domingo, 18 de outubro de 2009

O último show da turnê...

Em cena, os aplausos preenchem todos os espaços da casa de espetáculos. Os olhos cintilam, os flahes pipocam por todos os cantos. Agradece. Agradece a presença de todos em mais um show, o último da turnê. A emoção lhe domina e seus sentidos parecem tomar conta de seu corpo, de cada um dos seus movimentos. A plateia aplaude efusivamente...
É quando seus olhos passeiam pela primeira fila. Na penumbra, avista algumas das pessoas mais importantes em sua vida. Os que lhe fazem encontrar a força nos momentos de fraqueza. Aqueles com quem divide as glórias e as dores de ser quem é. E ali, naquela primeira fila, no meio de tantos rostos amados, encontra um. O mais amado de todos. Aquele rosto de quem faria tudo para lhe alegrar, para lhe proteger, para lhe amparar. O rosto do seu amor. Do seu grande amor.
Em meio aos aplausos, ainda ensurdecedores, sentiram que estavam, de algum modo, conectados. Olhavam-se e se sentiam próximos como nunca. Como sempre. Como sempre estiveram ao longo daquela trajetória bonita, em cada dia que se empenharam para construir uma relação maior e mais verdadeira que todas as que enxergavam ao redor. Agora, tanto tempo depois, não tinham mais uma relação dessas que as pessoas gostam de dizer que têm. Mas tinham a relação. A que quiseram e fizeram.
No palco, o astro agradece uma vez mais e caminha na direção daquele olhar amado. Estava emocionado e a sensação de alegria ocasionada por aquele encontro aumentava a cada passo. Senta-se na beira do tablado, olha para trás, faz um sinal para os músicos. Respira fundo e, olhando para aqueles olhos, começa:

Eu não me acostumo sem seus beijos
E não sei viver sem seus abraços
Aprendi que pouco tempo é muito
Se estou longe dos seus braços

E por isso eu te procuro tanto
E te telefono a toda hora
Pra dizer mais uma vez `te amo
Como estou dizendo agora

Faço qualquer coisa nessa vida
Pra ficar um pouco do seu lado
Todo mundo diz que não existe
Ninguém mais apaixonado

Meu amor, você é minha vida
Sua vida eu também sei que sou
Cada vez mais juntos
Quem procura por você
Sabe onde estou

Olha, eu te amo tanto e você sabe
Sou capaz de tudo se preciso
Só pra ver brilhar a todo instante
No seu rosto esse sorriso

Faço qualquer coisa nessa vida
Pra ficar um pouco do seu lado
Todo mundo diz que não existe
Ninguém mais apaixonado

Meu amor, você é minha vida
Sua vida eu também sei que sou
Cada vez mais juntos
Quem procura por você
Sabe onde estou

Olha, eu te amo tanto e você sabe
Sou capaz de tudo se preciso
Só pra ver brilhar a todo instante
No seu rosto esse sorriso

Termina de cantar a música de Roberto Carlos com os olhos marejados. Mas traz um sorriso no rosto. O mesmo que encontra ali, na fila do gargarejo. Agradece a todos pela presença, pelos aplausos e, com a voz um tanto embargada, resolve dizer a única verdade que trata como absoluta:
- Não tenham, jamais, vergonha de falar dos seus sentimentos! Nunca! Sentimento guardado não é nada, passa, a gente esquece! Sentimento só existe, de verdade, quando a gente fala dele! Muito obrigado!
Os aplausos aumentam ainda mais - àquela altura, o público aplaudiria qualquer coisa que dissesse - e ele se vira uma vez mais na direção daquele olhar:
- Eu te amo, viu? E estarei sempre do seu lado!

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