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sábado, 18 de outubro de 2008

Quando a TV passa dos limites?

No vídeo acima, uma das polêmicas entrevistas dadas por Lindemberg Alves durante o sequestro lá de Santo André. Foi ao ar no programa da Sônia Abrão. Fiquei impressionado com a "intimidade" que o repórter tenta demonstrar com o sequestrador, chegando a chamá-lo, algumas vezes, de "velho" e "querido".
Depois, num debate realizado no estúdio do programa, um dos convidados diz esperar que o "caso acabe em pizza, com um casamento futuro entre Lindemberg e a namorada".
Como assim, minha gente?
Talvez eu esteja sendo repetitivo, escrevendo muito sobre esse caso, mas é porque o episódio realmente me parece emblemático; dá a exata medida do quanto nós, da mídia televisiva, estamos perdidos numa busca por pontos (no Ibope) e furos (de reportagem). Embora eu ache absurda a abordagem feita pelo A Casa é Sua, da Rede TV!, sei que Globo e Record também exibiram entrevistas com o Lindemberg. Pra mim, as três erraram feio! Principalmente por ocuparem espaços e tempos que deveriam estar sendo utilizados pela autoridade competente para conduzir as negociações.
Vi a entrevista que a Globo exibiu no Mais Você - não sei se era inédita no programa, ou um tape - e, embora descabida, não fugiu à idéia do jornalismo; a repórter se limitou a entrevistar o rapaz sobre as motivações dele e em momento algum se arvorou a negociar qualquer tipo de coisa
Na Record, no Hoje em Dia, eu só vi o apresentador Britto Jr. dizer que Lindemberg não poderia ser tratado como um bandido comum. Sim, claro! Depois de tanta exposição, ele virou um bandido vip, né?
Enfim, muita gente tá perdida na telinha. E, mais uma vez, vale elogiar a surpreendente posição do Datena, que não só não entrevistou o sequestrador como ainda vociferou contra os que o fizeram, em especial a apresentadora Sônia Abrão, da Rede TV!. Pessoalmente, eu também não tenho nada contra Sônia. Só acho que a voz dela, doce e afetuosa, destoa muuuuito de um programa que vive para explorar toda e qualquer tragédia de que se tenha notícia.
Só lamento que, muitas vezes, os telespectadores acabem premiando esse tipo de atração com preciosos pontinhos no Ibope...

E você? O que acha? Em casos como esse, qual deve ser o limite da cobertura da mídia televisiva? Esse debate é fundamental e toda a sociedade deve participar dele! Por isso, botem a boca no mundo!!!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Da série: "agora a coisa vai!!!" 5

Depois de passar tardes e mais tardes falando da vida de celebridades, depois de passar programas inteiros debatendo programas da concorrência, depois de reapresentar - sempre que possível - matérias "tocantes" sobre pessoas famosas que "já não estão mais entre nós"; Sônia Abrão deu hoje mais uma inestimável contribuição para a televisão brasileira: exibiu uma matéria sobre a morte do brasileiro André Martins, assassinado por policiais nos Estados Unidos no mês passado. Com generosos closes do rosto do cadáver, segundo a Folha Online.
Era o que faltava para o repertório do vespertino da Rede TV!, não é?
Francamente! Acho que tem gente que não preza mesmo a própria biografia. Porque prezar o telespectador, eu tenho certeza de que tem gente que não preza...

sábado, 19 de julho de 2008

Pauta fresquinha...

Comentário de minha sábia mãe, assim que soube da morte de Dercy Gonçalves:
- Ih, Sônia Abrão já tem assunto pra mais uma semana de programa...
Preciso falar mais alguma coisa?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Desventuras em série...

Os deslizes na cobertura do caso da menina Isabella Nardoni têm sido freqüentes. E, em alguns casos, fica claro que, mais do que a qualidade da informação, o que está em jogo são os famigerados pontos (ou décimos de pontos) no Ibope...


Hoje cedo, na academia, vi da esteira que o "Hoje em Dia", da Record, exibia uma entrevista com o promotor do caso. Depois, na hora do almoço, zapeando, vi que a mesma Record dispunha de repórteres posicionados na frente da casa do avô de Isabella, na porta da delegacia e sabe lá Deus onde mais...
O verdadeiro "festival Isabella" na Record me fez notar que continua, e a todo vapor, a exploração desmedida do caso da menina Isabella em algumas emissoras de televisão. À exceção da Globo, que parece de longe ser a mais preocupada em fazer um trabalho sério entre as redes comerciais, é comum encontrarmos debates requentados, matérias reprisadas, opiniões polêmicas e excessos de demagogia a toda hora do dia e da noite, nos mais variados programas e horários.
Na Band, a falação sobre o crime - bárbaro, sem dúvida - também segue pautando vários programas. Na Rede TV!, Sônia Abrão, Marcelo Rezende e Luciana Gimenez não me convencem de forma alguma de que estão realmente empenhados numa cobertura séria do caso. Sem contar que eles - e tantos outros - têm enchido muita lingüiça! Afinal: será que os repórteres que passam o dia na frente da delegacia têm - o tempo todo - novidades para dizer ao telespectador? Claro que não! E é nesse insano movimento de vender uma agilidade que não existe e, assim, dar ao espectador a sensação de que realizam uma cobertura em tempo integral, que essas redes, em diversos momentos, estão se perdendo...
Vejo isso com tristeza e indignação. Como cidadão e como profissional. É lamentável que parte da mídia se valha de uma história tão triste numa guerra covarde para pontuar bem no Ibope e furar a concorrência. Essa é uma conduta que desrespeita familiares da menina, indiciados, familiares dos indiciados e, também, espectadores.