segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ampulheta...

Passou silencioso, sem deixar rastros. Mudou o sentido das coisas, trocou prioridades, inverteu opiniões. Transformou visões, abrandou sentimentos antigos e fez brotar tantos outros, novos, que nem se sabe ao certo como nomeá-los.
Em minha cabeça, tua passagem foi assim: despercebida. Mas só dentro dela parece ter sido desse jeito. Afinal, quando abro os olhos, tudo o que vejo, por mais sutil que pareça, atesta a força de tua viagem. Ruidosa, barulhenta, avassaladora. Vejo pistas de tua caminhada implacável nas árvores de hoje, mudinhas de outrora. Na beleza das moças que, dia desses, dormiam, miúdas, em meu colo. E no volume incalculável de problemas cotidianos, coisa que nem sonhava existir antes de perceber que estavas trilhando esse teu caminho interminável, que ninguém sabe onde nos levará.
Antes, tudo era simples. A alegria era tão simples, tão certa. A vida era simples, leve...
Viver era mais fácil antes que tu, tempo, resolvesses passar assim...tão rápido. 

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