aflição necessário à narrativa e o roteiro dá aos leitores da história a sensação de que o crème-de-la-crème do livro foi levado para a telona.
A Igreja implicou, óbvio. Seus interesses e a manipulação em torno da opinião pública são mostrados às claras. Mas, por outro lado, a beleza de seus rituais mais fundamentais - como o conclave - também está lá, traduzida em imagens nunca antes imaginadas por boa parte do público. Sem falar que a tomada final é de emocionar até o mais descrente dos seres humanos.
É um filme bem bacana! E eu recomendo!

Da ficção mais fantasiosa para a realidade. Realidade, que, aliás, pode ser mais devastadora que a antimatéria do filme baseado em Dan Brown. Na vida de Wilson Simonal, não houve antimatéria. Mas a destruição de sua imagem - e o consequente naufrágio de sua carreira - foram tão devastadores quanto a mais poderosa das armas químicas.
Um dos cantores mais populares do Brasil na década de 60, chegando a rivalizar com Roberto Carlos, primeiro negro a fazer sucesso sem cantar samba, Simonal foi dos píncaros da glória ao abismo do mais profundo ostracismo. Tudo por conta de uma suposta - e jamais comprovada - atuação como delator de colegas artistas ao regime militar.
Rico e com vocação para a ostentação, Simonal meteu os pés pelas mãos e cometeu um erro que lhe custou tudo o que tinha conquistado até então. Esquecido, depois de vinte anos ignorado pela mídia, morreu, reduzido a uma pálida sombra do que tinha chegado a ser.
O filme é simples, sem grandes arroubos narrativos ou invencionices estilísticas. Os videografismos estão dentro do contexto da vida de um homem que fez o povo sambar como Sá Marina, e mostrou ter orgulho de viver num Pa tropi.
Dirigido por Cláudio Manoel, Calvito Leal e Micael Langer, o documentário agrupa bons depoimentos de personalidades que dão a dimensão do fenômeno que Simonal representou para a MPB durante a fase áurea de sua carreira. Chico Anysio, Arthur da Távola e Nelson Motta, donos de inegáveis carismas, defendem o artista; buscam fazer justiça e apagar a mácula que fez o castelo de Simonal desmoronar. Jaguar e Ziraldo, do Pasquim, dão suas versões para o tratamento que todo o episódio mereceu do periódico idealizado pela turma da canhota, como Simonal tratava os esquerdistas. E os depoimentos de Tony Tornado, Castrinho e Miéle contribuem para explicar o tamanho do estrago que um passo em falso gerou na carreira - e, pior - na vida de Wilson Simonal.
Fiquei especialmente incomodado com os depoimentos do Jaguar, que ri ao narrar passagens duras, como se desconsiderasse todo o sofrimento que elas causaram. Pode parecer piegas, mas achei que faltou um pouquinho de humanismo ali...
Os filhos, Max e Simoninha, dão depoimentos afetivos e, mais que isso, uma certa lição de sabedoria. Parecem ter aprendido com os erros do pai. E estão dispostos a resgatar o talento e a contribuição de Simonal para a história da MPB. Uma luta louvável, diga-se de passagem.
As imagens coletadas são impressionantes e revelam a importância da televisão para a memória de um país. Sim, porque só vendo o Maracanãzinho lotado cantando sob a regência de Simonal alguém da minha faixa etária pode entender o vulcão que era esse artista. E pode associá-lo às gerações posteriores de entertainers. Todos devem render homenagens à esse grande cantor.
No mais, "Simonal: ninguém sabe o duro que dei" ainda faz brotar um salutar debate sobre o poder da mídia. Faz pensar sobre a responsabilidade de uma imprensa que, já desde o início dos anos 70, confunde os papéis e, por vezes, julga e condena em vez de noticiar. Aliás, esse é o tema de uma das falas mais interessantes do filme, do falecido senador Arthur da Távola.
Gostei do filme. E saí do cinema lamentando que um erro tenha demolido toda a história de luta construída pelo Simonal. Recomendo o documentário a todos os amantes de música. E de História!

sábado, 9 de maio de 2009

Divã: um filme pra (estrela) Lília Cabral brilhar...

