terça-feira, 18 de abril de 2006

A vida em still

O ar indefeso, de quem pede proteção, ainda era o mesmo. Ali, contemplando aquele jeito infantil num corpo adulto, notou que o tempo não altera certas marcas na personalidade de cada um. As relações se transformam, os assuntos mudam, as intenções dos olhares também ficam diferentes. Mas alguns pontos permanecem, como que congelados no tempo; como cenas de um filme pausadas eternamente na tela da televisão...
Ali, na noite fria, frente a frente, notou que, depois de todo o resto, ficaram só coisas boas. Uma amizade verdadeira que tinha nascido; um carinho grande que não existia antes; e a certeza de que o tempo - que une e afasta; que tece amores e ódios, carinhos e rancores - tinha sido sábio naquele episódio: congelou o filme na hora da melhor cena, no melhor momento. Assim, sempre que olhassem a tela da vida, perceberiam o carinho, a vontade de proteger, de abraçar e de declarar o apoio pra todas as horas.

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