domingo, 16 de maio de 2010

Comentário sobre o caso da procuradora...

Uma pessoa que passou parte da vida integrando o Poder Judiciário é acusada de um crime. Contra uma criança. Indefesa. Criança que essa mesma senhora vinha tentando adotar. A mídia divulga fotos do rosto deformado da vítima e gravações dos gritos que ela disparava contra a criança. A acusada foge. A sociedade se revolta. As pistas chegam incessantemente até a polícia. Acuada, a fugitiva se entrega e é, finalmente, presa.
Tudo isso aconteceu sem que, em nenhum momento, a tal ex-procuradora fizesse qualquer declaração...
Tudo isso despertou grande revolta em toda a sociedade...
Eu evitei ao máximo escrever sobre o assunto aqui. Pra não chover no molhado e me limitar a dizer mais do mesmo. Mas, nos últimos dias, dois aspectos ligados à história me chamaram a atenção. Primeiro, um comentário que uma amiga deixou no facebook, alertando para a debilidade do processo relacionado à adoção. Sempre apontado como muito rigoroso - e igualmente burocrático, quase um convite à desistência - há que pensar sobre as falhas de um sistema que entrega uma criança frágil, indefesa, nas mãos de um monstro como se revelou ser o caso. Ainda que rica, com longos cabelos loiros e atestando uma longa ficha de serviços prestados à nação, como ex-funcionária pública, a procuradora aposentada devia ter sido investigada em mais profundidade. E, a julgar pela quantidade de testemunhas que se apresentam para confirmar os maus tratos praticados contra a menina, não me parece equivocado afirmar que tudo poderia ter sido evitado se esse examente fosse conduzido de forma mais eficaz.
O outro ponto controverso é a atuação do advogado de defesa da ex-procuradora. Por mais que seja claro o papel dele no processo, é no mínimo pitoresco ver um profissional atribuir a um acidente doméstico o lastimável estado do rosto da menina nas fotos divulgadas à imprensa. É medíocre querer fazer a opinião pública acreditar que não houve tortura e, sim, maus tratos. E, mais que isso, que sua cliente procedeu daquela forma para fazer a menina cumprir "suas obrigações".
O que conforta é torcer para que tão insustentáveis argumentos contribuam para que essa senhora passe muito tempo trancafiada. Quero ver se ela aguenta muito tempo sem comer a comida do presídio "porque não gosta de refeições servidas em embalagens recicláveis"...
E você, o que achou dessa história toda?
Comentaê!!!

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