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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Ensaio sobre a cegueira...da justiça... 2

Escrevi sobre o tema ontem, muito rapidamente, mas me senti na obrigação de voltar a ele. Esse julgamento do PM que matou o jovem Daniel Duque deveria ser encarado como uma vergonha nacional! Que legítima defesa é essa, contra um jovem desarmado? Ainda que em grupo, ainda que estivessem agredindo alguém fisicamente, onde está essa vítima? Em quem Daniel e seus amigos bateram, que essa pessoa nunca apareceu em lugar nenhum? Aliás, como o filho da promotora, de quem ninguém nunca viu o rosto também...
Gente, se não houve agressão - e só um desentendimento na saída da boate - o que explica a decisão de atirar em alguém? Ainda que tenham tentado tomar a arma do policial - como agora se está dizendo - é óbvio que esse homem, que deveria estar ali pra garantir a ordem de todos, já que é um funcionário público, não deveria ter feito essa escolha.
Agora, noto um movimento de vilanização da vítima. É gente acusando o grupo de amigos de Daniel de uso de drogas; gente falando que eles são jovem criadores de caso e etc. Ainda que sejam verdadeiras essas suposições, pergunto eu: isso dá direito a matar desde quando?
O que houve na porta daquela boate não foi outra coisa que não um assassinato, uma execução! Lembremos disso, pois. O que não pode é a sociedade tolerar uma morte dessa natureza! E, honestamente, gostaria de conhecer os argumentos desse corpo de jurados. Júri popular? Aonde? Essa opinião, manifestada com um estranho consenso, parece-me longe de exprimir o desejo da maior parte da população. E me fez, sim, lembrar da célebre frase de Nélson Rodrigues, que bem qualificou as unanimidades...
Lamentável!
Só me resta desejar muita força à família do Daniel, que tive o prazer de conhecer! Força pra virar esse jogo e ajudar a mostrar ao Brasil que, em algum momento, a justiça precisa honrar os cidadãos honrados.

Ensaio sobre a cegueira...da justiça...

Não estive lá, mas, pelo que li, achei muito estranho esse julgamento do caso Daniel Duque. Tanto quanto foi estranha a postura desse policial na noite que culminou com a morte da vítima. E é lamentável que a morte de um garoto de 18 anos permaneça impune.
Em alguns comentários no site de O Globo, leitores tentam justificar o ato, como sendo uma reação a um grupo de jovens brigões. Não sei se foi o caso. Mas, ainda que fosse, não aceito que possamos naturalizar dessa forma um assassinato. Se eles, jovens, estavam errados, que o PM então os prendesse e, com isso, fizesse cumprir seu papel de autoridade responsável pela segurança.
Mas, infelizmente, certas vezes a justiça parece mais cega do que podemos supor...