segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Vermelho sangue...

O fio reflete a luz da vela. Brilho cortante no meio da noite escura. A pele arrepia e a boca, completamente seca, incomoda-se com o gosto daquela fita.
A fita que lhe cobre.
A fita que sufoca.
A fita que lhe emudece.
A fita que lhe enlouquece...
A chama queima o pavio cada vez mais curto da vela. Curto como o pavio de quem aperta aquele cabo, com a firmeza típica dos que têm certeza do que fazer. E de como fazer.
Um só golpe.
Rápido.
Preciso.
Apunhalada no meio daquela garganta que tantas vezes lhe disse palavras duras. A facada final em quem tantas vezes agiu para matar seus sentimentos.
E então, sopra a chama da vela até que se faça o breu. E, em segundos, mesmo no escuro, tem a certeza de que o carpete cinza está irremediavelmente tingido de vermelho...

Nenhum comentário:

Postar um comentário