quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

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Nada me chocou tanto nos últimos tempos como essa brutalidade que fizeram com o menino João Hélio. Não tenho lido os jornais e nem visto televisão, por absoluta falta de tempo, e soube dessa notícia quando cheguei à tevê hoje. Revoltante, ultrajante, angustiante! Li mais na internet e, desde então, é só lembrar do assunto pra sentir um aperto no peito que não sei explicar. É como se tivesse levado um soco na cara: tô zonzo, dolorido e me sentindo sem condições de reagir!
Pra onde vai tudo isso? Até quando vai tudo isso? E o que podemos fazer? Chorar não basta, sentir a indignação que estou sentindo - e que vi nos olhos de todos os meus amigos hoje - também não é o bastante. Mas o quê se pode fazer? Parar de usar cinto de segurança nas crianças? Para de andar de carro?
O beco não tem saída mesmo ou sou apenas eu o cego que não consegue enxergar uma forma de revertermos essa situação? Será que a sociedade e os governos ainda não sentem o lodo do fundo do poço lambuzando suas caras? Porque, sim, chegamos ao fundo do poço! E, até aqui, ninguém parece ter uma cordinha, um fio, um nada que possa servir para nos levar lá pra cima de novo! Um nada, por menor que seja, que nos dê um bocadinho de esperança de olhar pro alto e pensarmos que o caminho de volta é árduo, mas é possível!
Que Deus proteja e ampare os pais do João Hélio. E que receba esse anjinho lá no céu com todo o carinho que ele merece...

7 comentários:

  1. Chocado, inerte à situação. Tento pensar na mãe. Tento pensar no futuro jovem que de forma bruta se foi. Estamos voltado aos tempos de Roma. Não temos mais valores. Estamos confinados a 50m2 de um apartamento ou casa? Ir e vir, não existe mais. Os governantes o que desejam fazer? Mais pessoas morreram esta noite, de forma criminosa. Esperanças?...
    Criei uma comunidade no orkut quem desejar participar: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=27583277

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  2. É. Muito, muito, muito, muito triste com isso...

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  3. Olá querido,
    Acabei de ler mais uma matéria sobre a fatalidade que ocorreu com o menino João Hélio e fiquei ainda mais triste. Me deu uma angústia no peito e até chorei! Nessa matéria a mãe de João conta um pouco como tudo aconteceu desde a abordagem dos bandidos até ela vendo seu filhote indo embora sem que ela pudesse fazer mais nada. É muito triste saber que existem pessoas, quer dizer, monstros que são capazes de fazer tamanha maldade com uma criaturinha tão doce e inocente. Estou chocada!
    Fica aqui o regsitro de mais uma pessoa indignada com a falta de segurança que estamos vivendo nesse país. Recebi um e-mail de uma amiga pedindo para que todos saiam de casa amanhã, teRça-feira dia 13/02/07 vestindo uma blusa preta como forma de protesto/homenagem a João. Pode não ajudar em muita coisa mas também não custa nada.
    Fica aqui resgistrada a minha indignação!
    Beijos,
    Érika

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  4. Murilo,
    Fico muito triste com toda essa violência e como mãe consigo sentir um aperto, uma dor no fundo do peito.
    Gabriela, João Hélio... São vítimas como muitos outros. Infelizmente.
    Precisamos sair de luto sim, mas pela desigualdade social que gera tanta violência.
    Será que nós, classe média, conseguimos imaginar o que é viver sem teto, educação, saúde...
    "Pro dia nascer feliz" seria necessário mudanças e mudanças nesse país tão belo e tão injusto.

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  5. Lu, concordo com você, mas só em parte. Esses rapazes que fizeram isso com o João não me pareciam interessados em roubar apenas. Eles não me pareciam preocupados com a miséria de suas famílias (que, confesso, nem sei se são tão miseráveis assim). Eles estavam dispostos a torturar e assassinar covardemente uma criancinha indefesa. E em nome de quê? De nada! São marginais, covardes e, honestamente, não tenho vergonha de me expor aqui e dizer que não acredito na recuperação de alguém capaz de cometer tamanha barbaridade.
    O Brasil tem problemas sociais sim, e todos sabemos disso! É um país injusto, desigual! Mas tudo isso, ainda assim, não pode servir de pretexto para que inocentes sejam tão covardemente assassinados, e, muito menos, para que covardes permaneçam impunes!
    Bjão pra você e valeu pela visita!

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  6. Murilo,

    Também não acredito em recuperação. Acho que tudo está perdido. Os assassinos precisam pagar pelo crime que cometeram. Mas, quantos outros como esses estão livres por aí?
    Por que agem dessa maneira?
    Acho que a revolta de não ter o que outras classes sociais têm, gera revolta sim, e sei lá porque viram "monstros". Tenho pena, muita pena, dos pais desses assassinos.

    Experimente entrar numa escola pública de periferia - sei que o faz - e observar a diferença entra uns e outros. Poderá notar pequenos furtos e brigas, fruto da inveja, da falta de recursos materiais que algumas crianças, sim crianças tem até para estudar.
    Sabemos também que algumas crianças brasileiras fazem uma refeição por dia. Essa refeição é feita na escola.
    A escola tornou-se para alguns o espaço para comer. Quando seria para aprender, não só o conteúdo, mas aprender a ser cidadão.
    No Globo, de hoje, a mãe dos assassinos assume que sua família já passou necessidades...
    Não dá para adivinhar o que aconteceu.
    No filme "Ônibus 174" é possível ver nos depoimentos dos meninos de rua – que tem casa e família - a raiva que sentem da classe média e rica que "caminham" pelas ruas "arrumadinhos"...
    Não defendo os assassinos, mas a sociedade precisa mudar algumas atitudes.

    Beijos para você.

    P.S.: Estou saindo e de luto (preto). Quem sabe...

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  7. Mais uma vez, concordo com você só em parte. A sociedade precisa mudar a forma de tratar seus cidadãos, e acho que todos pensam isso. Só que, mesmo enquanto esse nosso desejo não se realiza, é preciso punir decentemente quem comete crimes bárbaros como esse. O que não dá é pra gente continuar sem punição, esperando pelo dia em que as desigualdades sociais deixem de existir.
    Conheço bem as escolas públicas, você sabe. E não só pelo trabalho: estudei em algumas, inclusive. Sei de tudo o que você relata: pequenos furtos, brigas, violência. Mas sei, também, que há crianças pobres que não seguem esse caminho. Pra mim, isso deixa claro que pobreza não é sinônimo de violência. Podem estar ligadas, e sei que, até certo ponto, estão. Se o menino tivesse sido morto no assalto, por um tiro, já seria horrível, mas seria parte de uma estatística horrenda e de uma realidade abominável a qual, infelizmente, já estamos acostumados. Mas da forma como tudo foi, não há pobreza, não há trauma, não há nada que justifique, que possa nos fazer entender a falta de humanidade desses insanos.

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