domingo, 16 de maio de 2010

Reflexão sobre o ser humano em nosso tempo...

Tenho assistido, dia após dia, pessoas darem mostras de que não se preocupam umas com as outras. De que não enxergam quem lhes cruza o caminho e que não se importam com a forma como seus atos impactam os que estão à sua volta.
Esse estilo de vida do "eu sozinho", na minha opinião, é muito entristecedor. Revela o quão deixamos de evoluir como gente, e nos coloca na mesma categoria que os bichos da selva, lutando - cada um com suas armas - pela sobrevivência nessa louca floresta de concreto. Essa escolha também nos impede de evoluir como espécie: preocupados demais cada qual com seu umbigo, vamos tocando o barco sem pensar nos que se afogam fora dele...
E essas atitudes egoístas estão muito mais integradas na nossa rotina do que se pode supor. Estão na opção por reclamar dos problemas atribuindo culpas - sem buscar compreendê-los por outra ótica; estão na falta de sensibilidade para agir e tratar os outros; estão num orgulho idiota que tenta disfarçar fraquezas e falhas que todos temos; estão no desrespeito, na desconsideração, na necessidade de auto-afirmação...na falta de diálogo!
Pode parecer piegas, eu sei. Mas esse jeito de viver explica o descaso com o planeta, explica o lixo jogado na rua, explica a naturalidade com que se olha para a miséria na África ou para a violência nas comunidades dominadas por traficantes e milicianos. Esse culto ao "ego" ajuda a entender o descaso de vendedores de shoppings com clientes que parecem não ter poder de compra e o mau humor de funcionários de serviços públicos de saúde que, tantas vezes, destratam os que deviam tratar...
Faço 30 anos em outubro. Sou de uma família que veio do interior e tenho outros valores. Gosto de estabelecer e cultivar laços, prezo os amigos e a família e, pra mim, o ser humano está acima de qualquer coisa. Não sou adepto do culto ao descarte.
E tenho sentido falta de encontrar gente. De verdade...
Humanos, temos saída?

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