quinta-feira, 11 de maio de 2006

Despertar

A manhã fria e cinzenta dava os primeiros sinais de que aquele seria mais um dia daqueles. Frio, triste até. O edredon cumpria bem a função de impedir que o frio interrompesse seu sono. Aliás era lá, no meio do sono, que encontrava o calor de que precisava.Era um calor diferente. Não esquentava apenas os pés gelados ou a ponta do nariz.
Era um calor que esquentava dentro do seu peito, onde aquele coração descrente dessas coisas ainda morava. E batia. Era um calor que fazia reluzir em seus olhos a velha chama que só quem crê sente arder. Uma chama que transforma pequenos instantes em longas lembranças; gestos sutis nas maiores e mais tocantes provas de carinho e ternura. O calor dos que gostam...
Quando o som do despertador ecoou pelo quarto gelado,espreguiçou-se e logo se desvencilhou do velho edredon. Agora já se sentia mais confortável vestindo apenas a própria pele...

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