terça-feira, 4 de setembro de 2007

Sobre uma inconfidência...

De tudo o que soube, compadeceu-se. Triste a sorte de quem sabe de coisas dos outros sem que esses outros o queiram. Triste a sorte de quem se vê vítima das artimanhas de um destino inconfidente, que teima por revelar o que todos parecem achar melhor que permaneça na sombra.
Agora, tinha vergonha. Sentia-se como o jogador que resolve jogar escondendo as regras, guardando para si informações importantes sobre o adversário.
Mas não era jogador. Nem havia adversário.
Nem queria jogar e derrotar alguém...
Sentia-se, sim, derrotado por uma revelação da qual não era merecedor, sobre a qual não esboçara pergunta qualquer que fosse.
Revelação que lhe surgiu de forma compulsória e que lhe dava, ora em diante, um ar de traidor...

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