Homenagem de telejornal global arranca (muitas) lágrimas de Neguinho da Beija-Flor e abre o dia de forma melodramática. Jornalismo ou entretenimento?
Hoje, tomando café-da-manhã no hotel com a equipe, vimos uma matéria do Bom Dia Brasil, da Globo. Era uma espécie de celebração aos mais de 30 anos de carnaval de Neguinho da Beija-Flor. Até aí, tudo bem: o intérprete da azul e branca de Nilópolis é mesmo um dos mais carismáticos personagens do carnaval do Rio.
Só que além do talento, da simpatia e de toda a história acumulada nessas três décadas destinadas ao samba, a reportagem - do sempre ótimo Marcos Uchôa - também abordou um tema delicado: o câncer que Neguinho da Beija-Flor enfrenta atualmente. Até aí, ok: a doença é um fato e o público está ávido por saber se a voz titular da Beija-Flor estará ou não na Sapucaí nesse ano...
Só que a matéria virou uma espécie de Arquivo Confidencial do programa do Faustão, com parentes e amigos do artista enviando mensagens positivas e contando histórias de sua vida. Resultado: emocionado, Neguinho caiu em prantos. Chorou copiosamente diante das câmeras e de um constrangido Marcos Uchôa, que tentava consolá-lo diante de tão delicada circunstância.
No fim, cortinas se abriram e a bateria da Beija-Flor começou a tocar. Amigos do cantor e personalidades do mundo do samba se enfileiravam para o abraço. Com os olhos ainda inchados e vermelhos, Neguinho sorriu um sorriso amarelo e se colocou a postos pra mandar aquela mensagem de alegria e gran finalle que teve ter sido pensada por alguém que, claro, deve ter imaginado ser aquela uma ideia genial.
Não foi. E ficou completamente fora do padrão do Bom dia Brasil, um dos melhores telejornais da TV brasileira...
No quesito bom gosto, nota zero!
Oi Murilo,
ResponderExcluirEu não assistiu mas somente pelo seu post aqui a reportagem pareceu um adeus para ele do Brasil... muito mal gosto e cheiro de negatividade sobre o cancer dele. Vitimas de cancer tb sobreviver com positividade do espirito e a mente tb, o cerebro e muito poderoso!
Eu acho isso não foi jornalismo ou entreteinamento; pra mim e só nivel-baixo.
Abração!