quarta-feira, 17 de março de 2010

Rio faz protesto legítimo contra a redivisão dos royalties do petróleo...

150.000 pessoas ocupam a Cinelândia para protestar contra a redivisão dos royalties do petróleo
No meio da tarde, na redação, ouvi gritos de "Aha, uhu...o petróleo é nosso!". Uma vibe bem anos 70, diga-se de passagem. Mas o petróleo de agora é outro: do pré-sal, que pode mudar bastante a cara do Brasil.
E, sim, o petróleo é nosso!
É absurdo pensar que um estado responsável por 85% da produção de petróleo no país fique, de uma hora pra outra, com o pires na mão. E se houver mesmo essa mudança, com a qual todos os cariocas e fluminenses se sentirão afanados, cabe pensar em outras transformações: como a queda da isenção de impostos e taxas federais para produtos e serviços produzidos e prestados nas mais diferentes regiões do país. Porque aí, se a lógica é a do "tudo é de todo mundo", o tudo vai precisar ser, realmente, tudo.
Isso, a meu ver, abre um grave precedente para as relações institucionais. E para a ideia de República Federativa.
Por isso, fiquei feliz por ver a vitoriosa manifestação no Centro da Cidade Maravilhosa. Foram mais de 100.000 vozes gritando o que só os dissimulados não querem ouvir: o futuro do Rio está comprometido com essa proposta absurda. E o motivo, meus caros, é o mesmo de sempre: dinheiro! Como o bolo dos royalties pode aumentar consideravelmente assim que o petróleo da camada pré-sal puder ser extraído regularmente, todo mundo tem interesse em colocar o cofrinho na frente da cascata de moedas que está por vir.
Agora, além de defender que os estados produtores continuem a receber uma fatia maior desses royalties, como forma de compensar danos ambientais e de infraestrutura, creio que também é fundamental que haja um controle efetivo dos investimentos desses royalties. Porque, convenhamos, com tanto dinheiro jorrando do fundo do mar, não vai faltar espertinho de colarinho branco querendo dar uma pernada na ética pra encher os próprios tonéis na encolha...

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