quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nós, a mídia, Rio e o Oscar...

Assim que soube da indicação da música do filme "Rio" ao Oscar de Melhor Canção Original, fiz um comentário que rendeu polêmica no Facebook. Escrevi o seguinte:
Alguns amigos entenderam a mensagem como uma espécie de depreciação do Oscar. E, mais que isso, argumentaram que a indicação não tem a função de atestar a qualidade das produções nomeadas - no caso, a canção composta por brasileiros.
Como aqui o espaço é maior, volto ao tema. Sei da importância do Oscar, claro. E, obviamente, não sou louco de questionar o talento, a competência e os méritos de Sérgio Mendes e Carlinhos Brown, os compositores da canção-tema ora indicada à premiação. O que me impressiona, sempre, é a abordagem de uma notícia como essa. Soa ufanista demais; praticamente uma galvaobuenização de um fato que, isolado, não vai mudar a história da produção audiovisual brasileira. Falta, a meu ver, deixar claro à população qual o sentido dessa categoria do Oscar, quem vota e o que, a rigor, ela representa dentro do universo hollywoodiano. Mostrar a indicação como uma conquista e, pior, dar à entrega do Oscar um tom de final de campeonato, sim, me parece uma atitude colonialista. Coisa de time com complexo de segunda divisão, que vive querendo uma oportunidade para ser reconhecido. Como se desse reconhecimento, via Oscar, dependesse o futuro da música e da produção cinematográfica no país. Over demais, não acham?
Além disso, algo que ia postar ontem, também no Facebook, mas preferi guardar aqui pro blog. "Rio" tem todos os méritos que a tecnologia pode dar, é um filme bem feito, alegre, colorido, feliz. Mas, fica a reflexão: o Brasil, e a Cidade Maravilhosa, em especial, aparecem na tela exatamente da mesma forma que Walt Disney mostrava, 50 anos atrás, nos célebres desenhos do Zé Carioca. Um grande estereótipo! Somos o país da banana, do samba, da floresta, da mulata e dos malandros. Em pleno terceiro milênio, Hollywood olha pra nós e nos enxerga do mesmo modo que éramos vistos na metade do século passado. E nisso, sinceramente, eu não sei se dá pra achar tanta graça...

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