segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Onde está a beleza negra dessa cidade que (também) é negra?

Na Fashion Rio, pelo visto, ela não está...
Aqui no blog, não são raras as vezes em que critico celebridades que dizem publicamente mais do que deviam sobre suas vidas privadas. Portanto, nada mais justo que elogiar, também aqui, quando os famosos resolver se posicionar publicamente sobre assuntos que interessam à toda sociedade. É a tal história: pau que dá em Chico, tem que dar em Francisco...
Quero dizer o seguinte: Toni Garrido, ex-vocalista do Cidade Negra, mandou muitíssimo bem ao criticar a ausência de modelos negros nas passarelas da Fashion Rio. Num país como o Brasil, colocar loiros e ruivos desfilando é um completo atestado de preconceito racial! Não há beleza negra? Ser negro(a) e belo(a) são condições incompatíveis?
Tenho certeza que não! Toni acertou em cheio ao levantar essa polêmica! E todos os artistas negros deviam embarcar nessa nau contra o preconceito e a discriminação! Esse tipo de manifestação propaga o debate sobre as questões raciais e surte mais efeito que qualquer campanha de conscientização que o governo possa vir a promover.
E você? Concorda que preconceito e moda não combinam?
Comentaê!

4 comentários:

  1. Oi Murilo,
    Toni Garrido estar certo, mas não e somente moda onde existe preconceito aqui no Brasil...

    Quando eu morei no Rio eu dou aulas de Inglês para empresarios em muitos grandes empresas por muitos anos, algumas dos empresas mais famosos aqui no Brasil...(não vai citar os nomes aqui), e em todos esses empresas eu nunca vi um empresario/empresaria negra, incluido uma vez eu perguntei por um empresario pq não tem negras trabalhando la, e ele respondei "tenho sim, no cozinha e area de limpeza/manutenção"
    Numa pais tão diverso como o Brasil e muito triste o que ainda existe preconceito e discriminação, e muito...
    Abs!

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  2. Adorei este tema. Nunca fui muito fã do Cidade Negra ou diretamente do Toni Garrido, mas ele mandou muitíssimo bem. A negritude não é uma questão de cota - seja nas universidades ou nas passarelas - mas é a realidade. Como não se sente representado, o brasileiro - que é em sua maioria negro - sequer se assume assim. Vide, por exemplo, estatísticas recentes do Ministério do Trabalho e Emprego. Apenas 5% da força de trabalho do país se assume como negra. Esse número não parece bater, ao meu ver.

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  3. Concordo contigo e com a atitude do Toni Garrido! Ele mandou muito bem em ñ deixar passar batido essa exclusão. São atitudes como essa que evidenciam esse preconceito besta que ainda existe aqui no Brasil e em todo o mundo, infelizmente.

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  4. Acho que o chilique do Toni Garrido está mais para uma atitude desesperada de voltar à mídia - já que, desde sua saída do Cidade Negra, sua carreira solo não decolou - do que para um discurso contra o racismo.
    Acho que o próprio negro brasileiro tem preconceito com sua raça e não se assume como negro, o que é mais triste ainda do que algum episódio de racismo de um branco contra um negro.
    Acho que um discurso inflamado como esse do Toni Garrido é meio ridículo. Daqui a pouco ele vai pedir sistema de cotas em desfile de moda.
    A discussão da exclusão social no Brasil transcende a cor da pele. É fato. O preconceito no Brasil não é de raça, mas social.
    O Toni Garrido se sentir ofendido porque o desfile da Redley não tem um negro chega a ser uma ofensa à realidade do povo brasileiro. Ele disse que até compra roupas da marca... Ele deveria se sentir ofendido pelo fato de uma simples roupa da marca custar mais do que uma cesta básica, algo que muito brasileiro - branco, índio, negro, amarelo - não tem condição de comprar, mesmo sendo itens de primeira necessidade, como COMIDA.

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