Cena em que personagem compara o ex-marido a um vestido Armani é uma das mais bonitas do longa baseado em livro homônimo de Martha Medeiros...



Depois de um sábado de trabalho, entrei no Odeon e fui conferir o badalado filme protagonizado pela atriz global. E tive só agradáveis surpresas. Só não me surpreendi com o talento arrebatador de Lília Cabral e com a sua capacidade de se entregar a cada cena. Interpretação irretocável! A cada olhar, a cada gesto, convence e arrebata a plateia. Impressionante!
Pra quem não sabe, Divã conta a história de Mercedes, uma mulher casada há 20 anos, mãe de dois filhos, que resolve fazer análise. Na primeira sessão, descreve a vida como perfeita. Mas, com o avançar da terapia, se vê mergulhada num caldeirão emocional. Entusiasmada, resolve experimentar um novo parceiros depois que descobre a traição do marido.
E por aí vai...
As cenas em que a personagem aparece diante do analista são engraçadas. E tocantes. Aliás, acho que é limitador demais definir Divã como uma comédia. O filme - e o texto - vão muito além disso!
Mas quando é pra fazer rir, Lília o faz com competência! A cena da boate - com Cauã Reymond - é divertidíssima! Assim como as sequências no cabeleleiro - nas quais a protagonista tem as companhias primorosas de Paulo Gustavo e Alexandra Richter. E a cena no single bar é de chorar de rir!
Além da protagonista, todo o elenco se mostra adequado. Alexandra Richter aproveita todas as cenas para mostrar sua capacidade - e ela não se restringe apenas a fazer rir. Paulo Gustavo, em pequena participação, dá o tom perfeito para o cabeleireiro afetado e cheio de tiradas sensacionais. Entre os galãs, José Mayer e Cauã Reymond dão conta do recado, enquanto Reynaldo Gianecchinni apenas parece repetir um dos seus habituais tipos de novela.
Trilha sonora e fotografia ajudam a contar bem essa história que é, ao lado da interpretação de Lília, o maior mérito do filme...
Não vou dar mais detalhes pra não estragar a surpresa, mas recomendo Divã a todos! É bom a gente ver e pensar que nada é definitivo, que tudo pode mudar o tempo todo. E que cada momento é único e esforçar-se para que ele seja, também, feliz, é o que de melhor cada um de nós pode fazer...

domingo, 22 de março de 2009

Quem quer ser um milionário é um filmaço!

Vencedor de oito Oscars, filme passado na Índia joga na cara do espectador as misérias humanas e uma bela história de amor e superação

Fico pensando no que posso dizer sobre o vencedor do Oscar desse ano, naquilo que posso acrescentar diante de todos os elogios que já foram ditos e escritos sobre a produção dirigida por Danny Bole...
Serei breve: Quem quer ser um milionário é um dos filmes mais bonitos que já assisti. Tem de tudo e nos mostra uma Índia bem diferente da que a atual novela global leva ao ar diariamente. A história do menino Jamal é comovente, universal e envolvente. É daquelas que nos prende do primeiro ao último segundo.
No mais, acrescento apenas que, antes de ver Quem quer ser um milionário, jamais poderia imaginar que a cena de um beijo numa cicatriz seria uma das mais sensíveis e delicadas que já tive a oportunidade de ver. E quem já viu o filme vai entender o que quero dizer com essa afirmação.
Quem não viu, que veja!

Recomendo! Mesmo!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

E não é que eu gostei do Batman???

Por falar no universo dos heróis, vale dizer que vi o último filme do Batman nesse fim de semana. E gostei muito! Ação pra dedéu, sequências muito bem realizadas e o (já muito incensado) show de interpretação do Heath Leadger, que deu ao Coringa matizes que nem sequer foram esboaçadas na leitura de Jack Nicholson, 20 anos atrás.
Ter gostado tanto do filme me surpreendeu um bocado, porque sempre achei Batman o mais chato dos heróis. A ponto de, até sábado, nunca ter visto um de seus filmes inteiros - vi apenas trechos. Mas esse, turma, é mesmo imperdível!
E será que o Heath Leadger fatura o Oscar?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Curioso Caso de Benjamin Button: um lindo filme!

