sábado, 21 de novembro de 2009

O toque de Minas...

Toda de branco, eis que surgiu a bela mulher responsável por executar aquela tarefa. Uma massagem terapêutica, nada erótica, nada sensual. Vestia uma calça que modelava o corpo bem torneado e uma blusa que apenas permitia supor toda a beleza que o decote tímido não deixava que se visse. Os cabelos, alourados, estavam presos em rabo de cavalo, e parte da franja cobria sua testa. Tinha olhos verdes. E sotaque. De mineirinha!
Apresentou-se com simpatia e, se é que isso é possível, com distanciamento. O cliente já estava sobre a maca, apenas de cueca, pronto para cumprir mais uma etapa de seu tratamento. Sim, ele reparou a beleza da moça. Mas não deu especial atenção à ela. A situação era delicada.
E ficaria ainda mais...
Primeiro, ele sentiu o gelado gel usado na massagem em contraste com o calor do seu corpo. E, em seguida, a maciez daquelas mãos mineiras, que percorriam seu abdôme e parte do tórax. Era relaxante demais, apesar da força empregada pela moça a cada movimento. Fechou os olhos e se deixou levar por aquele momento. Se o paraíso existia, finalmente tinha chegado nele!
Até que alguma coisa o despertou de seu transe. Até agora não sabe dizer se, tal qual Eva, a massoterapeuta também havia provado do fruto proibido, mas o fato é que, num repente, as mãos da moça já desciam bem mais além do que o habitual. Percebeu que sua cueca também estava um pouco mais baixa que de costume e mais: que o corpo já reagia aos estímulos daquela massagem.
Deliciosa e assombrosa massagem! Instigante, intrigante e vexatória massagem: lá estava ele, de cueca, sobre uma maca, sendo massageado por uma linda mulher e, sem que pudesse conter ou negar, excitado por toda aquela situação.
Lembrou-se das dicas de amigos e se pôs a pensar em coisas tristes. Imagens de guerra, de cães mortos, da fome na África: tudo passou pela sua mente em uma interminável fração de segundos. Mas a tática se revelou ineficaz...
Até que a mineirinha passou a intensificar a massagem. E - jamais se saberá se foi intencionalmente ou não - vez em quando passou a roçar seus seios sobre o abdôme dele. Ele, olhos fechados, concentrando-se para tentar domar o indomável, questionava-se se seria de bom tom pedir desculpas ou ensaiar qualquer manifestação de pesar pela gafe, cada vez maior, que se erguia sob a sua cueca. Chegou a abrir a boca para tentar desfazer aquele silêncio constrangedor quando um toque o fez suspender a respiração. Não, não podia ser! Estava delirando, claro! A mão dela não teria...! De novo! E outra vez...
Seus músculos se contraíram. Respirou fundo. Como quem não quer nada, abriu os olhos e viu a expressão séria, profissional, da mineirinha massagista. Quem visse aquele rosto sereno não poderia jamais supor que, por algumas repetidas vezes, as delicadas mãos dela se enfiaram dentro de sua cueca. E, nunca se saberá se propositadamente ou não, massagearam suavemente uma parte de seu corpo que não estava incluída naquele tratamento!
Se pensasse como aquela ex-ministra, teria relaxado e...
Mas não: acalmou-se e resolveu aproveitar aquela fortuita e proibida aventura...

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