sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

RETRÔ 2007: um ano para se esquecer...

Restam apenas dois dias para o ano chegar ao fim. E, como no ano passado, o B@belturbo lança mão de sua própria retrospectiva. Dividida em 4 categorias: Um ano para se esquecer, Um ano que valeu a pena, Um mergulho no arquivo do ano e Os números do blog em 2007. Você, leitor atento, já sacou que esse é o primeiro texto da série. Então, lá vai...

Nem só de boas lembranças se faz um ano. E com esse já agonizante 2007 a história não foi diferente. Infelizmente, esse será o ano que ficará marcado como aquele no qual uma criança inocente foi arrastada por um carro em movimento até a morte, num dos crimes mais chocantes da história recente do Rio de Janeiro. E do Brasil, tão inseguro para tantos e tantos João Hélios! Pequenos cidadãos condenados à dor, à violência, perseguidos por balas que dizemos perdidas mas que, na verdade, parecem ter os inocentes por endereço certo.
O calendário da violência também reservou nesse ano uma triste folhinha para a empregada doméstica Sirley Dias Carvalho Pinto, violentamente espancada por jovens inconseqüentes, representantes máximos de tudo aquilo que queremos longe de nossa sociedade. Jovens filhinhos-de-papai, que ainda tentaram se explicar dizendo que achavam que a moça era uma prostituta. Será que eles acham que isso melhorou as coisas?
E o que dizer do vôo da Tam que explodiu ao bater num prédio da companhia, em Congonhas? O que dizer da dor de cada familiar de passageiro que soube da tragédia pela mídia, também surpreendida por todo aquele horror num fim de tarde de julho? Nos rostos desses brasileiros dilacerados pela maior tragédia da história da aviação no país, vi todo o sentimento que faltou à mãe que, qual uma bolsa de lixo, jogou a filha recém-nascida num rio de Contagem, em Minas Gerais. Nem com lixo se faz o que aquela senhora tentou fazer com a bebê, que chegou a ser resgatada, mas acabou morrendo no hospital.
A morte também foi o destino dos traficantes perseguidos pela polícia carioca na encosta de um morro da cidade. Cena de filme, seria das mais eletrizantes. Na vida real, o helicóptero dando razantes e disparando ferozmente contra os bandidos nos fez lembrar que parecemos estar no meio de um beco. Encurralados. Quase sem ar. Quase sem esperanças de uma saída...
Já no fim do ano, intolerância e homofobia ganharam as páginas dos jornais no caso de um jovem espancado, em Niterói, por ser homossexual. Os agressores só pararam de bater na vítima quando acreditaram que Ferruccio já estava morto. Por sorte, não estava. Denunciou o caso à imprensa e, assim, deu provas de ter uma coragem e uma hombridade que os autores dos socos e pontapés que o atingiram estão longe de saber o que significam.
Agora, temos um ano todo pela frente. Bissexto, 2008 nos dará um dia a mais para que possamos tentar fazer as coisa diferentes, melhores. Para o planeta, para o Brasil. E para cada um de nós...
Se pudéssemos ao menos não repetir os mesmos erros, já seria um ano extraordinário!

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