Amor na contramão: Brad Pitt e Cate Blanchett vivem casal em 'desencontro cronológico' em produção indicada ao Oscar de Melhor Filme...


Ontem, pela primeira vez na vida, encarei sozinho uma sessão de cinema. Tava animado, feliz depois de um dia de trabalho bem feito e, sobretudo, muito afim de coferir O curioso caso de Benjamim Button. E, turma, depois de quase três horas de filme, só tenho a dizer que valeu muito a pena ter quebrado esse tabu pessoal!
O filme é lindo! Brad Pitt dá vida ao protagonista, um homem que nasceu em circunstâncias incomuns, como diz o trailler da produção. Benjamin nasceu velho e, com o passar dos anos, vai se tornando mais jovem. Essa bela alegoria nos proporciona muitos momentos de reflexão sobre o sentido da vida, das coisas e, mais que isso, sobre que diabos estamos nós fazendo por aqui.
Com belas imagens e uma caracterização que impressiona ao envelhecer - e depois rejuvenescer - Brad Pitt e ao fazer o contrário com Cate Blanchett- cada vez mais linda; o filme é completo: tem um humor delicado, como no momento em que uma das velhinhas do asilo administrado pela mãe adotiva de Benjamin olha para o recém-nascido - todo enrugado - e dispara: "Ele se parece com meu ex-marido!" ; e também tem passagens emocionantes ao retratar a história de amor de um casal que vivencia o passar dos anos em lados opostos: ela envelhece, e ele, remoça. O romance está garantido quando os personagens se encontram "no meio" da linha do tempo...
Os atores estão muito bem em seus papéis e destaco, além de Pitt, que definitivamente prova não ser apenas um galã, gostei muito do trabalho de Taraji P. Henson, a fantástica atriz que interpreta Quennie, a mãe adotiva de Benjamin. E é exatamente no cenário da casa da mãe do protagonista que se passa o grande conflito no qual eu me vi, caso experimentasse a vida de trás-pra-frente: a dor de perder pessoas queridas o tempo todo. O que, aliás, não é tão diferente do tal curso natural, mas, no filme, parece ainda mais cruel quando o personagem se vê isolado ao fim de sua estrada.
Por fim, também ressalto a beleza do texto. E de frases como essa: "nossas vidas são definidas pelas oportunidades. Até aquelas que nós perdemos"...
Vale muito a pena, pessoal! Tá até indicado ao Oscar de Melhor Filme! Acho imperdível!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Valeu a pena ver de novo...

Acabo de ver no Telecine Premium a estreia do mês, P.S. Eu te amo. O filme é daqueles que mexem com a gente - e, um ano depois de ter assistido no cinema - vi que é dos poucos que não perdem o encanto, o frescor. Dos poucos pra mim, que dificilmente assisto a um mesmo filme mais de uma vez.
Enfim, o post é uma dica. Principalmente para os(as) românticos(as). Quando vi no cinema, fiz uma resenha que está aqui.
Detalhe curioso: a frase que mais me chamou atenção na época - da qual eu nem mais lembrava - saltou novamente aos olhos e ouvidos hoje: "você foi a minha vida, mas eu fui apenas um capítulo da sua".
Bonito, né?

PS.: O Telecine continua usando o acento em estreia, aquela forma que a gente usava até o fim do ano passado. Pelo visto o acordo ortográfico ainda não estreou por lá...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Crepúsculo: sem clichês do gênero, filme sobre vampiros soa vazio e pouco sedutor...

