terça-feira, 25 de julho de 2006

Tempestade no deserto

Podia sentir a areia batendo na cara, quase cortando sua pele. Estava no deserto, e aquela era uma tempestade. No horizonte, mais e mais areia. Mais vento. Mais dor. Mais solidão.
Queria gritar, mas não tinha voz. E também não haveria quem pudesse ouvir. Nem vir em seu socorro. Não adiantava. Nada parecia capaz de lhe tirar daquela situação. E tudo aquilo já durava mais do que poderia suportar.
Já sem forças, quase se atirando ao chão e se entregando à areia que lhe queria engolir, tentou lembrar de como foi parar ali. Como as coisas chegarem aquele ponto? Como havia permitido que chegassem aquele ponto?
Não parava de se fazer perguntas. Ali, no meio daquela imensidão deserta e só, não tinha sequer condições de buscar respostas. Se é que havia resposta.
Só, só sabia que precisaria sair daquela situação...

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