quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Caso de polícia...

Todos os meus amigos sabem de como sou certinho com os compromissos que nós, cidadãos, temos. Pago minhas contas e impostos em dia, sigo o que a legislação determina e busco ter atitudes responsáveis, o que inclui ser o motorista da turma quando voltamos das noitades de curtição. Não bebo, não fumo, não uso drogas, de forma que não tenho motivo algum para temer o exame do bafômetro.
Mas falho. Sou humano. E esqueci, completamente, de agendar a vistoria anual do meu carro. Atribuo a falha à total falta de divulgação do Detran em relação ao seu calendário anual...
Enfim, ontem, na volta do show de Preta Gil, meu carro foi parado por policiais. Eram quase duas da matina e, apontando revólveres na minha direção, eles me mandaram parar. Estávamos em frente a uma das comunidades recentemente pacificadas aqui no Rio. Apesar do nervosismo ocasionado pelo fato de ter dois revólveres - ou pistolas, sei lá! - apontados para mim, mantive a calma, parei o carro, desci e perguntei qual era o problema.
O policial pediu a documentação do carro e a minha carteira de motorista. Entreguei tudo a ele. Foi quando ele me pediu o documento relativo ao ano de 2009. Que só é emitido depois de se fazer a vistoria anual. Documento que, portanto, eu não tinha. Argumentei que o IPVA estava pago. Ele me pediu o comprovante. Achando que iria resolver o problema, peguei o pedaço de papel onde todos os dados relativos ao pagamento deviam estar impressos e, pasmo, vi que a tinta tinha se apagado completamente!
Foi quando o policial militar "cresceu". Disse que aquele não era o comprovante, que seria um outro papel. E, sabe-se lá o motivo, passou a me tratar como um suspeito: revistou todo o meu carro, a minha mochila e fez questão de olhar até o meu laptop. Apesar de irritado, mantive a calma o tempo todo. E, no fim, ele me devolveu a documentação e, com desdém, disse:
- Você está me enganando, o IPVA não está pago! Mas vou te liberar...
- Não, não! O senhor é que está enganado! O IPVA está pago sim!
Entrei no carro e voltei pra casa. Nem preciso dizer que fiquei indignado com a postura do policial diante dessa "falha" minha. Ao chegar em casa e conversar sobre o assunto, o que ouvi que "tinha dado sorte por ser um policial 'honesto', que não me extorquiu ou tentou fazer algo pior".
É duro!
Hoje cedo, liguei para o Detran e agendei a vistoria anual para amanhã. Comentei o caso e o atendente confirmou minha suspeita: o policial poderia ter checado, pelo rádio, que o meu IPVA está pago desde antes do vencimento. Ou seja: por mais "honesto" que tenha parecido, toda a movimentação dele não teve outra razão de ser se não a de me intimidar.
Não conseguiu. Mas me irritou! E me fez ver que, para os Jogos de 2016, temos muito o que avançar. Afinal, não é desejável e nem admissível que a população de uma cidade olímpica, tão habituada a sentir medo, tema, também, os homens da lei...

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