Fui ao cinema no sábado dar uma conferida na mais nova febre pop a assolar a juventude americana: Twilight - aqui batizado de Crepúsculo - é um filme de vampiros que foge dos clichês ao mostrar a estranha vida desses seres bebedores de sangue. E se aí há um mérito, há também o ponto fraco da produção.
É bom dizer que adoro histórias de vampiros. Talvez seja o único tipo de ficção que me atrai, pela sedução da imortalidade, dos poderes sobrenaturais e, vá lá, pelo charme das vampiras gostosonas. E há muito pouco disso tupo em Crepúsculo...
Pra começar: não há uma única cena em que os dentões dos vampiros apareçam. E a vampirada também não morde no pescoço - tem graça morder alguém no pulso ?!?!?!
O filme mostra um jovem vampiro - com 17 anos desde o início do século XX - cheio de dilemas depois de se apaixonar por uma (reles) mortal. E se a idéia era fugir dos clichês ao não mostrar dentes e mordidas no pescoço, não se podia achar história mais batida para sustentar essa aventura...
O tempo todo tive a sensação de que a história fica mais na promessa do que na ação. O casal dá a entender que vai se beijar várias vezes e...nada! Você jura que o vilão vai aparecer a qualquer momento e...nada! E quando tudo acontece, soa apressado. O clímax da história é corrido demais, assim como os momentos em que o jovem casal pode experimentar o clima de romance...
Até o efeito usado sobre a pele do protagonista, para mostrar que o vampirinho camarada tem uma pele diferenciada é rame-rame. Se estiver distraído, o espectador nem vai notar que há uma bossinha digital sobre o corpo de Robert Pattinson, o protagonista.
Crepúsculo é o primeiro livro da saga e o fim do filme indica que virão sequências pela frente. A história tem fôlego, é claro. Mas muita coisa precisa mudar para que se chegue perto do fascínio que uma boa aventura vampiresca pode despertar no público...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Um filme de amor com a estrela de "Kill Bill"...

"Terapia do Amor é uma boa comédia romântica estrelada por Uma Thurman


Sem planos para a noite de sexta, resolvi explorar o line up da tv por assinatura. E, apaixonado que sou por Uma Thurman, fiquei ligado no Telecine Light para acompanhar as aventuras de minha musa em "Terapia do Amor". De lambuja, o filme ainda me ofereceu mais uma deliciosa interpretação da sempre genial Meryl Streep.
Na história, Thurman é uma mulher recém-separada e acaba se envolvendo com um homem 14 anos mais novo, vivido por Bryan Greenberg. O que ela não sabe é que o jovem é filho de Maryl Streep, sua analista. Como se não bastasse o conflito na relação paciente-analista, ainda pesa o fato de a personagem de Uma Thurman não ser judia como a família do jovem pretendente.
A história é leve e envolvente. Tem um roteiro muito bem sacado e algumas tiradas impagáveis, como na cena em que o garotão conta como a avó judia recebeu o fato de, no passado, ele ter namorado uma menina negra.
Outro destaque é a trilha sonora! Dá vontade de sair correndo pra procurar uma loja e comprar, impressionante!
Quem assistir ainda vai se deparar com alguns "toques" sobre como a vida nos prepara (?!?!) para o amor. Bem bacana mesmo!
Sim, eu recomendo!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sobre o filme da "Loira Má"...

Marília Pêra faz rir em dose dupla no filme que marca a estréia do multimídia Miguel Falabella como diretor de cinema...

