Leio os jornais (em sua versão na web) e chego à conclusão de que parecemos atravessar a fase do jornalismo-polêmica. São tantas e tão simultâneas que a gente nem consegue acompanhá-las (e, acredite, isso não é um queixa!). Desde a pendenga entre o ministro e o cantor, passando pela atriz-que-não-foi-musa-de-Caetano que, agora, chama Caê de "banana de pijama"; até a separação do cantor de pagode de sua esposa. "Quem traiu quem?", pergunta a manchete do jornal que cobre o fim do casório.
Não vejo muita razão em tanta polêmica. Na maior parte das vezes, esses embates públicos só servem para tirar o foco de questões importantes, que geralmente, estão implícitas nos temas das discussões. Por exemplo: ainda não vi um texto sério sobre a questão da proibição da venda da biografia não-autorizada de Roberto Carlos. Há quem diga que o Rei está perdendo a majestade, há quem invista nas críticas de Paulo Coelho à atitude do Rei; mas não há quem discuta seriamente até onde vai a liberdade para escrever - e abordar, seja de que maneira for - a vida de uma "pessoa pública". Ou mesmo discutir esse conceito de "publicidade". Afinal, Roberto é público ou pública é a sua obra?
Acho que a mídia ajudaria muito mais nesse e em outros casos se discutisse essas questões de forma mais profunda. Porque ficar nesse diz-que-diz, sinceramente, envergonha qualquer jornalista que se preze. Por essas e outras que tem gente querendo derrubar o diploma para o exercício da profissão...
PS.: Quem visita esse blog com regularidade sabe que sempre coloco os links ao citar reportagens de jornais e revistas. Nesse post sobre as "matérias polêmicas", optei por não fazê-lo. E me explico: acho que há muita coisa mais interessante para se ler na rede...
Amigo,
ResponderExcluirsó uma justificativa para todas essas notícias que nada valem. Elas vendem.
Tô aqui cercado de livros sobre o assunto de Guy Debord a Stuart Hall, passando por Douglas Kellner, Nestor Canclini e Muniz Sodré. Todos de alguma forma criticam esse panorama. E veja, temos um de cada país: um francês, um jamaicano (radicado na Inglaterra), um proveniente da Alemanha, um mexicano e um brasileiro. Ou seja, não é um privilégio nosso. É só pensar em um jornal famoso das cercanias da Rainha Elisabeth II. Impossível não lembrar do The Sun.
A mídia virou mercadoria e como tal precisa ser vendida. Malditos ingleses. ;-)
Abraços
Rascunhos na Net