quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ave, Lília...

Ontem, ainda no hotel de Porto Alegre, trabalhava nas fotos que tiramos durante a viagem com a TV ligada. "A Favorita" estava no ar e, mesmo interessado pela novela, não estava dando a menor bola pro que a telinha mostrava. Distraído com as lembranças eternizadas desses últimos 11 dias no Sul, só prestei atenção na novela quando a personagem de Lília Cabral deu seu grito de liberdade.
Que cena! Fosse outra atriz, teria descambado para o caminho óbvio da gritaria e do chororô. Mas foi exatamente isso que a cena mostrou, dirão alguns. Sim, respondo, mas com o enorme diferencial do talento dessa monstruosa atriz que é Lília Cabral. Pra mim, ela é a dona dos olhos mais expressivos dentre todas as atrizes de sua geração e agora, madura, colhe merecidamente os louros por esse talento indíscutível. Nos olhos de Lília, emprestados à sofredora personagem que vive oprimida pelo marido, vimos dor, desespero, desabafo, mágoa, ódio, medo, coragem, força e fragilidade. Um show que só quem é grande sabe (e pode) dar.

Um comentário:

  1. Não acompanho uma novela há não sei quantos anos. Não tenho saco das histórias sempre repetidas: um casal apaixonado na itália, no interior, nos anos 30, 40, 50, no Japão, no Leblon... Enfim, os enredos são quase os mesmos com apenas alguns penduricalhos. Mas não deixo de me surpreender com atrizes como a Lília Cabral. Ela é realmente incrivelmente talentosa. Consegue fazer de um papel menor o grande e melhor assunto de 'A Favorita'. Isso que é atriz de verdade. Sobrevive com brilhantismo, verdade e talento nas novelas brasileiras

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