As mazelas, insatisfações, neuroses e esquisitices que fazem parte do cotidiano de todos nós ganham a tela no longa de estréia de Miguel Falabella - agora, também, diretor de cinema. Com roteiro igualmente assinado pelo eterno Caco Antibes e inspirado na peça "Como encher um biquíni selvagem", outro sucesso da lavra do artista multimídia, o filme traça um bem humorado painel da sociedade atual.
Encabeçado por Marília Pêra, genial nos papéis das gêmeas Magali e Magda, o elenco é de primeiríssima categoria. Arlete Salles, como a atriz à beira de um ataque de nervos, rende momentos hilariantes. E deixa claros os motivos de tanta reverência do diretor, que sempre a escolhe para seus trabalhos.
Stella Miranda, como Dulce, faz um trabalho primoroso. Na mais comovente cena do filme, não há quem não se identifique com a dor da mãe de fala mansa que revela como acabou indo trabalhar num centro de atendimento a suicidas. Aliás, vale o registro, Neusa Borges cumpre com muita eficiência o papel de coadjuvante nessa bela cena. E se comove, Neusa também faz rir. Numa ligação telefônica conturbada, a Crioula defendida pela atriz tem diálogos engraçadíssimos com Marília Pêra, Jacqueline Laurence e Arlete Salles. É o melhor do texto de Falabella, em diálogos ágeis, ácidos e hilários, a serviço de um dos momentos mais engraçados do filme.
Na ala masculina, o destaque é Otávio Augusto, vivendo o típico cidadão de classe média que morre de amores pelo automóvel - no qual, aliás, conserva os plásticos que envolvem os bancos. Uma clara referência falabellística à "pobreza", tão alfinetada por Caco Antibes...
Alexandre Slaviero destoa do restante do elenco e faz do seu Arnaldo um mauricinho um pouco over e, em alguns momentos, até um pouco afetado. Juliana Baroni, Ana Roberta Gualda e Nicolas Trevijano, no entanto, acertam em cheio em seus papéis.
Se Marcos Caruso parece pouco aproveitado e Natália do Vale aparece num tipo frio demais, Marília Pêra é só calor em seus dois papéis. E protagoniza uma cena que valeria o ingresso quando, surtada, Magali põe-se a reclamar da vida: "Um marido que ronca, um filho que bebe e uma irmã que liga a cobrar", diz a personagem, arrancando risadas fartas da platéia - aliás, pequena para um filme que poderia ter tanto apelo popular.
Enfim, Falabella estréia mostrando que tem fôlego para produzir também para as grandes telas. E se o filme tem alguns probleminhas técnicos, como a falta de sincronia entre áudio e vídeo em algumas cenas, o roteiro, os personagens e a fotografia - onde se nota uma forte influência da cinematografia de Almodóvar - tratam de dar ao público motivos de sobra para rir.
Recomendo para quem quiser se divertir sem grandes pretensões. E, cá pra nós, nada melhor do que rir despretensiosamente...

domingo, 7 de outubro de 2007

Sobre a Tropa...

Fiquei muito feliz ao chegar ao cinema e perceber uma sala lotada, cheia de gente querendo conferir a versão final de "Tropa de Elite", o filme do ano. Muitos, como eu, já conheciam a história. Não compro dvds e cds piratas, mas uma cópia parou em minha casa e a propaganda foi tão forte que acabei assistindo. Com um compromisso estabelecido comigo mesmo: o de conferir o filme assim que rolasse a estréia oficial no circuitão.
Cumpri hoje a tal promessa!
O longa de José Padilha é de um ineditismo incontestável por levar às telas a caótica situação da (in)segurança pública na cidade do Rio de Janeiro pela ótica dos policiais. Sim, eles são personagens fundamentais nessa história toda e ainda não tinham sido retratados pela cinematografia nacional com a devida importância.
O filme é violento? Sim, é. Por isso o criticam os embaixadores do politicamente correto, esquecendo-se do quão mais violenta é a realidade vivenciada por todos os que levam em frente a ousada escolha de continuar a viver no Rio e a amar essa cidade. O tal do capitão Nascimento é um personagem fascinante? Sim, é. Mas não vi na obra de Padilha o menor sinal de aprovação ao comportamento da polícia mostrada na tela. O próprio personagem de Wagner Moura - excelente em mais essa empreitada - reprova, num dado momento, suas atitudes.
Há o risco claro de que boa parte da população "compre" a idéia de que a polícia ideal é a representada pelo Bope da ficção, que tortura, mata e abusa do poder. Mas esse desvio não pode ser colocado na conta de "Tropa de Elite" da forma como, no filme, uma das vítimas de Nascimento & cia. é colocada na "conta do Papa". Se a população crê numa polícia violenta é porque está cansada demais de uma polícia despreparada, corrupta e conivente com o crime organizado - esse sim, impetuoso e cada vez mais violento. Se a população crê num modelo distorcido de polícia é sinal de que os governos ainda não foram capazes de dar à essa mesma população uma polícia limpa e eficiente; tampouco foram capazes de reconstruir os laços de confiança entre a sociedade e a instituição policial.
E se há pelo menos 20 anos tem sido assim, não se pode culpar o filme de José Padilha. Da mesma forma como não se culpa a janela pela paisagem.
Fato é que esse é um filmaço imperdível. E que mostra, como nunca, como a nossa cidade partida parece cada vez mais entregue à própria sorte...