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sábado, 5 de julho de 2008

Manhã de marcha pela paz...

Passeata saiu da Praça Nossa Senhora da Paz e ganhou as areias de Ipanema, na altura do Coqueirão; o local freqüentado pelo jovem morto na semana passada...


Nunca tinha participado de passeatas pela paz. Confesso até que, por várias vezes, duvidei da eficácia dessas iniciativas e me perguntava se elas realmente serviam para alguma coisa.
Mas não se diz não a um convite de uma mãe que acaba de perder seu filho de forma tão covarde. Não se pode dizer não a um convite desses. Convite que recebi aqui no blog - o que me fez redimensionar o alcance e a importância desse canal de comunicação tão poderoso - mesmo quando modesto, como é o caso do nosso B@belturbo...
Na passeata realizada na manhã de hoje, em Ipanema, tive a oportunidade de encontrar Daniela e Sérgio, os pais de Daniel Duque. Pude abraçá-los e desejar força para a longa luta por justiça - que está apenas começando.
Daniela foi muito gentil e, em meio à sua dor tão grande, encontrou espaço para me agradecer pelo texto Juventude Roubada, postado aqui há semana e lido e distribuído lá, durante a manifestação.
Não há razão para agradecer, Daniela. Hoje, em Ipanema, aprendi o real sentido da palavra solidariedade. Ser solidário é sentir como nossa a dor do outro. É lutar pelas causas do outro como se fossem nossas. Sem pedir nada em troca por isso.
Portanto, eu é que devo dizer obrigado hoje. Essa é uma lição que levarei por toda a vida...


PS.: Já que estamos falando no assunto, aviso: a pessoa que passou aqui, copiou meu texto e publicou num outro blog como se fosse dela, depois de receber meu e-mail, alterou o texto. Mas continua sonegando a informação sobre a autoria da postagem publicada por ela semana passada - pela qual chegou a receber elogios. Fiz novo contato com ela, solicitando que a história seja esclarecida. Do contrário, amigos, teremos a primeira série de posts policiais envolvendo o
B@belturbo. E eu não estou brincando...

terça-feira, 1 de julho de 2008

De volta ao caso Daniel Duque...

Na noite de ontem, a promotora Márcia Velasco divulgou uma carta aberta à sociedade.
Já era mesmo hora dela se pronunciar.
A carta, que li atentamente, expõe dificuldades enfrentadas pelos que ocupam posição igual ou semelhante à ora ocupada pela promotora. Retratos de uma sociedade que deixou o crime se organizar demais...
Creio nas palavras da promotora quando ela se diz triste com a morte de Daniel Duque. E também acredito que, como mãe, ela sinta parte da dor agora enfrentada por Daniela Duque.
Também quero muito acreditar, como a promotora, que "certamente (a verdade) virá à tona". Até aqui, o que apareceu é a comprovação de um erro injustificável cometido pelo segurança do filho da promotora. Erro comprovado pelo IML, confirmando a versão de que Daniel Duque foi baleado à queima-roupa, sem chance de defesa.
Mas é aí que discordo do texto divulgado pela promotora. Porque ali, no finalzinho, ao demonstrar a crença no aparecimento da verdade, ela dá margem à interpretação de que algum fato possa vir a justificar o assassinato de Daniel Duque. E, amigos, nada justificará! Ainda que Daniel estivesse brigando, ainda que todos os seus amigos estivessem envolvidos numa confusão, ainda que eles tenham agredido alguém - que aliás, nunca apareceu - ainda assim, nada justificaria a atitude covarde de atirar em alguém desarmado. Para, também covardemente, alegar, depois, uma "legítima defesa" que de legítima não tem rigorosamente nada.
Acredito na promotora Márcia Velasco.
E acredito na justiça que ela representa.
E quero crer que essa história acabará como deve: com o responsável por esse crime bárbaro devidamente trancafiado na cadeia.

domingo, 29 de junho de 2008

Triste lição no Orkut...

Ainda sobre a tragédia que acabou com a morte do jovem Daniel Duque: recebi, via msn, o link da página dele no Orkut. Deixei um recado, com o link do post que escrevi sobre o assunto e fui buscar as comunidades dele. Entre elas, uma me chamou a atenção por razões óbvias:
Infelizmente, às vezes é mesmo. Curta demais...

sábado, 28 de junho de 2008

Juventude roubada...

Na madrugada de sábado, eu estava numa boate carioca. Rodeado de amigos, festejava o aniversário de um deles num clima de alegria, curtição, paquera e ao som de muita música boa.
Na madrugada de sábado, Daniel Duque, de 18 anos, também estava numa boate carioca. Também estava rodeado de amigos e, como eu, festejava o aniversário de um deles. Certamente o clima era tão bom quanto o da noite que passei.
A diferença é que eu cheguei em casa. Cansado, depois de um dia de trabalho e uma noite inteira de curtição.
Mas vivo.
Ao chegar em casa, encontrei minha mãe de braços abertos me esperando.
A mãe de Daniel teve de enfrentar a pior das dores que o destino pode oferecer a quem tem a graça de gerar outra vida. Braços cruzados sobre o peito, rosto desfigurado pela dor, viu seu menino baixar à sepultura e chorou pelos sonhos de toda uma existência abreviada pelo estampido seco de uma arma de fogo.
A história do Daniel é um tapa na cara de todos nós. Foi ele, mas poderia ter sido eu. Poderia ter sido um dos meus amigos. Poderia ser você, que me lê agora. Foi na Zona Sul, mas poderia ser numa comunidade qualquer - onde tantos jovens também perdem o jogo da vida para um apertar de gatilho. Foi com um jovem loiro, poderia ter sido um negro. Ou índio.
Não importa.
O que importa é que os jovens são as maiores vítimas da violência no país. Jovens sonhadores, cheios de planos e de garra para realizá-los, que estão sendo surrupiados da nação na calada das madrugadas, nas saídas das boates, no trânsito, nas vielas e becos, nos rincões desse Brasil imenso. Gigante pela própria natureza, que pode perder a oportunidade de espelhar essa grandeza em teu futuro...
Porque sem jovens, não haverá futuro.
Uma pena!