domingo, 30 de dezembro de 2007

RETRÔ 2007: o melhor do blog...

Revisitar um ano é lembrar de cheiros, de pessoas especiais...! É voltar ao paraíso habitado por um certo diabinho e, mais uma vez, encontrar-se com um anjo. É viver novamente as insatisfações com a solitária sina das estrelas e, por outro lado, maravilhar-se com uma paixão antiga como da primeira vez. Também faz parte do exercício de olhar pra trás notar que mesmo as grandes paixões parecem ter data de validade.
Em voltas no tempo como a que faço agora, é possível sentir novamente o prazer de uma nova descoberta e o pavor diante de um horizonte que se afasta na mesma medida em que tentamos nos aproximar dele. Medo do desconhecido; medo do que pode acontecer quando seta e alvo se encontram e dão origem a um texto cheio de mágoas...
Agora, diante da tela do computador, enquanto escolho palavras e reviro os arquivos - do blog e da minha cabeça - penso na trilha sonora que 2007 deixou registrada em meus ouvidos. Penso nos momentos em que os textos aqui postados pareciam pergaminhos jogados ao mar, dentro de garrafas, pela tripulação de uma nau sem rumo. E em momentos outros, quando se decide que o melhor que se pode fazer é mesmo tirar o cavalinho da chuva. Momentos de luz e sombra, daqueles que todos experimentam cedo ou tarde. Como a sensação de liberdade ao se descobrir na pista, leve como aquela alegria que se vê nos olhos do menino que brinca com uma pipa - no Sul, pandorga.
Todo ano também nos reserva dissabores. Como a tristeza de quem faz de uma longa espera uma bela declaração de amor. Não de um amor qualquer, mas de um amor que faz refém quem o sente. Um amor de forte e poética ligação entre duas pessoas. Que pode ser centenária...
Amor, o mais nobre dos sentimentos, tão presente no blog nesse ano que se aproxima do fim. Amor que, quando parceiro do desejo, não mede tempo nem hora. Nem duração. Afinal, quem se importa se é rapidinha a forma encontrada para aplacar o fogo de dois apaixonados? O que importa é a sensação de se saber bem nos braços de quem se ama; de experimentar, a cada reencontro, a certeza de voltar pra casa num beijo.
Amor de futuro incerto e de palavras belas que fazem nascer na tela o texto mais bonito do ano no blog, em forma de predição...
Amor que, vez em quando - e quase sempre - faz doer no peito um coração partido...
Se as coisas do coração foram recorrentes no B@belturbo em 2007, também não foram poucos os textos que nasceram de inspirações inusitadas. Olhar no espelho e encontrar a barba feita virou texto. Assim como a volta a um universo paralelo, a foto de um caixão sepultado e a bela paisagem de um início de tarde colorido por ipês rosas.
Rio e mar, e seu encontro eterno no fim de tudo, fazem pensar que a vida não pode ser encarada como um rascunho, muito menos um rascunho no qual se veja em destaque a palavra solidão. Vida é graça, vida é poesia. E dentro do blog tem poesia...
Vida é descoberta, é um aprender do início ao fim. É conhecer - e reconhecer, por exemplo - que nem sempre um belo piano está apto aos melhores sons; e é capaz de presentear os ouvidos com o melhor da música...
Vida é o que se diz, o que se sente, o que se pensa.
Vida é o que se escreve.
E nesse ano que chega ao fim amanhã, vida foi o que não faltou ao B@belturbo...

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