quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ossos do ofício...

Quarta-feira, véspera de feriadão, não tem jeito: vira sexta! Todo mundo no trabalho com a cabeça na viagem, na praia, nos filmes alugados...enfim, todos com a cabeça no lazer que vai tomar conta dos próximos dias...
Quarta-feira, véspera de feriadão. Lá fomos nós para uma gravação importante para uma das próximas séries do "Salto". O entrevistado era Eduardo Coutinho, um dos maiores e mais elogiados documentaristas do cinema nacional. São dele, por exemplo, "Edifício Master", "Cabra marcado pra morrer" e - o recentíssimo - "Jogo de Cena".
A gravação foi marcada para o Largo de São Francisco, no Centro do Rio. Sete da noite, lá estávamos nós e Coutinho, simpático e com discurso envolvente sobre os tipos de documentário e suas características principais.
No meio da segunda resposta - fiz nove perguntas - começamos a ouvir algo muito estranho. Um som meio estridente, uma voz desafinada cantando (?!?!) versos sertanejos, presumo. "Uma deusa / uma louca, uma feiticeiras / Ela é demais", bradava o amador armado com um microfone.
Sim, meus caros! Um videokê parou a gravação!
Nessas horas, os segundos passam lentamente até que você pense numa saída para resolver a situação. Olhei para trás e cravei os olhos em Ana, a produtora.
Um parênteses: os produtores são personagens fundamentais na televisão! Sempre! E não foi diferente...
Ana sacou a árdua missão que tinha pela frente. E lá foi ela, baixinha e de fala mansa, descer do prédio e caminhar até o bar, lotado de pseudos-cantores, muitos já bem calibrados para, com toda a educação, tentar convencê-los a baixar um pouco o volume do "show".
Enquanto isso, resolvi mudar o set e gravar numa sala mais afastada, pra evitar que, em caso de um (dispensável) bis, nossa gravação fosse novamente inviabilizada...
Ana voltou, depois de convencer o gerente do boteco-show, terminamos de ajustar a luz e gravamos o restante da entrevista.
Depois, de volta à redação, sozinhos, eu e Ana rimos da situação toda. E concluímos, meio decepcionados, que quem assiste televisão não faz a menor idéia da trabalheira que dá pra levar uma matéria de três minutos ao ar...
Ah, claro: a entrevista foi ótima! E vai ao ar no fim de junho, dentro de uma série sobre Documentários. Quer saber mais? Clique aqui!

Um comentário:

  1. Blah, calar videokê é fácil! rs
    Pior é caçar índio no mato! hehehe
    Mas sinceramente, lembro-me até de obras, britadeiras que já tive que pedir pra parar.
    Viva os produtores!!

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